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sexta-feira, 18 de junho de 2010

O mundo esqueceu Xandrinho, a FOLHA não!


Engraçado, outro dia ao observar com atenção um pronunciamento do Vereador Xandrinho da Tribuna da Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu, pude perceber, por mais uma vez, que o ilustre legislador quando faz alguma alusão à atuação da imprensa, nunca se refere à imprensa do município de Nova Iguaçu, cidade que lhe conferiu, por mais de uma vez, o Diploma de Vereador.
Desta feita, porém, ao falar sobre o sucesso de um evento de seu partido o PV, na Casa de Show Rio Sampa, onde nos fizemos presente, nosso edil exaltou a presença da imprensa de outros municípios, Rio de Janeiro e São Paulo, bem como a do mundo inteiro, sem, contudo lembrar a imprensa local.
Em sua fala, Xandrinho se referia ao lançamento, para nossa honra e glória em Nova Iguaçu, da campanha da Senadora Marina Silva à Presidência da República. Realmente a imprensa do planeta estava presente com sua avançada tecnologia e lá no meio do bolo com uma camerazinha “fubá” a tiracolo, eu e a jornalista Jeania Maria, que cá pra nós, não deve nada em termos de competência a nenhum daqueles correspondentes internacionais. Afinal foi ela que com um artifício inteligente conseguiu arrancar Gabeira do camarim para uma prévia. Dois minutos depois o mundo inteiro estava em torno do candidato a governador e de Jeania. Teve até um jornalista inglês, “mais malandro”, que passou a nos seguir, porque sacou que o mais recomendável para conseguir matérias, seria seguir o fotógrafo da maquininha “fubá” e a esperta “abre alas” Jeania Maria.
Sem intenção de reproduzir na íntegra, foi mais ou menos assim o pronunciamento de Xandrinho:
“No evento na Rio Sampa, quando nós do PV lançamos a candidatura de Marina Silva, estava presente a imprensa do mundo inteiro: da Inglaterra, dos Estados Unidos, da Conchinchina...”
Em seu devaneio transcontinental, até voltar ao Brasil, levou alguns intermináveis segundos. Primeiro passou em São Paulo: Do Estadão a Folha de São Paulo. Entrou no Estado do Rio: do O Globo ao jornal O Dia.
Fiquei pensando... pelo tanto que enaltece os jornais de fora, se voltando agora para a imprensa Internacional, nosso vereador vai acabar na capa de O Globo, Folha, Daily Mirro, New York Times ou do Corriere de La Sierra. Quem sabe, lá na Argentina, no jornal Clarim possa aparecer numa fotografia de capa ao lado do Dieguito Maradona, com a seguinte legenda: “Nuestro hermano Xandrito, tanto cuanto, nosotros puebres mortais, tambien intiende qui Maradona es mijor qui Pelé, pero jamás hablou de la prensa di su ciudad” (Obs: Castelhano aprendido na periferia da periferia de Figueira II ). Diante dessa perspectiva, comecei a achar legal ver um representante da câmara legislativa de nossa cidade, ilustrando as páginas dos grandes jornais. Morreria de orgulho!
No dia seguinte, ainda com aquela idéia de que Xandrinho iria aparecer para o mundo inteiro, logo veio a decepção após consultar a internet! Xandrinho, nosso honorável vereador, não aparecia numa linha sequer de nenhum dos órgãos consultados. Um ultraje à honra de um obstinado defensor da ingrata imprensa forasteira.
Mas quis o destino, que por incrível golpe de sorte e sem contar com a menor concorrência de nenhum dos fotógrafos presentes, que eu clicasse uma foto dele, no exato momento em que conseguiu quase que furtivamente, sob os olhares desaprovadores de gente com “cara” de organizador do evento, se aproximar da mesa e entregar uma “moção” a Marina.
Envaidecido com o momento histórico particular, o edil, ao entregar a Moção, não se deu conta que o mundo inteiro, distraído em conversas paralelas, não percebeu a importância do gesto.
Só restava agora uma esperança para que o momento mágico protagonizado por Xandrinho pudesse se perpetuar através dos tempos, era a Folha de Iguassú se conscientizar de sua responsabilidade histórica e publicar a tal foto da maquininha “fubá”, mesmo entendendo que nosso vereador não gosta muito da imprensa iguaçuana.
Sem pestanejar. -Publique-se, disse o diretor!
Sem delongas, assim foi feito.

