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sábado, 24 de outubro de 2020

O segundo tutor de D. Pedro II nasceu em Nova Iguaçu




Por: Berguinho
   Nova Iguaçu e a baixada Fluminense tem uma história 'riquíssima'. Para desvendá-la, contou-se com a abnegação de alguns historiadores, sendo que o 'maior' de todos, a meu modo de ver, foi o saudoso Ney Alberto, que, nasceu, se não me falha a memória, em 1941 no Hospital Iguassú, e, partiu de volta à Pátria espiritual em junho de 2012. Em sua trajetória no planeta, o iguaçuano, descobriu em nossa região até 'múmia'; fez revelações dobre o 'Tinguaíto', material vulcânico encontrado em Tinguá às bordas de um vulcão extinto, e nos fez um grande número de revelações históricas e geográficas. Sem falar nos demais municípios da Baixada, Nova Iguaçu com a história que tem, me dá vazão à indagar às autoridades da "Educação": - Por quê a literatura de historiadores como Ney Alberto, não é inclusa no currículo das escolas do Estado, do município ou da Baixada Fluminense?

  Vou usar a oportunidade, para mostrar a história, desvendada pelo Saudoso Ney Alberto, de um 'lorde' (em todos os sentidos) iguaçuano, que tem muito professor de história, que não sabe que o ilustre cidadão nasceu em Nova Iguaçu! 

    Texto de Ney Alberto: "Manuel Ignácio de Andrade Souto Maior nasceu em Marapicu (5 de maio de 1782). Ainda adolescente foi para Portugal, onde concluiu o Curso de Humanidades. Na capital do Reino seus tios eram influentes personagens (João Pereira Ramos, Desembargador do Paço; Francisco de Lemos de Faria Pereira Coutinho, Bispo de Coimbra). Manuel tentou ingressar na conceituada Universidade local, mas foi, por força da legislação, obrigado a fazer parte do serviço militar. Volta ao Brasil (Rio de Janeiro) envergando a patente de Coronel. Presta serviço ao Regimento de Guaratiba e, depois, comanda o de Irajá.

   Em 1819(3 de maio), por serviços prestados, Dom João Seis(VI) concede-lhe o título de Barão de Itanhaém. Dom Pedro, o primeiro, em 1826 (12 de outubro), dá-lhe o título de Marquês.
   Dom Pedro Primeiro abandona o Trono (abdicação). Seu filho, na menoridade, não pode assumir. O Brasil é governado por Regentes. A educação do futuro Rei foi entregue à responsabilidade do conceituado José Bonifácio. Este, acusado de tramar a volta de Pedro Primeiro, foi destituído da tutoria do menino. A Regência, então, entrega a Itanhaém, a 15 de dezembro de 1833(nomeação por Decreto), a responsabilidade de educar o pré-adolescente.
À época do nascimento de Manuel Ignácio, a Freguesia de Nossa senhora de Marapicu, na Baixada de Sepetiba, não fazia parte do município de Iguassú. A exemplo de outros personagens, Itanhaen sempre foi considerado um ilustre iguasssuano. Existiu em Cabuçu, uma escola pública exibindo seu nome. O educador do nosso segundo Rei foi esquecido."

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Reencarnação - 3 Casos intrigantes!



Reencarnação 
     Até o ano de 553 a reencarnação era aceita pela Igreja Católica. A tese foi recusada, não pela igreja ou pelo Papa, mas sim pelo imperador Justiniano, por influência da sua esposa, ex prostituta, por não achar conveniente a Lei do Karma. Outro resquício sobre reencarnação está no novo testamento, quando um dos seus apóstolos em conversa com Jesus perguntou-lhe: - Você nos disse que Elias estaria entre nós, mas não o vimos! No que Jesus respondeu: Em verdade ele esteve, vocês que não o reconheceram. Estavam falando de João Batista, que teria sido uma reencarnação do profeta Elias, que na reencarnação anterior cortara as cabeças de  sacerdotes do BAAL. João Batista, conforme todo ser humano, submetido a Lei de "Causa e Efeito", também teve sua cabeça cortada.  
 3 Casos Intrigantes!
 Gus Ortega
   Quê dizer do fato de uma criança que, com apenas um ano e seis meses de idade, declarou, categoricamente, ter sido seu próprio avô há uns poucos anos atrás? O autor da surpreendente declaração foi Gus Ortega, que ao silabar as primeiras palavras na atual existência, fez diversos depoimentos especificando detalhes facilmente comprovados por familiares, ainda vivos, de sua vida anterior. O caso, um dos mais convincentes quando se aborda o tema reencarnação, está sendo estudado pelo professor de psiquiatria Jim Tucker da Universidade de Virgínia nos Estados Unidos.     
   O Sr. Auge morreu no ano de 1993 após sofrer um derrame fulminante. Fora comerciante e proprietário de uma loja e deixou à vida, antes de seu neto nascer 1 ano após sua morte
   Gus, de certa feita, quando seu pai trocava sua fralda disse: "Quando eu tinha a sua idade, eu, também, trocava sua fralda". 
    Noutra vez, quando familiares mostraram-lhe fotos antigas, o menino apontou para uma pessoa que aparecia em uma das fotos e disse; "Oh...esse sou eu!". É lógico que tal afirmativa deixou perplexos seus parentes. Para intrigar mais ainda seus "próximos" revelou com minúcias, detalhes de acontecimentos que o menino só teria como saber se tivesse realmente vivenciado tais acontecimentos. 

