Igreja e governo se unem em defesa do meio-ambiente

Por: ASCOM/Fotos: Alziro Xavier

Igreja e governo se unem em defesa do meio-ambiente

          O secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Emerson Trindade Costa, pediu à Igreja Católica que use as homilias durante as Missas diárias e dominicais para conscientizar os fiéis sobre a necessidade de lidar de forma correta com a questão do meio ambiente, primordial, segundo ele, na prevenção de doenças que mais acometem a população brasileira.

         “Poderia haver o envolvimento da nossa Igreja para fazer a conscientização nas missas, pedindo (aos fiéis), por exemplo, que cuidem melhor do seu lixo. Todos os meios que a gente puder usar para orientar nossa população será muito importante”, disse.

         Trindade, que estava acompanhado da subsecretária municipal de Meio Ambiente, Cácia Angela, participou nesta segunda-feira, ao lado de Dom Luciano Bergamin, do primeiro ciclo de palestra promovido no Centro de Formação de Líderes pela Diocese de Nova Iguaçu sobre a Campanha da Fraternidade de 2016.

         O tema deste ano, escolhido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é “Casa Comum, Nossa Responsabilidade”, com foco no saneamento básico, no desenvolvimento, na saúde integral e na qualidade de vida.

         Dados divulgados pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (Conic) mostram que, mesmo figurando entre as maiores economias do mundo, o Brasil tem mais de 100 milhões de pessoas sem saneamento básico. “O Estado brasileiro tem deficiência na prestação de serviços relacionados ao tratamento da água e do esgoto e à coleta de lixo”, diz a CNBB.

         Na avaliação do secretário Trindade, a Campanha da Fraternidade está sendo muito importante para ajudar o governo municipal a reduzir o impacto de doenças provocadas pela falta de saneamento básico em comunidades mais carentes.

         Trindade lembrou que o prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, tem feito o dever de casa, investindo pesado em medicina preventiva, melhorando a coleta do lixo e a rede de esgotamento sanitário para evitar proliferação de doenças e reduzir a enorme demanda de pacientes nas unidades de saúde do município, sobretudo do Hospital da Posse, que funciona acima de sua capacidade por ter que atender milhares de pacientes de cidades vizinhas.

         “Infelizmente, a verba que vem de Brasília hoje não dá pra gente pagar nossas contas. Já mandamos nossos planos pra lá, mostrando que estamos fazendo milagre, mas ainda assim os recursos não chegam”, criticou, se dizendo também “assustado” com o volume “gritante” de pedidos de pacientes que chegam diariamente ao seu gabinete de trabalho.

         “Nova Iguaçu atende atualmente cerca de 40% de pessoas de outras cidades. Isso tudo tem um custo”, observou.

             Dados da Secretaria de Saúde de Nova Iguaçu mostram que, em 2014, as quatro unidades 24 horas realizaram 69 mil atendimentos. Em 2015, foram 357 mil e agora, no primeiro trimestre de 2016, já chegou a 143 mil atendimentos. A previsão, segundo Trindade, é atingir a marca de 600 mil pacientes até o fim do ano.

         “A gente observa que muitos desses atendimentos estão relacionados à questão do saneamento básico”, diagnosticou, defendendo um trabalho de conscientização da população no sentido de ela possa cuidar bem do lixo e do próprio ambiente onde vive. “É preciso educar mesmo, porque se cada um fizer o seu dever de casa a gente consegue melhorar a qualidade de vida da cidade”.

         DOM LUCIANO: “A SAÚDE ESTÁ DOENTE”

         Dom Luciano Bergamin, defendeu o envolvimento da sociedade, do poder público e de todas denominações religiosas em defesa do meio ambiente. “A saúde no Brasil está doente. Em Nova Iguaçu a prefeitura tem feito o que pode, mas o cidadão também precisa dar sua contribuição”, conclamou.

O bispo defende o abastecimento de água potável de qualidade para todo mundo, além de implantação de saneamento básico e a adequada destinação dos detritos para que as doenças infectocontagiosas sejam reduzidas na região.

Dom Luciano Bergamin vai se reunir também com todos os secretários de saúde, educação e meio-ambiente de Paracambi, Japeri, Queimados, Mesquita, Belford Roxo e Nilópolis para discutir políticas públicas que possam ajudar a melhorar a qualidade de vida da população da Baixada Fluminense.

       “O encontro é para uma reflexão comum entre nós, como cidadãos e cristãos, e o poder público, para que possamos nos ajudar. É um esforço coletivo de juntar forças. A sociedade tem que colaborar. Não adianta reclamar que o saneamento básico não funciona, se eu jogo lixo e esgoto no meio da rua”, advertiu o líder religioso.

Tecnologia de Ponta

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