O Trato com o Diabo



Na Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu os sons condescendentes de algumas vozes que tempos atrás ecoavam da tribuna em favor de Lindberg Farias, hoje, após sua renúncia, se voltam contra o ex-prefeito.
Acometidos de uma estranha amnésia parece terem esquecido que a herança do caos que reina hoje foi produzida ontem, com a anuência de seus próprios votos: Nas Medidas de Urgência enviada pelo Executivo, que aprovavam muitas vezes sem ler, não sabendo, assim, sequer o que estavam aprovando; na aprovação de pedidos de empréstimos injustificáveis a bancos; ou na venda de favores quando a moeda corrente era, entre outras, cargo para cabos eleitorais, muito dos quais mal compareciam para assinar o ponto, mas freqüentando, com assiduidade, a Folha de Pagamento.
Quantas vezes o então vereador Celso Valentim, concitou seus pares à responsabilidade, advertindo-os das conseqüências futuras. Pois bem! O futuro chegou e com ele o caos traduzido na herança maldita recebida pela prefeita Sheila Gama, que está pagando o preço de ter, para chegar à prefeitura, feito um verdadeiro “Trato com o Diabo”!
O fato é que na gestão anterior onde foram projetados os arcabouços dos difíceis dias atuais, os únicos gritos de alerta ouvidos durante as seções da Câmara de Vereadores, contra as inconsequências do prefeito, eram dos então vereadores Celso Valentim e de Marcos Ribeiro. Em contrapartida a “blindagem” construída pela “maioria” em torno do prefeito era instransponível. Foi, sem dúvidas, diante dessa triste montagem que se emoldurou o quadro verificado no presente momento.
Mesmo assim Celso, a despeito do bloqueio de “aço” montado, não se rendia, e, coadjuvado por Marcos Ribeiro, manteve o bombardeio ininterrupto até o último minuto de sua gestão. Chegou, até, em determinado momento, aproveitando-se de uma brecha concedida por momentâneo desencontro entre os do bloco do governo, a conseguir assinaturas para estabelecer uma CPI. Todavia, quando todos pensavam que a CPI iria sair, o presidente da Câmara - Carlos Ferreira - tomou uma das mais tristes posições que um cidadão que pretendesse se olhar dia seguinte ao espelho com a altivez de um homem de bem, pudesse tomar. Sob o pretexto ridículo de não compreender qual regulamento deveria usar (Se: Regulamento Interno da Casa – Constituição Federal – Lei Orgânica do Município) Carlos Ferreira (*advogado), postergou a CPI, que nunca mais teve efeito. Uma vergonha! Teve gente que viu na atitude inesperada do Vereador, não apenas uma triste omissão, mas também um ato no qual o presidente da Câmara tivesse rasgado seu próprio diploma de advogado, provavelmente conquistado com muito sacrifício, em nome de uma subverniencia lamentável.

Uma Nova Câmara
Para 2008 o nome de Celso Valentim não figurou dentre aqueles que pretendiam uma cadeira na câmara iguaçuana. Demonstrando estar com a consciência absolutamente tranqüila, porém decepcionado com aquela que considerou a pior Câmara da qual já houvera participado, preferiu abandonar a carreira política! Agora Celso passou a ser, para azar do povo, apenas um bom exemplo a ser seguido. E, segundo opiniões dos corredores políticos: “Um dos melhores da história do Legislativo Iguaçuano!”.
A nova bancada ainda cometia os mesmos erros, porém com mais conhecimento de causa sobre o descaso do Executivo para com a casa, deu um corte substancial na arrogância de Lindberg ao reduzir o percentual de manejo de verbas do orçamento, livrando-se de parte da ascendência imposta. Não obstante, mesmo assim, a negociação de cargos encabrestou vereadores.
Como novidade dentre os que detinham pela primeira vez uma cadeira no Legislativo iguaçuano um jovem se destaca ao desfraldar a bandeira da oposição. A nova e grata surpresa se chama Thiago Portela, que veio para fustigar os últimos dois anos do prefeito irresponsável.
Seria Thiago Portela, um novo Celso Valentim? Ainda não sabemos! Só o tempo dirá! Celso, a despeito de estar afastado da política, é uma realidade, já o jovem vereador está apenas começando sua carreira. Em princípio, podemos dizer que, em comum com Celso a obstinação com que fiscaliza o Poder Executivo. O que para muitos é a forma mais honrada de um Legislador justificar os votos recebidos do povo.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Presidente da CPI do PREVINI vai a São Paulo



