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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Estrada Real do Comércio

Ney Alberto(in Memoriam)
Extraída do Livro - DEUS NOS LIVRE DA POLÍTICA DE IGUASSÚ
O livro foi escrito para que não faltasse matéria na coluna do autor, no jornal Folha do Iguassu
A Revolução Industrial fabricou a Estrada Real do Comércio
 A Inglaterra (1760) - com a Revolução Industrial - deu início à modernidade capitalista. O militarismo de Napoleão tenta dar-lhe combate. Portugal e Inglaterra são aliados. A política napoleônica proíbe  que os portos continentais recebam navios britânicos (Bloqueio Continental). Portugal 'não respeita' e é invadido. A Família Real foge para o Brasil. Na Bahia, o Príncipe Regente Dom João decreta a "abertura dos portos às Nações amigas". Os administradores do Reino invadem a Cidade do Rio de Janeiro. Ainda como resultado da citada Revolução - querendo dotá-la  de melhoramentos, institui a "Junta Real do Comércio". Até, então, só existia um caminho vencendo a " Cerra do Tingoá" ou seja, o "Caminho do Azevedo", até Paty do Alferes. Os caminhos do ouro não passavam por lá.
 Além do Maciço do Tinguá as mercadorias produzidas  desciam , de "serra acima", pelos caminhos do ouro, produtos que demoravam a chegar ao Rio de Janeiro por causa das navegações fluviais/marítimas.
A abertura da Estrada Real do Comércio, abastecendo os "trapiches' da Povoação de Iguassú, acionou o movimento comercial (de passagem), iguassuense, provocando, em 1833, o surgimento do "Município de Iguassú".
 A História - mal comparando - é interessante peça teatral, encenada nos palcos da Geografia.
 A Revolução Industrial fabricou a Estrada Real do Comércio, incrementando produções e exportações . Estabeleceu importantes transformações no eixo Iguassú/ Paraíba do sul. As serranias próximas ao referido roteiro foram ocupadas.
 A Estrada Real do Comércio deu vitalidade à Povoação e, depois de 1833, mais vida. Seu declínio começou com a ferrovia, por Maxambomba.


Começava no Largo dos Ferreiros
 A estrada Real do Comércio, começando no "Largo dos Ferreiros", na Povoação de Iguassú, foi- até o início do ano de 1858 - importante traço de união entre as localidades situadas entre Iguassú (Iguaçu Velha) e as localizadas antes das propriedades de Barão de Ubá, margem direita do Rio Paraíba do Sul.
 O traçado escolhido foi o detalhado pelo sargento-Mór Inácio de Souza Werneck, personagem de Paty do Alferes. Outro Sargento, Francisco Soares  de Andréa, auxiliado por Manoel Joaquim Pardal, dão início ás obras . Tarefa concluída em 1817. A Estrada -ainda não "calçada" - ziguezagueava a "Cerra Tingoá" e, vencendo-a, descia o vale do rtio santana, com ramificações para o lugar denominado "Sertão" (Conrado) e para "Bom Fim" (Arcádia). 
 Em 1822 percorreu-a o Botânico francês, Saint Hilaire, que afirmou: " Seja como for, é difícil encontrar-se caminho mais pitoresco. Durante 15 anos - mesmo bem transitada por Tropeiros - ficou mal conservada. A expansão cafeeira revitalizou-a. Em meados do século XIX foi empedrada, depois de encurtamentos, sob a responsabilidade do Coronel de Engenheiro Conrado Jacob Niemeyer.Calçada, em longos trechos , com pedras (pé de- moleque). 
 O pesquisador Brasil Gerson(em "O ouro O café e o Rio") a ela assim se referiu:" poderia também chamar-se a primeira Estrada do Café dos brasileiros". O Porto de Iguassú(na Praça do Comércio) deve ter sido montado após o"calçamento" desta Estrada, porque, emmapeamento de 1837, não aparece.
O maciço do Tinguá, até 1896, era conhecido com essa denominação: "Serra do Comércio".

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