 Ian Hagedorn (Flórida-EUA).
   Outro que relata passagens de sua vida anterior com tamanha riqueza de detalhes, que não deixa dúvida aos familiares de ser, realmente, a encarnação de seu avô é Ian Hagedorn de 6 anos de idade, que mora em Pensacola, sendo filho de Maria Hagedorn. 
   Num desses relatos sua mãe informa que, já aos três anos, o menino estava fazendo bagunça e que quando o repreendeu dizendo que se ele não parasse ela iria bater nele, ouviu isso da boca de Ian: "Quando você era pequena e eu era seu pai, você fez muita bagunça e nunca bati em você". Não ficou só nisso Ian deitou falação trazendo à tona lembranças da existência do  avô que convenceu a todos que era realmente a reencarnação do pai de sua mãe.
   Ian afirma, em suas tagarelices, ter sido em outra existência um policial em Nova York, tendo falecido após ser baleado, quando em determinada noite entrou em uma loja, a Rádio Shack,  momento em que foi surpreendido por dois bandidos que estavam assaltando a loja, tendo um deles sacado uma metralhadora, que trazia escondida no casaco, e disparado na direção do policial, matando-o instantaneamente. Esse policial que sucumbiu diante do tiro do bandido, segundo as lembranças do menino, era ele próprio, e, também  o pai de sua mãe, portanto seu avô.  
   O interessante é que Ian ao renascer trouxe em seu novo corpo as sequelas do tiro que lhe tirou a vida na outra existência, na forma de uma doença rara no coração, que lhe causa grande desconforto toda vez que se excede, ao esforçar-se em demasia, o que provoca desmaios. Por isso Ian já fez 6 operações antes de completar 4 anos de idade. O mais intrigante é que sua artéria pulmonar foi gerada com defeito limitando o desenvolvimento de seu coração no lado esquerdo. Na autópsia feita em sua morte na existência anterior, a causa da morte foi o rompimento de uma artéria pulmonar, coincidentemente, a mesma que provoca o sofrimento do menino.   
Dilukshi Nissanka (Sri Lanka)
    De certa feita Diluskshi Nissankra residente no Sri Lanka disse a seus pais que não era filha deles. Disse, ainda, que tinha seus verdadeiros pais em outro lugar onde morara perto de Dambulla, há seis horas de viagem. Disse,ainda, que houvera caído de uma ponte, que passava sobre um rio, e morrido. 
 Kashuriarachi, mãe de Diluskshi, ficava bastante chocada por entender que sua filha não se sentia parte da família. "Quando comíamos e íamos dormir, ela falava de sua outra vida. Eu me sentia muito mal, ela só falava de sua outra família." diz Kashuriarachi, mãe de Diluskshi.
     Até na escola Montessori, onde estudava, a menina com influencia Budista, falava que seu templo não era ali. 
    O caso ficou conhecido a ponto de ser publicado em um jornal, o que permitiu que, logo após, um senhor chamado Ranatunga reconhecesse que Diluskshi, de acordo com suas descrições, só podia ser sua filha que morrera afogada, algum tempo atrás, ao cair num rio em Dambulla, onde morava.  
   Para tirar às dúvidas a família Nissankra resolveu ir a Danbulla para encontrar a família a qual a menina dizia pertencer. Diluskshi não só reconheceu o caminho como guiou o motorista até a casa em que sua antiga família vivia. Foi um encontro emocionante. Reconheceu, inclusive, o rio em que se afogou que ficava bem perto de sua casa conforme ela mesmo dizia anteriormente.   
Shiromi, a filha de Ranatunga, tinha 6 anos quando morreu afogada ao cair da ponte.

Declaração de voto

 Declaração de voto

   Você eu não sei, mas 'EU' voto em MARCELO LAGE para Prefeito de Nova Iguaçu e RODRIGO LUIZ para Vereador! 

    Não votei em Marcelo Lage, tampouco o conhecia há época da última eleição. Para surpresa minha, se elegeu vereador e a cada dia que passa tem se revelado o vereador que, mais, adequadamente exerce a função de Legislador e Fiscal do Poder Executivo no município de Nova Iguaçu, que são, ao meu modo de ver, as principais prerrogativas de um edil compenetrado com suas atribuições. 

    Rodrigo Luiz - O jovem bacharel em direito Rodrigo Luiz, é um jovem que, ao longo do tempo, se preparou de fato, para exercer mandato em uma casa Legislativa. Nasceu e foi criado em Miguel Couto - Nova Iguaçu - e exerce de forma amistosa uma importante liderança em meio de grupos jovens aqui em nosso município! 

   Nada pessoal contra os outros, mas temos que mudar as coisas, conforme propõe o nosso Presidente da República: Bolsonaro!

     




quarta-feira, 21 de outubro de 2020

Bolsonaro cancela vacina da China

 O presidente Jair Bolsonaro decidiu cancelar o acordo firmado pelo Ministério da Saúde para a compra de 46 milhões de doses da CoronaVac, a vacina contra covid-19 desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan, de São Paulo.

A reportagem do Poder360 apurou que Bolsonaro enviou mensagens a ministros com o seguinte teor:

Alerto que não compraremos vacina da China.

Bem como meu governo não mantém diálogo com João Doria sobre covid-19“.

O presidente e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), são desafetos políticos.

Bolsonaro também manifestou publicamente sua percepção negativa sobre a vacina chinesa. Em resposta a usuários do Facebook, o presidente reforçou que o Brasil não comprará o imunizante da China e falou até em “traição“.





terça-feira, 20 de outubro de 2020

Dia Mundial da Água

 