Depois de receber no Rio de Janeiro o Deputado Bruno Covas, relator da CPI da BANCOOP na Assembleia Legislativa de São Paulo, o Vereador de Nova Iguaçu, Thiago Portela, presidente da CPI do PREVINI, esteve nesta sexta-feira, 11 de junho, em audiência com o Promotor José Carlos Blat no Ministério Público de São Paulo. Blat investiga o escândalo da BANCOOP e denunciou o desvio de aproximadamente R$ 100 milhões para o caixa 2 de campanhas eleitorais do PT, inclusive, segundo depoimento do corretor Lúcio Funaro, na do ex-Prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias. Na audiência, Blat prometeu a Thiago Portela rapidez no envio de todas as informações que a CPI do PREVINI solicitar em relação ao caso BANCOOP, cooperativa dos bancários de São Paulo que recebeu investimentos suspeitos do PREVINI, Instituto de Previdência dos Servidores de Nova Iguaçu.
MAIS INFORMAÇÕES
Aproveitando a ida a São Paulo, Thiago Portela se reuniu também com o Dr. Valter Picazio Junior, Advogado de 18 entidades de cooperados lesados pela BANCOOP, e com Marcos Sérgio Migliaccio, representante dos cooperados, que havia lhe telefonado dias atrás revelando possuir informações importantes para a CPI em Nova Iguaçu. No encontro, apresentaram ao Vereador todo o histórico do caso e o mecanismo utilizado para o desvio do dinheiro dos mutuários paulistas. Entre estes, o mais ilustre é o Presidente Lula, que comprou uma cobertura tríplex na praia das Astúrias, no Guarujá, mas amarga há cinco anos na fila de cooperados da Bancoop.
Claudia Maria

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O POVO TUPINAMBÁ-TAMOIO FOI CHACINADO



A cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro nasceu para servir de base, para a primeira grande chacina, da nossa Geo-história...
Indígenas e franceses continuavam unidos, lutando contra os católicos.
Estudamos o seguinte: -“As capitanias hereditárias fracassaram, como forma de administração colonialista, por causa dos ataques dos índios”. Ou melhor: -por causa dos ataques por parte dos verdadeiros donos da Guanabara e Baixadas. Durante anos, as lutas foram implacáveis. O jesuíta, Anchieta (Anquiêta); prega o extermínio dos hereges (franceses e aliados). Bacamarte (pólvora) - espadas-lanças (de ferro) contra arco e flecha. Os católicos vencem. Anchieta canta vitórias. E escreve (De gestis Mendi saa): “Quem poderá contar os gestos heróicos do Chefe à frente dos soldados na imensa mata: Cento e sessenta as aldeias incendiadas, mil casas arruinadas pelas chamas devoradoras, assolados os campos com suas riquezas, passado tudo a fio da espada”. E, no Auto de São Lourenço, um “teatrinho colonialista”, encenado em Niterói, pelos descendentes de Araribóia, que ficaram ao lado dos portugueses; escreveu Joseph de Anquiêta: E mais – Paranapecu, / Jacutinga, Morói, / Sariguéia, Guiriri, / Pindoba, Pariguassú, / Curuçá, Miapeí / E a tapera do pecado, / A de Jabebiracica, / Não existe. E lado a lado / A nação dos derrotados no fundo do rio fica”.
Notas: - O povo JACUTINGA foi visitado pelo francês, Jean de Léry, e sua principal aldeia ficava no Bairro da Prata (Nova Iguaçu); - a “nação dos derrotados” é onde chamamos de Baixada Fluminense; -“fundo do rio” –áreas semi-planas , situadas no entorno da Baía da Guanabara, que foi a Baía – denominada pelos marinheiros de Portugal, de Rio de Janeiro; - Rio, em latim, quer dizer Flumen, daí o nascimento da palavra – FLUMINENESE-.
Esta grande chacina jamais foi impressa nos livros didáticos.
Ney Alberto

