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quarta-feira, 22 de março de 2017

Empresas criativas se destacam no mercado produtivo fluminense, revela FIRJAN

Por: Joana Mineiro
Empresas criativas se destacam no mercado produtivo fluminense, revela FIRJAN
 Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil confirma que, mesmo em período de crise, estado mantém os principais salários médios do segmento no país
 A concentração de empreendimentos de bens e serviços criativos no Rio de Janeiro em relação a toda a produção fluminense é, proporcionalmente, a maior do Brasil. O Rio possui 25 mil empresas que têm a criatividade como matéria-prima, o que corresponde a 5,5% de todas as empresas fluminenses. Essa participação é superior à média nacional de 3,7%.
 De acordo com a análise especial do “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, produzido pelo Sistema FIRJAN, a indústria criativa fluminense gerou uma riqueza de R$ 24,1 bilhões, o que corresponde a 15,5% do PIB criativo brasileiro.
 Em relação à remuneração dos trabalhadores do segmento criativo, o estado do Rio continua mantendo o protagonista no país. O rendimento médio dos profissionais criativos fluminenses foi de R$ 9.826 em 2015, acima da média nacional (R$ 6.270) e três vezes superior à média do mercado de trabalho fluminense (R$ 2.882).
 O Rio de Janeiro, com 99 mil profissionais atuando na indústria criativa, apresenta as maiores remunerações médias do país em seis dos 13 segmentos criativos: P&D (R$ 16.302), Arquitetura (R$ 10.155), Artes Cênicas (R$ 9.010), TIC (R$ 8.314), Audiovisual (R$ 6.453) e Patrimônio e Artes (R$ 6.219).
 Isso fica evidenciado com a promoção de grandes eventos como a Copa do Mundo de futebol e os Jogos Olímpicos somados a eventos tradicionais como Carnaval e Rock in Rio.  No Rio de Janeiro, as atividades das áreas de Cultura e Consumo se destacaram entre os anos de 2013 e 2015.
 O segmento Expressões Culturais teve um crescimento de 32,9% no período, consolidando o crescimento da gastronomia – ratificado pelo fenômeno da gourmetização e surgimento dos food trucks - e a música. Profissões como chefes de cozinha e de bar, além de músicos intérpretes instrumentais e tecnólogos em produção fonográfica registraram aumento de postos de trabalho. Apresentadores, decoradores de eventos, bailarinos e coreógrafos também ampliaram vagas no estado.
 Nos segmentos Moda e Design, o Rio de Janeiro replica as tendências do país com o crescimento da contratação de designers de produto (+54,2%), designers de moda (+28,2%) e perfumistas (+8,5%), confirmando a valorização de profissões com maior valor agregado. Também se destacaram o analista de pesquisa de mercado e o visual merchandiser, em Publicidade, com 1 mil novos postos de trabalho.
 É importante ressaltar que o Rio de Janeiro continua sendo o estado com maior concentração relativa aos criativos atuando em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), fato que se justifica pela ampla concentração de universidades e múltiplos institutos de pesquisa. No entanto, por conta do desaquecimento do setor da Construção Civil, a área de Arquitetura apresentou a maior queda (-17,5%) no período.

Interior fluminense
 Mesmo com a capital registrando 70% dos vínculos criativos, a cidade de Macaé, no Norte fluminense, destaca-se no segmento com 3,7% de toda a mão de obra local. O município apresenta um perfil profissional criativo muito específico: 76,4% dos trabalhadores atuam no segmento de P&D, o que se justifica pela configuração econômica da cidade, amplamente voltada para a atividade petroleira.

Indústria criativa cresceu 0,1% no país
 Conforme a quinta edição do “Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil”, entre 2013 e 2015 a indústria criativa teve um incremento de 0,1% - avanço considerado relevante diante do encerramento de quase 900 mil postos no total do mercado de trabalho brasileiro (-1,8%). Como consequência do aumento de vagas neste período adverso, os criativos aumentaram a sua participação no mercado, reforçando seu papel estratégico na economia.
 O estudo da Federação das Indústrias do Rio avalia a área sob dois aspectos: mercado de trabalho e produção. Na abordagem sobre o mercado de trabalho são contemplados os profissionais criativos independente do local onde atuam, seja em estabelecimentos estritamente criativos, como nas agências de publicidade, ou em outras atividades econômicas, como os designers nas indústrias automotivas. Já a ótica da produção mostra o valor gerado pelas empresas criativas.
 Quando comparada à totalidade da economia nacional, a área também se mostra menos impactada diante do cenário de crise do período 2013-2015. A participação do PIB criativo estimado no Produto Interno Bruto brasileiro cresceu de 2,56% para 2,64%. Como resultado, a área criativa gerou uma riqueza de R$ 155,6 bilhões para a economia brasileira em 2015, valor equivalente à soma dos valores de mercado das marcas Facebook, Zara e L’oreal reunidas.
 Gerente de Indústria Criativa do Sistema FIRJAN, Gabriel Pinto destaca que em períodos de crise, inovar é essencial. Ele alerta que, após a recuperação econômica, é essencial que as empresas estejam preparadas e estruturadas para seguir em frente. “A indústria criativa pode ser essa saída porque contribui para a geração de negócios, valor e significado. O que nós queremos é impactar e conectar os elos produtivos e criativos de toda a cadeia”, explicou.
  Todo o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil pode ser acessado em www.firjan.com.br/economiacriativa . Neste endereço é possível consultar detalhes dos 13 segmentos criativos, divididos em quatro grandes áreas: Consumo (Design, Arquitetura, Moda e Publicidade), Mídias (Editorial e Audiovisual), Cultura (Patrimônio e Artes, Música, Artes Cênicas e Expressões Culturais) e Tecnologia (P&D, Biotecnologia e TIC).



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