Por: Wandemberg
Dia Mundial da água
 Dia 22 de março comemora-se o Dia Mundial da Água. Sabe-se que dois terços do nosso planeta é constituído pelo precioso líquido que é um dos primeiros fatores responsáveis pela vida no nosso orbe! Sabe-se, ainda, que apenas 0,008% da água da terra é própria para o consumo humano. Diz-se que no Brasil, que detém em seu território 15% da água potável do mundo, exitem 31 milhões de Brasileiros sem água em boas condições de uso, e, que no mundo cerca de 1 bilhão de pessoas não têm acesso a esse bem  indispensável! Todavia, lamentavelmente, diante da ação predatória dos humanos que teimam em extingui-la, contaminá-la e de não envidar esforço no sentido de providenciar meios para acumulá-la, tratá-la e distribuí-la, já existem prognósticos, extraídos de estudos de que em futuro próximo a água poderá faltar. 
          Os políticos contemporâneos, que, salvo raras exceções, governam e Legislam para si próprios e para seus consorciados, sob os olhos vendados de 'alguns' do judiciário, e outros tantos do Legislativo, de certo, não seguiram os bons exemplos daqueles que no século XIX, fazendo previsão para atender populações de, até, cerca de 150 anos pós sua edificação, construíram o sistema de mananciais e dutos, cuja a água têm fluxo pela 'Linha Preta' atendendo, até hoje, a grande parte da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De tecnologia simples, a água é recebida, pós chuva, em reservatórios na serra e desce por gravidade até seu destino final. Atualmente, em virtude do aumento do número do usuário, para ganhar força, existem "BUSTER", como o edificado em Miguel Couto (Nova Iguaçu), para bombear a água, e fazer com que ela chegue a muitos outro locais. 
  Para mostrar o descaso das autoridades com relação à água, basta lembrar que, há pouco tempo atrás, a prefeitura do Rio de Janeiro(Gestão - Eduardo Paes),  sob a 'cegueira' daqueles que poderiam coibir ato tão ignóbil, inaugurou um lixão(pasmem!) por sobre um aquífero na região da vizinha prefeitura de Seropédica.
A água sai dos tubulões e escoa pra vala!
        O sistema de captação e distribuição de água de Tinguá, hoje sob a égide da CEDAE, pelo que podemos ver, ao longo curso  de suas tubulações, está completamente abandonado. Tempos atrás havia o 'Peão de Trecho', funcionários que devidamente equipado, percorria os trechos da "Linha Preta" desde o manancial até o Rio de Janeiro, fazendo a necessária manutenção. Hoje as tubulações estão  completamente abandonadas. A impressão que fica é que nem existe mais funcionários na CEDAE,  a menos que sejam 'fantasmas'!
      A pouco tempo atrás, sob o silencio do Prefeito de Nova Iguaçu, houve ampla repercussão o fato dos governos Federal e Estadual, fazerem campanha para vender a CEDAE. Eles em nenhum momento consideraram o fato de que á água verte das serranias do Tinguá, aqui em Nova Iguaçu. A explicação é simples: O Governo do Rio de Janeiro deu um grande rombo no Estado e uma das soluções apontadas para equilibrar a economia, foi vender a empresa. Diante de tanta corrupção, apontada no seio político pelo próprio Ministério Público Federal,  seria de bom alvitre, que a instituição investigasse se dentre os pretensos compradores não teria algum político entre os que se esforçam no sentido de vender a empresa. Não seria de admirar! 
         Ultimamente, nem se fala mais no assunto, mas fica um senão! Porque vender uma empresa que dá lucro? De certo seria uma nova versão da história da "Galinha de Ovos de Ouro!".
      Na gestão municipal anterior à atual (Governo do Prefeito Nelson Bornier), houve na Câmara Municipal de Nova Iguaçu,  a CPI da água, que concluiu, que desde 1996, o prazo para a 'exploração' da água de Nova Iguaçu, pelo Rio de Janeiro, havia expirado. A gente não vê o atual Prefeito, Rogério Lisboa,  se pronunciar sobre o assunto, até parece que Nova Iguaçu não tem nada com isso. Mas na verdade tem. Como já foi dito, grande parte da água usada na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, verte das Serranias do Tinguá e do Rio Guandu.
O Milagre da água? 
          Uma pergunta que fica no ar é: Como os governantes conseguem prometer e até levar água a uma determinada região, sem que houvesse a construção de novos mananciais? O sistema de água que abastece a 'Linha Preta' com destino ao Rio de Janeiro, por exemplo, foi feito no Século XIX. Lembro-me muito bem, há tempos atrás, quando em programas de televisão o governo do Estado do Rio de Janeiro anunciava diuturna e compulsivamente: 'Água para o Recreio dos Bandeirantes'. Mas como, se a água dos mananciais existentes estava toda comprometida e, ainda, faltava em várias localidades da Baixada? Por acaso fizeram outros mananciais além dos existentes? Na verdade o que acontece é que, quando em um bairro que sempre teve água, começa a faltar o líquido precioso, é que a água passou a ser desviada por políticos irresponsáveis! 

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Transporte por rios e pela Baía de Guanabara na Baixada Fluminense


Por: Wandemberg
Mobilidade Urbana e suas opções
    Aqui na Baixada Fluminense, falam tanto em mobilidade urbana, no entanto nunca vi um 'sabido' desses sugerir opções para transporte de ’massa’ que não passassem pelas congestionadíssimas vias de asfalto. Parece que não entendem que é disso que temos que fugir. Por isso, longe de me arvorar de 'dono da verdade', me atrevo a mostrar uma antiga alternativa inteiramente viável que, se não resolver definitivamente os problemas surgidos com o congestionamento das principais vias de acesso ao Rio de Janeiro, pelo menos, poderão minimizá-los. Não estamos inventando nada. Esse modelo de transporte já existe há séculos, se trata, apenas, de uma questão de coerência e lógica para o momento
    
Transporte Fluvial e Marítimo
   O transporte fluvial/marítimo, por exemplo, seria uma das soluções plausíveis para algumas das populações das Cidades da Baixada Fluminense se deslocarem para bairros, municípios e cidades localizados nas rotas dos rios e da Baía de Guanabara, em tempo hábil, sem passar por congestionamentos de qualquer ordem. Já pararam para pensar na utilização do  Rio Iguassú (hoje, canal) como 'via de transporte' com destino a Praça Mauá, Praça XV, Caxias, Niterói e inúmeras outras localidades... Já sei que os 'pessimistas de plantão' irão dizer que seria utopia, inviável e muito caro. Caro, nada! Já fiz as contas! Caro seria construir novas estradas! Posso afirmar com absoluta convicção que, o - Custo Benefício - seria altamente compensador! O problema maior residiria em aumentar o volume da água do Rio. No passado o engenheiro Conrado Jacob Niemayer deparou com o mesmo desafio. Resolveu-o ao juntar as águas do Rio Utum e Tinguá ao Iguassú. Feito isso, o Rio Iguassú virou um elo importantíssimo de acesso entre a Vila de Iguassú e a Baía de Guanabara e, por conseguinte, uma importante artéria que conectou o Rio de Janeiro, de forma direta e indireta, com cidades e estados. 
    Aliás, o Rio Iguassú foi a 1ª e grande 'estrada' da Baixada Fluminense. Navegações de porte 'respeitáveis', já, singraram, até o meado do século XIX, por suas águas, transportando gente, mercadoria, movimentando, enfim, seus nove portos, inclusive o, lendário, Porto de Iguassú, cuja ruína ainda se encontra lá em Iguassú Velho. Seria uma ‘volta ao passado’ com embarcações modernas produzidas pela avançadíssima indústria naval dos dias atuais, dotadas de grande conforto, inclusive ar condicionado e aparelho de navegação noturna. Na verdade, se os homens do passado, em pleno século XIX, desprovidos da tecnologia atual, conseguiram, não faz sentido os homens de hoje não conseguirem. Ademais, além do Iguassú, inúmeros outros rios que dão acesso à Baía de Guanabara poderiam ser usados como, o Acari e o Botas, por exemplo... Enfim os rios estão aí aguardando para serem redescobertos. Está na hora de voltar ao passado para resolver problemas do presente! 
    Em outras regiões do país e até em outros continentes, rios e canais são caminhos usados no dia a dia para levar pessoas de uma cidade para outra, por várias razões, inclusive, para atender ao turismo local. Em países como Bélgica e Holanda existem importantes vias de transportes por rios, canais e oceanos (navegação costeira), incluindo uma via, que mostramos em uma foto, onde um rio transpõe outro rio como se fosse um viaduto, onde a água substitui o asfalto, e, os veículos com rodas são substituídos por embarcações. 



domingo, 18 de outubro de 2020

Os Bernardino de Mello e o Casarão da Fazenda São Bernardino

 Os Bernardino de Mello e o Casarão da Fazenda São Bernardino

Por: Wandemberg

  Foi Bernardino José de Souza e Mello, que no século XIX, mandou construir a "Casa Grande" da Fazenda São Bernardino, segundo os historiadores, o ilustre cidadão usou de acentuado requinte ao longo da empreitada. Nas dependências do 'Casarão', tudo fora edificado com esmero: O Salão de Festas, a Capela, o Salão de Música, tetos, portas e janelas...