Pastor Laranja
16 de maio, dia consagrado às mães no ano de 2010, a população do bairro Carmary e adjacências recebeu um presente bastante importante do Pastor Laranja. Ocorre que o vereador já há algum tempo vem tomando ciência de algumas necessidades básicas que travam grande parte da população de exercer sua plena cidadania. Só pra citar como exemplo, são muitas as pessoas que vivem momentos de extrema dificuldade ao não conseguir emprego, simplesmente, por não ter uma Carteira de Trabalho, que como se sabe para se conseguir requer uma série de contratempos, como tempo, dinheiro etc.
A idéia agora era inverter a ordem das coisas. Ao invés da pessoa ir até o órgão responsável para emissão de documentos, o órgão emissor foi que veio ao bairro numa Ação Social, empreendida no dia das mães, que atendeu centenas de pessoas no Ciep Chão de Estrelas situado à Rua Sete de Setembro no bairro Carmary.
Que presente mais importante poderia receber uma mãe, no dia dedicado a ela, que a habilitação ao trabalho de um membro da família, seja filho, esposo ou para ela própria?
Além de carteiras de Trabalho, foram tiradas ainda 2º via de Certidão de Nascimento, de Casamento e até de Óbitos, além da indispensável carteira de Identidade. Houve ainda atendimento na área médica como: Exame de vista, verificação de pressão, teste de Glicose, aplicação de flúor. Na área jurídica também houve atendimento, como: reconhecimento de paternidade e outros. Enquanto isso alguns profissionais da tesoura se incumbiam de dar um trato na cabeleira da rapaziada e das mulheres que com certeza saíram mais belas do evento. Tudo isso gratuitamente e com o tratamento cordial da equipe do Pastor Laranja.
“Não poderia haver melhor presente! Meus dois filhos cortaram o cabelo. Meu mais velho, de quebra, tirou com a maior facilidade sua 1ª Carteira de Trabalho e já disse que amanhã mesmo vai correr atrás de emprego!”, disse feliz da vida a mamãe Marilda Gomes, que mora na Estrada Luiz de Lemos.
“Dá muito trabalho promover um evento como esse, mas vale a pena o sacrifício se levar em consideração a elevação da auto-estima das pessoas, traduzida pelo sorriso que deixam transparecer após serem atendidas!” disse um Pastor Laranja eufórico após receber o agradecimento das pessoas.

