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quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Seu filho tem transtornos de aprendizagem ou apenas uma dificuldade?

Dr. Clay Brites, neuropediatra do instituto NeuroSaber
Joyce Nogueira
 Seu filho tem transtornos de aprendizagem ou apenas uma dificuldade?
  Quando estão em período escolar, é comum algumas crianças apresentarem certas dificuldades. Mas como saber se essa complicação é ou não um transtorno? Pais e professores também se deparam com esse questionamento. Segundo especialistas, família e escola devem ficar atentos para que os pequenos não sejam vistos como preguiçosos ou desinteressados.
  De acordo com o Dr. Clay Brites, neuropediatra do instituto NeuroSaber, os transtornos de aprendizagem são distúrbios de desenvolvimento que levam a uma incapacidade de aprender normalmente. Isso acontece devido a falhas no processamento cerebral da informação por meio da leitura, escrita e matemática.
    -Normalmente inteligentes, estas crianças não conseguem processar informações veiculadas por símbolos gráficos ou numéricos e por meios que exigem organização sensorial ou espacial - ressalta.
  Clay explica que existem dois tipos de transtornos de aprendizagem: o não verbal e o verbal. Segundo o profissional, o não verbal está relacionado com problemas de percepção sensorial, ou seja, um bom processamento tátil. Ele comenta que a criança tem também muita dificuldade de perceber situações de orientação espacial ou com o raciocínio matemático. “Mas não nos números em si, mas em como esses números são representados no espaço.”
 Sobre os transtornos verbais, o neuropediatra diz que eles são divididos de quatro formas: Dislexia, Disortografia, Discalculia e Disgrafia. Brites esclarece que a discalculia é uma desordem neurológica onde é afetada a habilidade da criança de compreender e lidar com os números e operações matemáticas. Já a disortografia é a incapacidade de seguir gramaticalmente a linguagem. “Ela se manifesta com erros de concordância e pontuação”.
  Em relação à disgrafia, o neuropediatra explica que se trata da dificuldade crônica e persistente na habilidade motora e espacial da escrita. Ela é caracterizada por uma grafia sempre ruim e alterada e que gera um constante incômodo em quem escreve. “E a dislexia é caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração”.
  No entanto, há outros problemas que também podem atrapalhar as crianças sem que os pais se apercebam, é o que alerta a psicopedagoga Luciana Brites, uma das fundadoras do instituto NeuroSaber.
  - Antes de pensar no diagnóstico como transtorno, é importante que os filhos tenham acompanhamento médico, pois as dificuldades de aprendizagem podem estar relacionadas aos problemas de visão, audição, má alfabetização e até mesmo a questões afetivas dentro da família - destaca.
 Para ela, é essencial que pais observem com cautela as crianças e que os profissionais da educação possam estar capacitados. “Caso contrário, os sintomas podem ser pormenorizados ou podem banalizar tudo, achando que qualquer problema se trata de um transtorno de aprendizagem”.

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