  Os Saraus, se sucediam, ocasiões em que artistas mais famosos na época se apresentavam. O iguaçuano Ney Alberto, um dos mais conhecidos, dentre os historiadores da "Baixada Fluminense", ao comentar sobre a importância de Bernardino de Mello, nos informa que o Almanak Laemert do ano de 1878, registra seu nome na Presidência da Sociedade Dramática Particular Iguassuense, que era a mantenedora do Teatro na cidade que deu origem a Nova Iguaçu - Vila de Iguassú (hoje, Iguaçu Velho). Ernesto Nazaré, músico famoso, em uma oportunidade, chegou a prestar dileta homenagem ao ilustre Bernardino, ao oferecer-lhe a Polka -"Beija Flor". É importante, contudo, não confundir o Bernardino de Mello que foi o construtor da 'Casa Grande', da referida Fazenda, com seu filho Bernardino José de Souza e Mello Junior, que ganhou nome de Rua no Centro de Nova Iguaçu. Este segundo Bernardino de Mello, foi Vereador e Presidente da Câmara Municipal de Nova Iguaçu no ano de 1908, nos tempos de Maxambomba. A construção atribuída ao filho, foi o prédio da Comarca Municipal em 1908, em Maxambomba, porém o prédio foi demolido, sem que houvesse uma explicação plausível, tempos atrás, nos anos 70.




sábado, 17 de outubro de 2020

A excelência da energia de merda

 

Por:Wandemberg
Monopólio
"Infelizmente somos manipulados pelos grandes monopólios (‘maiores’, inclusive, que as Nações), que em defesa de seus interesses criam fortes tendências através da imposição velada e da ilusão dos sentidos, via propaganda, no objetivo de condicionar o povo e induzi-lo a certas tendências. Tudo isso com a conivência, sem escrúpulos, de governos remunerados para tal. O do petróleo que, ainda, deve mandar no planeta por algum tempo é um desses ‘gestores’ mundial. Enquanto conseguem fazer prevalecer sua matriz energética, massacram quaisquer ideias alternativas que possam colocar em risco, ou ameaçar a perpetuação de seus objetivos". 

A EXCELÊNCIA DA ENERGIA DE MERDA
O Brasil é um País riquíssimo em fontes energéticas, nem precisaríamos usar e contaminar nossas águas e florestas para obter energia. Somente com o lixo orgânico, o Brasil poderia obter energia suficiente para abastecer seus quadrantes e se duvidarem toda a América Latina. O processo? Bio digestor, eis a resposta! 
  Além de produzir energia, essa forma, simples, de transformar dejetos em gás, produz, ainda, bio fertilizante e libera água pura, .
  O processo é simples! Para melhor compreensão, um Bio digestor é como se fosse um insipiente hermeticamente fechado, aonde possa chegar ao seu interior, água e dejetos (estrume, merda, urina, restos de comida, vegetais, folhas; enfim matéria orgânica, tudo que possa entrar em estado de putrefação). Com o passar dos dias acontece um estado de apodrecimento parecido ao que acontece com o ser humano, quando ao sistema digestivo. Com a reação química o gás se volatiza, sobra água, e, surge, ainda, ao fundo, uma camada de massa que é o Bio fertilizante.
  Só para ser ter ideia: Um quilo de estrume de boi gera cerca de 70 litros de gás. Um quilo de excrementos de aves – 135 litros.
  Com o gás produzido poder-se – ia, com um motor de carro,  produzir energia elétrica. Em algumas fazendas do interior do Brasil existem processos integrados interessantíssimos, onde a energia conseguida redunda em conforto e produção em grande escala. 
  Para ilustrar minha escrita lembro aos que acompanharam mais amiúde a Copa de futebol de 2002 - disputa compartilhada nos estádios da Coréia e Japão - quando o Brasil sagrou-se campeão Mundial, o estádio onde nossa seleção disputou a partida final contra os Alemães  apresentava iluminação tão magnífica que chamou à atenção, até,  dos menos atentos. Perplexidade maior foi quando souberam que aquela brilhante iluminação tinha como fonte os banheiros do estádio, onde, coco e urina eram transformadas em biogás. Além da qualidade da luz, a administração do estádio obtinha custo quase zero com a energia usada!
  Essa alternativa energética é tudo que menos interessa aos monopolistas do Petróleo. Já imaginaram pessoas produzindo o gás do fogão e a eletricidade na sua própria residência e, ainda, abastecendo o carro na própria bomba a custo quase zero? 
  Ressalte-se que, vez por outra, nossos meios de comunicação (televisão, principalmente) apresentam gente muito simples mostrando seus inventos automotivos: veículos movido á água, magnetismo, ou a ar.  Fazem demonstração de seus protótipos e depois desaparecem,  e, nunca mais ouvimos falar no tal veículo, muito menos no cidadão. Esses acontecimentos têm gerado as mais variadas especulações: Uns dizem que os monopolistas 'calaram a boca' daqueles, com ‘grana’. Outros que 'calaram a boca' dos inventores, com 'chumbo', para evitarem futura concorrência, enfim, não sabemos. A verdade é que os inventos desaparecem tão rápido quanto aparecem, e, que qualquer pessoa de inteligência mediana, poderia chegar a conclusão que são inventos plausíveis, e, que, se forem produzidos em maior escala, de certo, poderão, a curto prazo, criar um grande impacto no monopólio mundial do petróleo.
  Durante o regime militar a Marinha do Brasil e a EMATER desenvolveram protótipos de biodigestores, que poderiam ser usados pela indústria nacional.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