4º GBM – Nova Iguaçu tem posto avançado no centro da cidade




Produto de parceria envolvendo o 4º GBM, Associação Comercial e Industrial de Nova Iguaçu, Sindicato do Comércio Varejista de Nova Iguaçu e Câmara de Dirigentes Lojistas de Nova Iguaçu, tendo por objetivo prevenir futuras dificuldades diante da possibilidade do sinistro no Centro do município, os bombeiros do 4º GBM apresentam sua mais nova arma. Trata-se de uma viatura multifuncional pronta para apagar pequenos incêndios, fazer busca /salvamento e serviço de ambulância. Super equipada, trás apetrechos para: arrombamento, desencarceramento, desabamento, corte de árvores, sinalização, esgotamento, atendimento hospitalar de emergência e iluminação.
O veículo que ficará instalado na esquina da Via Light com Avenida Nilo Peçanha representará, sem dúvida, um posto avançado do quartel dos bombeiros, podendo se apresentar ao local imediatamente após o infortúnio, seja: um incêndio, um acidente ou qualquer outro acontecimento que possa redundar em perigo de vida, dando tempo para que o “grosso” da tropa e as demais viaturas se desloquem, e, ao chegar ao local já tenha sido promovido os primeiros procedimentos efetuados pelo pequeno contingente da nova unidade.
- Ainda bem que agora podemos contar com o tal veículo. Um centro comercial como o de Nova Iguaçu, dado a natureza do material acumulado em seus gigantescos estoques de papelão, tecido, plástico e outros materiais altamente inflamáveis, é sem dúvidas uma área que apresenta sempre grande risco de incêndio, disse um comerciante local.
Nos dois últimos incêndios acontecidos em pleno centro de Nova Iguaçu, entre dezembro de 2009 e início de 2010, nossa equipe de reportagem estava muito próxima há hora em que houve o alarme. Nas duas oportunidades, quando chegamos ao local exato para registrarmos o ocorrido os bombeiros já estavam lá em grande número. Na se sabe como conseguiram chegar tão rapidamente. Podemos atribuir tal façanha a obstinação da tropa e a perícia dos condutores dos veículos, mas há de se considerar o fator sorte, posto que o trânsito no município anda muito complicado e numa hora dessas as viaturas poderão ficar engasgada em pleno caminho. Com a nova viatura, as perspectivas de sucesso no combate ao sinistro aumentaram consideravelmente.

PROJETO NÃO PIXE. PINTE! TERMINA EM JUNHO COM PINTURA COLETIVA





A iniciativa que conquistou a simpatia da sociedade e deixou o centro comercial de Nova Iguaçu mais colorido e alegre termina em junho. Trata-se do projeto Não Piche. Pinte!, do artista plástico Ailton José que começou em março e termina no próximo dia 18 com uma grande pintura mural coletiva, envolvendo todos os alunos do Instituto de Educação Rangel Pestana.
Criado no início dos anos 90, o projeto, que recebeu aplausos do escritor e antropólogo, Darcy Ribeiro, foi relançado agora com o apoio da Prefeitura de Nova Iguaçu, através do Fundo Municipal de Cultura. A idéia consiste em cinco módulos: oficina de pintura, palestra envolvendo toda a escola sobre a questão da pichação, exposição dos trabalhos individuais dos alunos da oficina, participação em uma pintura mural feita por profissionais e, por fim,executar e comandar uma pintura mural coletiva. Em ambas as pinturas o tema escolhido é o patrimônio histórico da Baixada para que a população passe a conhecer e lutar por sua preservação. No próximo dia 11 os alunos da oficina vão expor suas pinturas em aquarela e no dia 18 de junho todos os alunos do Ierp participarão da pintura coletiva.



A idéia não é apenas mostrar aos pichadores que a arte é o melhor canal de comunicação com a sociedade, mas passar também conceitos de cidadania, como respeito ao próximo, à cidade e ao patrimônio histórico. “Queremos mostrar que o bom é ser aplaudido pela sociedade e não marginalizado, como normalmente acontece com os pichadores”, explica Ailton José que também é professor de história.
O artista comentou ainda que conscientizar os estudantes sobre os problemas da pichação leva tempo, por isso optou em desenvolver esse trabalho na maior escola de Formação de Professores, pensando no efeito multiplicador. “A pichação chateia e é ilegal. No lugar dela, é muito mais interessante pintar os muros, embelezar as casas e a cidade, fazer com que o estudante se expresse pela arte. Inclusive, diretores de outras escolas já se interessaram pelo projeto”, explica o professor.