VIAGEM ÀS RUÍNAS DA CIDADE ESQUECIDA NO ALTO TINGUÁ

 Por: Wandemberg


De certa feita ao ler um artigo escrito por Ney Alberto, tomei conhecimento da existência das ruínas de um arraial pertencente à Vila de Iguassú (hoje Nova Iguaçu), que estaria localizado em algum ponto dos 26.000 hectares da Reserva Biológica do Tinguá. Segundo o historiador, a Freguesia de Nossa Senhora de Santana das Palmeiras alcançou seu apogeu no final do século XIX. Soberana no alto da serra, tinha clima ameno e era considerada uma espécie de Petrópolis Iguassuensse, onde os nobres da corte, comerciantes e detentores das benesses do Império veraneavam. Além disso, por estar localizada às margens da Estrada Real do Comércio era parada obrigatória para tropa de muares e tropeiros, que traziam grãos, gado e outras mercadorias vindas do Alto Paraíba, com destino parcial aos portos do Rio Iguassú, onde seriam transferidas em embarcações para a Província do Rio de Janeiro.
Com o passar dos dias minha curiosidade para obter mais informações sobre aquela cidadezinha esquecida pela história aguçou e se transformou numa tremenda compulsão. Cada vez que olhava para as serras que compõem o aglomerado de protuberância do Alto Tinguá, uma pergunta surgia de pronto. Onde estará o que sobrou da Freguesia de Nossa Senhora de Santana das Palmeiras que em tempos passados fora a majestosa princesinha iguassuense? Como fazer para visitar suas ruínas? Procurá-la, seria como procurar “agulha no palheiro”!
Em verdade quase ninguém tinha conhecimento da existência da Freguesia, tampouco sabia informar como chegar às ruínas.
Um dia, porém, ao tomar cerveja num bar em Tinguá escutei uma conversa entre duas pessoas que tudo levava a crer serem caçadores. Falavam a respeito das ruínas de uma igrejinha e de um cemitério, cerca de 1.110 metros de altitude Estrada Real do Comercio, acima. Era ela! Só podia ser ela, a magnífica estrela de primeira grandeza dentre as freguesias que formaram um dia a Vila de Iguassú. Daquele momento em diante ao invés de procurar pela Freguesia de Nossa Senhora de Santana das Palmeiras (que ninguém conhecia), passei a procurar, tão somente, pelas ruínas da igrejinha ( que alguns sabiam da existência). Logo comprovei com o pessoal do IBAMA que, Santana das Palmeiras e as ruínas da igrejinha, se tratavam da mesma coisa, conforme passei a desconfiar após ouvir a conversa dos supostos caçadores!

EM BUSCA DA CIDADE ESQUECIDA
Em dezembro de 2005 consegui pegar uma carona numa viatura de inspeção do IBAMA e finalmente chegar aos “pés” das ruínas.
Elton era quem dirigia Estrada Real do Comércio acima, a pick-up Toyota, com tração nas quatro rodas, forte que só um tanque das “Divisões Panzer”. Além do motorista, de Marcio das Mercês, tinha ainda como passageiros, Cosme, então presidente da Ong Ehren, Zazá e Renato, que a exemplo de Elton faziam parte de um grupo de voluntários do IBAMA (hoje Instituto Chico Mendes).
O cenário que se descortinava aos nossos olhos era deslumbrante. Diante de tantas belezas a própria palavra beleza e suas congênere perdiam sentido. Daquele momento em diante, nascia em mim a certeza que uma nova palavra precisava ser inventada, somente, para descrever os encantos da REBIO TINGUÁ. Como paliativo já havia sido inventada a máquina fotográfica digital. Pelo menos guardaríamos no papel as imagens registradas, mas como registrar a fragrância exalada pela orquídea baunilha que, de forma inebriante, perfumava o ar?
Finalmente deparamo-nos com o que restou da cidade esquecida. Pura emoção, até o pessoal do IBAMA, afeitos aquelas imagens, ficou estático por breves momentos em singela reverencia às ruínas . Era como se estivéssemos diante de uma Divindade. Reinava um silencio profundo. Os próprios pássaros ruidosos como “só”, pareciam ter ficado em silêncio para celebrarem o encontro. A moribunda torre do sineiro da igreja ainda guardava um “Q” de “Majestade” passando-nos a impressão de insistir na vã tentativa de sobrepor-se a copa das árvores. Passados os segundos de ‘êxtase’, o comportamento do grupo voltou ao normal e o som do silêncio absoluto deu lugar ao som passível de ser aferido em decibéis, até os pássaros voltaram a gorjear!

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Ney Alberto o inesquecível Avatar


 

Ney Alberto o inesquecível Avatar

Por: Wandemberg
   De certa feita, lá pelos anos 60 , para que pudéssemos fazer o ginasial (eu e mais cinco irmãos), meu pai alugou uma casa, em uma avenida, próximo ao centro de Nova Iguaçu, na antiga Rua Treze de Maio (hoje, Luiz Guimarães). Em Miguel Couto onde morávamos só havia nas escolas o curso primário, daí o ‘velho’ chegar à conclusão que ficaria mais barato pagar aluguel do que passagens de ônibus (naquele tempo não havia, ainda, a gratuidade para os estudantes). A ideia era, nos finais de semana, voltarmos para a casa que ficou vazia em Miguel Couto para ‘matar’ a saudade do local onde nascemos, regressando na segunda- feira enquanto a vida seguia seu curso... 
 Em Nova Iguaçu fui estudar no Colégio Afrânio Peixoto, onde vi pela primeira vez Ney Alberto que, um dia, entendi tratar-se de um 'AVATAR'. Era hora do recreio e, ele, conversava, animadamente, com o diretor - o saudoso professor Ruy Afrânio Peixoto e com outro homem que tinha os olhos rasgados como um oriental. Mais tarde, fiquei sabendo tratar-se de Waldick Pereira, talvez o maior parceiro de aventuras do Ney. 
   
    Atrapalhando à 'pelada' na Treze de Maio
    A segunda vez que o vi, foi nas proximidades da nova residência na Rua Treze de Maio. Eu, que sempre ‘falei’ razoavelmente bem o ‘idioma da bola’, não tive dificuldade para me enturmar com os novos amigos e jogar na ‘pelada’ que havia diariamente na rua. Numa dessas, no auge da 'correria',  um dos componentes deu a célere ordem de ‘parar a bola’, como era praxe quando vinha alguém passando... De pronto reconheci o passante. Era a mesma pessoa que participara do papo a três no Colégio. Naquele momento fiquei sabendo que o professor Ney Alberto viera à casa de Waldick que, coincidentemente, era meu vizinho. Vez por outra Ney Alberto ia lá à ‘minha rua’ visitar Waldick. Chegava, sumia na avenida onde morava seu amigo, e, depois saiam os dois conversando de tal maneira absortos pela conversa que mal se davam conta do que se passava ao redor. Eram vistos por uns como super heróis (eu me enquadrava nesse grupo), por outros, os mais ajuizados, como dois malucos que, entre outras coisas, desafiavam as matas das serranias do Tinguá.
    O tempo passou, inexorável, como sempre, e  a compulsão em fazer jornal me tomou. Um vício do qual não pretendo me abster, diga-se:  Primeiro foi a Tribuna de Miguel Couto; depois  foi o Expresso Esportivo; aí  veio a Folha do Iguassú, e agora estou às vias de inaugurar um outro, não mais em 'papel jornal', mas, em forma de site, que já tem até nome: Nova Iguaçu & Adjacências, posto que, me parece, que mediante a concorrência do computador, do celular e da televisão, o jornal vendido nas bancas  se encontra em fase de extinção.
   
       Me apresentando ao Ney
       Três anos atrás e cerca de cinquenta anos após vê-lo pela primeira vez, resolvi visitar Ney Alberto na Casa de Cultura onde trabalhava, para conhecê-lo (de fato) e apresentar meu jornal da época. A essa altura, eu mesmo, já escrevia na ‘Folha do Iguassú’ sobre a história da Baixada com matérias compiladas de um site que narrava informações fornecidas pelo próprio Ney e por outros historiadores. Quem diria? Encontrei-o ‘catando milho’ numa antiga Olivetti mecânica. Quem visse a cena e não soubesse de seus predicados, jamais poderia supor se tratar de um gênio. Arrisquei convidá-lo para escrever coluna no jornal, na condição de colaborador, e, para minha surpresa, aceitou de pronto. Bendito momento! 
  Agradecido, generoso e prático - quando já fazia um ano e pouco que Ney escrevia na Folha, chegou para mim e disse que iria receber uma indenização a qual usaria para publicar um livro, com matérias curtas e sem sequência, que serviriam, inclusive, para que eu as usasse para publicar no jornal, a meu bel-prazer, e, que queria, ainda, me dar coautoria na obra. Agradecido, alegava que antes de escrever na Folha andava meio desmotivado e após ter sua coluna no nosso jornal readquirira o entusiasmo dada a repercussão obtida.  Não só recusei como fiz ver a ele que, se alguém devia alguma coisa ao outro esse alguém era eu, não ele. Nesse momento passou-me às mãos a brochura do livro com  dedicatória à minha pessoa, um tesouro que usarei em seu nome, para mostra seu trabalho e a verdadeira história da Baixada Fluminense às próximas gerações, se Deus assim o permitir!
     Uma 'Figuraça'
   O Ney era uma ‘figuraça’, uma vez, a título de provocação, pedi o número de seu telefone celular. Prá que? A resposta veio como um ‘tiro’: "Se me ver algum dia com telefone celular enfiado na orelha manda botar Camisa de Força porque estarei maluco". Ney, também, não usava computador, não gostava de dirigir carro e da maioria das coisas que pudesse ser considerada consumismo compulsivo...
   Dois ou três meses após seu falecimento em junho de 2012, a viúva Dona Ana, com o apoio do Juiz da sétima vara da família Dr. João Damasceno, 'lançou' um livro, deixado em brochura por Ney Alberto, no saguão principal do Fórum de Nova Iguaçu - DEUS NOS LIVRE DA POLÍTICA DE IGUASSÚ. Era o tal livro que Ney, gentilmente, queria me conceder coautoria, e que eu não aceitei por não achar justo. 
  Fui convidado e compareci, era um sábado, mas devido se tratar de um motivo histórico para Nova Iguaçu havia muita gente, ainda mais que, o Estado do Rio de Janeiro se aproximava de mais uma eleição para Prefeitos e Vereadores e os candidatos estavam em plena campanha, assim compareceram ao ato os candidatos à Prefeito por Nova Iguaçu: Nelson Bornier e Sheila Gama, num local onde foram estabelecidas filas para que pessoas se apossassem de um exemplar do livro com assinatura de Dona Ana(viúva). Foi aí que tive a maior surpresa da minha vida, quando localizei na sétima página do livro, intitulada " Ao Leitor " uma homenagem de página inteira à minha pessoa. Amigo, quase pirei de emoção!
  Ney Alberto, na minha maneira de ver, foi um homem que não passou pelo planeta em vão, em sua trajetória, deixou, isto sim, um vasto legado para o povo da Baixada Fluminense.
                                                Para mim o Ney era um AVATAR!

sexta-feira, 31 de julho de 2020

A origem de Nova Iguaçu


A origem de Nova Iguaçu
Por: Wandemberg

"No princípio era Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú...depois passou a se chamar Vila de Iguassú ... virou Maxambomba ...hoje é Nova Iguaçu!"  
     Penso que para falar do surgimento de Nova Iguaçu, esse município fantástico que entre outras coisas abriga um dos 'biomas' de Mata Atlântica mais bem preservado do país, se faz necessário fazer um comentário, mesmo que breve, sobre o - Rio Iguassú - que nasce nas Serranias de Tinguá e vê o fluxo de suas águas se juntar às águas salgadas da Baía de Guanabara, lá pelas bandas de Caxias (município que já fez parte de Nova Iguaçu, porém foi um dos primeiros a emancipar-se (1943), passando  ser "cidade"). Se faz necessário, ainda, dizer que este Rio, no passado, foi a primeira 'estrada' para se chegar, no menor período de tempo possível, à área geográfica que hoje chamamos de Nova Iguaçu. Além do mais, eram por suas águas que iam e vinham insumos e mercadorias, de toda ordem, no trânsito em direção ao Rio de Janeiro e, em direção oposta, ao interior, e, ainda, para alguns outros estados do Brasil.
    Outro detalhe que poucos sabem: No princípio o Rio Iguassú era bem mais largo. Em seu leito sinuoso, suas águas  serpenteavam, pacientemente, no trajeto em direção ao oceano. Jacob Conrad Niemayer (engenheiro militar), o mesmo que foi responsável pela construção da Estrada Real do Comércio (primeira estrada para transporte de grãos no Brasil) foi chamado pelo Governo para dar um jeito de aumentar o volume das águas desse Rio, com o fito de facilitar a navegação. Assim, o eficientíssimo engenheiro, cumpriu galhardamente a missão ao juntar as águas dos Rios Utum e Tinguá ao Rio Iguassú. Logo logo, o referido Rio passou a receber em seu leito embarcações de considerável "calado" e com autonomia para navegar, ainda, pela Baía de Guanabara, fazendo 'parada' em seus portos, preferencialmente, aportando no 'Porto da Prainha', na cidade dita "Maravilhosa!". 
      