Jeania Maria

CORRIDA ELEITORAL PARA PRESIDENTE COMEÇOU NA BAIXADA


Marina diz que PT e PSDB mantém discurso do século passado
Pela primeira vez a largada para a corrida eleitoral rumo ao planalto central aconteceu na Baixada Fluminense. Pelo menos para a senadora Marina Silva, única presidenciável a escolher uma região pobre para fazer sua pré-convenção. Os outros dois candidatos, Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), optaram pela metrópole que comanda o Brasil, ou seja, a rica cidade de São Paulo.
A pré-convenção do PV aconteceu no dia 16 de maio na casa de shows RioSampa. Além de Marina estiveram presentes os candidatos do partido aos governos do Rio, Fernando Gabeira, de São Paulo, Fábio Feldmann e de Pernambuco, Sérgio Xavier.
O toque político-artístico do evento ficou por conta da cantora Adriana Calcanhoto, que incluiu Marina na música “Cariocas”, exatamente como fez o ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil com a música “Andar com Fé” para manifestar seu apoio. O jingle da campanha, na voz de Milton Nascimento, que tocou durante toda a convenção, foi apresentado ao público, em ritmo de samba, pelo cantor Paulinho da Mocidade.
Primeira candidata a apresentar o vice de sua chapa, o empresário Guilherme Leal, dono da Natura Cosméticos, Marina ao lançar sua candidatura em Nova Iguaçu abandonou o discurso moderado para criticar os adversários, Dilma e Serra. “As duas candidaturas são muito parecidas e estão discutindo o desenvolvimento pelo desenvolvimento, velho paradigma do século XX, quando o mundo inteiro está mudando”, criticou a senadora, lembrando que o planeta está sintonizado com a economia sustentável.
Em seu longo discurso, a candidata, a exemplo de Lula, usou e abusou de termos ligados ao futebol. Marina reclamou da manobra política dos adversários em tentar transformar a disputa eleitoral numa espécie de plebiscito. “A realidade brasileira é mais complexa que um simples Fla x Flu”. E para exemplificarar o atraso brasileiro enquanto o mundo busca soluções para os velhos problemas de destruição do meio ambiente, disse: “Continuamos olhando para onde a bola está e não para onde ela estará”.
Contudo, ainda mostrando estar afinada com o discurso de esquerda, chamou de latifúndio o horário eleitoral na televisão que oferece mais tempo para os grandes partidos. Mais adiante, reciclando o discurso, Marina reconheceu também os avanços proporcionados pelos governos de FHC e Lula, desde o Plano Real até o bolsa família, considerado por ela uma transferência direta de renda desde que atrelada a educação.
FATO HISTÓRICO PARA PERIFERIAS DAS GRANDES CIDADES
A Baixada volta a ampliar seu prestígio no cenário nacional e sai na frente das periferias brasileiras. O lançamento da candidatura de Marina estabelece novo marco histórico. Afinal a Baixada sempre esteve a beira da estrada testemunhando o transporte de nossas riquezas, seja do ouro para Portugal, no século 18 (Estrada Real), ou ainda hoje, através das rodovias Washington Luís e Presidente Dutra. Exatamente como acontece com todas as periferias brasileiras através dos séculos.
Mas o reconhecimento do potencial eleitoral da Baixada vem de longe. Na década de 80, Leonel Brizola foi o primeiro político a reconhecer, publicamente, o valor político-estratégico das periferias. Na época ele afirmou que caberia a Baixada a decisão de quem iria governar o Estado do Rio. Assim concentrou sua campanha na região que correspondeu dando-lhe esmagadora votação. Eleito e acompanhado por Darcy Ribeiro, realizou um seminário no Colégio das Irmãs, no centro de Nova Iguaçu, para apresentar seu plano de governo.
Em entrevista a Folha do Iguassu, Fernando Gabeira, candidato do PV a governador do Rio de Janeiro, explicou que a escolha da Baixada foi para estabelecer vínculos com as periferias das grandes cidades. Segundo ele, Marina tem uma poderosa mensagem para a população de periferia: sua vida e seu exemplo de superação. “Isso é suficiente para estabelecer um forte vínculo de coração com a mulher pobre e cristã da Baixada e com o trabalhador que perde parte de sua vida em mais de 4 horas diárias no deslocamento de casa para o trabalho”, explicou.
Segundo Gabeira, a Baixada é um exemplo da política do atraso praticada no Brasil. “Tenho vergonha da nossa geração que ainda não resolveu a questão do saneamento básico, um problema do século passado”.





Jornalista Jeania Maria