             SUAS TERRAS
      Em terras pertencentes à Capitania de São Vicente, surgiram Freguesias (a molde de Portugal) aqui na região, hoje, conhecida como Baixada Fluminense, sendo a de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú, criada em 1719, a mais importante de todas. Era conhecida, ainda, como Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Caminho Velho, devido ao fato de suas terras se estenderem até às "Minas Gerais". Quando Tiradentes veio para a côrte no Rio de Janeiro  para ser julgado e posteriormente condenado e enforcado, foi por este caminho que foi conduzido. 
         VILA DE IGUASSÚ
     Mais 'tarde', lá pelos idos do século XIX, mais precisamente em 15 de janeiro de 1833, em razão da acentuada prosperidade, a Freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, foi elevada a categoria de Vila, com o nome de Vila de Iguassú, tendo sido instalada em 27 de julho do mesmo ano e passando a ser sede de um município composto por, além da Vila de Iguassú, pelas Freguesias de Inhomirim, Pilar, Santo Antônio de Jacutinga, São João de Miriti e Marapicu. Entretanto, devido às reações de parte de algumas outras Freguesias cujos políticos enciumados reivindicavam para as Freguesias as quais representavam o direito que foi concedido à Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, essa freguesia perdeu, momentaneamente, às prerrogativas de 'Vila' pela Lei Provincial de 13 de abril de 1835. Os habitantes locais não se conformaram e voltaram a lutar, tendo seus esforços recompensados com a aprovação definitiva, e, a Freguesia  voltou a ser Vila, com a renomeação de "Vila de Iguassú", agora, sim, sede da área que viria a se chamar um dia Nova Iguaçu.
         Diante do novo 'Status', de sua privilegiada localização ao lado direito do Rio Iguassú, caminho aquático que a partir da Baía de Guanabara dava acesso àquela Vila, e tendo, ainda, o ponto inicial da Estrada Real do Comércio (a primeira estrada para transporte de grãos do Brasil) bem no coração de seu mapa, não poderia haver outro desfecho a não ser o significativo e acelerado progresso que se deu naquela localidade. O fato é que, em breve período de tempo, a Vila, além da sua autossuficiência produtiva, passou a ser considerada, ainda, uma das mais destacadas mantenedora agrícola da Cidade do Rio de Janeiro. Mas, não ficou só nisso, além da agricultura, ganhou desempenho outros setores de atividades local, traduzidos no surgimento de:  fábricas de móveis, bares, hotéis, fórum, delegacia, cadeia pública, olarias, câmara de vereadores,  cartório, e outras necessidades inerente a uma verdadeira cidade. 
   
      Entre burros, barcos e trens!
    Há, ainda, que se considerar como um dos principais fatores que muito ajudou a levar Nossa Senhora da Piedade de Iguassú a se destacar em relação às demais Freguesias, o fato de neste local se dar uma interessante conexão entre o transporte fluvial/marítimo e, o tosco transporte executado em lombo de burros conduzidos por 'Tropeiros'. Eu explico! As mercadorias chegavam do interior aos portos do Rio Iguassú, com destino ao Rio de Janeiro, via Estrada Real do Comércio, após cruzar às serranias do 'Alto Tinguá' (Serra de Santana, Serra dos Caboclos e Vera Cruz). Tais encomendas eram remetidas de diversos lugares e vias: Cidades e municípios de Minas, Goiás, São Paulo, e, tantas outras localidades; muitas delas, vindas pelo Rio Paraíba do Sul, sendo repassadas para os tropeiros. Assim, nos Portos do Rio Iguassú, os 'tropeiros'' deixavam as mercadorias em armazéns para que elas fossem 'romaneadas' e transportadas por embarcação fluvial/marítima com destino ao Rio de Janeiro. Em sentido contrário, quando as mercadorias vinham do Rio de Janeiro em direção ao interior, eram as embarcações que traziam as mercadorias para os portos do Rio Iguaçu( esse rio tinha 9 portos), para dali serem levadas aos destinatários no interior, em 'lombo dos burros'.  👈

              O Retrocesso da Vila
Porto do Iguassú
   Tudo ia muito bem naquela Vila:  Seus portos, o Rio Iguassú, a produção agrícola, o comércio... Porém no ano de 1891, no final do Século XIX, com a inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II, que ia de Pouso dos Queimados até a Central do Brasil, tudo mudou de forma considerável. 
    Doravante, o transporte em tropas de burros perdia espaço de Pouso dos Queimados para 'baixo',  para o, então, revolucionário 'trem à vapor', onde, em seus amplos vagões de carga, as mercadorias, em grandes volumes, eram acomodadas e rapidamente transportadas. O novo transportador, por razões óbvias, não precisava se submeter à lenta transposição das Serras em direção aos Portos do Rio Iguassú, como era o caso dos tropeiros e suas tropas de burros, fato este que permitia que etapas fossem eliminadas. Tampouco, 'perdia-se tempo' com as mercadorias sendo guardadas em armazéns à espera de embarcações, posto que, agora, o trem recebia  às mercadorias do lado contrário das serranias, sem que houvesse necessidade de atravessá-las, nos lombos dos burros, para  embarcá-las nos portos do Rio Iguassú. Simplesmente, já saiam direto para o Rio de Janeiro, ademais, em suas rodas de aço sobre trilhos, o novo meio de transporte, seguia o itinerário onde predominavam às  linhas retas, chegando rapidamente ao destino no Rio de Janeiro, ou, em direção contrária a Pouso dos Queimados, onde, aí sim, os tropeiros assumiam o transporte das mercadorias com destino ao interior.  
   Maxambomba uma nova realidade
   Para falar a verdade, o advento do trem na Estrada de Ferro Dom Pedro II, se de um lado promoveu com acentuada rapidez o progresso de um modesto arraial, onde havia um Engenho de Açúcar, por outro lado, praticamente, decretou o "Estado de Falência" da Vila de Iguassú: limitando, sobremaneira, o transportes em tropas de burro e a navegação fluvial/ marítima no Rio Iguassu. Com isso a Vila reduziu acentuadamente seu movimento. Como se não bastasse, problema ainda maior teve lugar naquela, até então, próspera localidade. A falta de embarcação que antes, entre outras coisas, serviam para 'chacoalhar' às águas, permitiram que as águas do Rio Iguassú se tornassem quase totalmente paradas, formando criadouros de insetos e, como consequência, uma terrível epidemia (Cólera Mórbus) dizimou grande parte da população dentre os que não conseguiram fugir à tempo em direção à outros arraiais, como por exemplo: Maxambomba, Santana das Palmeiras, ou outras localidades distantes do Rio infectado. A Vila repentinamente, se tornou uma localidade bucólica!  
      Para acabar com a 'mosquitada' no Rio Iguassú, o governo foi obrigado a se valer de uma sofisticada, pra época, obra de dragagem com o objetivo de dar velocidade ao fluxo das águas, priorizando o estreitamento e eliminando suas continuadas curvas, dando ênfase, assim, às linhas retas, transformando o Rio Iguassú, praticamente, em um canal para dar mais velocidade a água, para que ela não mais se acumulasse. Resultado: O Rio Iguassú, hoje, pode ser considerado um 'canal'. 
  O Trem
     Com o trem: outras estações, novos bairros, redes de comércio,  e um grande número de iniciativas pras 'bandas' da Serra de Madureira, onde uma 'estação de trem', dado à sua posição geográfica, passou a chamar a atenção pelo acentuado crescimento no seu entorno: "Maxambomba", que nascera para ser um 'Engenho de Açúcar, 'do dia pra noite', ganhou notoriedade ao passar a ser uma "Estação de Trem",  tomando a frente do progresso na orla da recém inaugurada ferrovia e credenciando-se, assim, a ser a sucessora da Vila de Iguassú. Mediante à nova realidade, Maxambomba foi elevada à categoria de Vila, e, por conseguinte, sede do município, em 1 de maio de 1891. No mesmo ano, em 19 de junho, foi agraciada com 'foros' de Cidade, passando em 9 de novembro de 1916 a denominar-se Nova Iguassú (com dois esses), algum tempo depois Nova Iguaçu (com cedilha). 


sexta-feira, 29 de maio de 2020

De Certa Feita


Matéria publicada em 09/01/ 2012

Série: De Certa Feita...
Por: Wandemberg

Esperando o trem
 De certa feita, nos idos de nossa adolescência, aguardávamos na estação de Miguel Couto ‘felizes da vida’ a chegada da ‘Maria Fumaça’, quando um apito continuado atiçou nossa impaciência. Já dava pra ver no céu das ‘bandas’ de Itaipu, uma estação antes, o rastro de fumaça negra, expelido pela chaminé da máquina vir em nossa direção evolada pelo vento. Poucos minutos depois a composição atravessava, chiando e esfumaçando qual “chaleira destrambelhada”, o “mata-burro” da estação, tendo a conduzi-la o sorridente Silvio Maquinista. Já contei aqui uma história fantástica sobre o saudoso Silvio – O trem Fujão - quando numa cena patética seu trem, que se encontrava em manutenção, saiu de Cava sem maquinista à bordo em direção á Tinguá. Nosso herói, simplesmente, saiu correndo atrás até alcançá-lo numa ladeira próximo a Fazenda São Bernardino. Um dia desses, conto outra vez.

Era uma Alegria
 O trem era um de nossos brinquedos favoritos além da bola de futebol, dos rios, dos laranjais, caça às rãs... Era uma alegria quando a ‘molecada’, principalmente no verão, ia passear em Tinguá, Jaceruba ou Rio D’Ouro. Como sempre acontecia não sabíamos ao certo para qual das três localidades iríamos, tampouco queríamos saber! Quando chegasse à Vila de Cava, duas estações após Miguel Couto(estação em que morávamos), o trem, ou seguiria em linha reta com destino para Rio Douro e Jaceruba, ou tomava a bifurcação à direita rumo a Tinguá. De certo, uma dessas três localidades seria nosso destino. O objetivo era antes de tudo nadar nas águas translúcidas, embora que bem frias, de rios da região da 'Serra dos Caboclos'!
 No interior do vagão o som da competição dos vendedores ambulantes bombardeavam nossa audição, com suas ‘chamadas peculiares’ anunciando seus produtos, ao tempo que aguçavam, cada vez mais, nosso apetite voraz de adolescente: “Olha, o bolinho de aipim!” anunciava um / “...amendoim torradinho!”, anunciava outro / “Bala de coco, quem vai querer?” / “Olha o pirulito de mel!” / “...pastel quentinho, vai querer? ...?”.

Folia de Reis entra no trem em Vila de Cava
  Na estação de Vila de Cava, uma 'Folia de Reis', inteira, entrou no vagão que antecedia ao que nos encontrávamos. Daí em diante o barulho da tagarelice dos ambulantes passaria, tão logo o trem desse partida, a sofrer a concorrência de mais uma zoada: a dos foliões - com a cantoria, com o som da sanfona de oito baixos, o acorde da viola, o tilintar do cilindro, do bumbo e dos versos rimados do palhaço, sem falar, é óbvio, do barulhento 'thec thec' da máquina, adicionado por vezes ao som do atrito metálico das rodas nos trilhos. O trem apitou, saiu e, logo, bifurcou para à direita. Agora sim, finalmente, estávamos certos que iriamos para Tinguá.

O Casarão da Fazenda São Bernardino
 Tendo a janela como moldura, admirávamos o cenário bucólico, porém deslumbrante. Não demorou muito e tivemos um encontro histórico com as imagens magníficas vertidas pelas Palmeiras Imperiais, enfileiradas duas a duas, tendo ao fundo o imponente e histórico casarão da Fazenda São Bernardino, ainda inteiro, antes do incêndio criminoso que anos depois destruiu 95% de sua edificação. Mais à frente o canal Iguaçu, que um dia foi rio e, também, a primeira estrada fluvial da Baixada Fluminense, perdendo o ‘status’ de rio e seus meandros para um leito, agora, constituído por linhas retas, como solução para exterminar às pestes que assolaram a região no final do século XIX (Cólera Mórbus, Malária). Próximo, os postes do telegrafo davam a falsa impressão que eram eles, e não o trem, que estava em movimento. Ao longe muitas cabeças de gado, toscas moradas, córregos, hortas, pomares. Bem mais ao fundo os matizes dos verdes da serrania se sucediam do mais claro ao mais escuro até morrer, bruscamente, nas linhas sinuosas que o separavam do azul claro do céu, tingido, em alguns pontos, por umas poucas nuvens esbranquiçadas e que juntos, ao amarelo ouro do sol a pino, lembravam a bandeira do Brasil. Tudo por ali, era esplendido e, dizia da Pátria amada!
 Mergulho no Rio Tinguá
 Ao chegamos ao destino, de tanta alegria, mal sabíamos para onde correr. Logo apareceu uma bola e armamos uma “linha de passes” ali mesmo na pracinha ao lado da Estação, sob os olhares desaprovadores dos moradores locais, até nos lembrarmos que as águas límpidas e geladas do Rio Tinguá nos aguardavam e, saímos em correria, para o sempre apoteótico e acrobático mergulho inicial.