Prefeito Nelson Bornier defende a privatização do Arco Metropolitano
O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, defendeu a privatização do Arco Metropolitano, que corta parte dos municípios da Baixada Fluminense, como saída para a solução de uma série de problemas que passam pela falta de gestão, conclusão das obras inacabadas, insegurança e ocupação desordenada em alguns trechos da rodovia federal.
“Tem que terminar as obras do Arco e cobrar responsabilidade. Mas, se não há dinheiro, o que fazer? Criar concessão e dar realmente a alguém para poder tocar essa obra, conservar, sinalizar, administrar, fiscalizar e fazer o que mais tiver de ser feito”, sugeriu.
Bornier participou nesta segunda-feira (29) do debate sobre ocupação e segurança no entorno do Arco Metropolitano, promovido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), em Duque de Caxias.
“Não temos dúvidas sobre a importância do Arco para o desenvolvimento da Baixada Fluminense, sobretudo, de Nova Iguaçu. Mas o projeto não pode ficar nas mãos do Estado, do DER....Alguém tem que administrar, já que o Governo Federal não tem condições de administrar o restante das obras a serem feitas. Tem que haver uma concessão”, disse.
Para Bornier não é verdade que haja tanta ocupação irregular no trecho de Nova Iguaçu, cortado pelo Arco Metropolitano, conforme tem sido noticiado na Imprensa. Segundo ele, loteamentos legalizados, sobretudo em Vila de Cava, região mais atingida pelas obras da nova rodovia, já estavam lá, muito antes da chegada do empreendimento.
“As prefeituras têm interesse em preservar e manter a ordem, bem como ajudar a solucionar os problemas do Arco. Até porque, no caso de Nova Iguaçu, são mais de 6 milhões de metros quadrados de áreas disponíveis para implantação de novas empresas. “Mas, quem seria, hoje, responsável, além da Prefeitura, pela autorização de funcionamento, por se tratar de uma área de competência do Governo Federal?”, questionou.
FRONTEIRA DO DESENVOLVIMENTO
Na avaliação do secretário estadual de Transportes, Carlos Osório, é no Arco Metropolitano do Rio de Janeiro que está a nova fronteira do desenvolvimento do estado. “E para que ele se potencialize, todos nós, estado, prefeitura, União e sociedade civil têm que dar as mãos”, conclamou.
No entendimento do secretário, o Rio de Janeiro e a Baixada Fluminense têm uma grande vocação para ser o centro, a plataforma logística de classe mundial do Brasil. “Nós temos rodovias, áreas para desenvolver, entroncamentos de importantíssimas rodovias federais e também da malha ferroviária, além de portos e aeroportos”, explicou Osório, frisando que o Arco Metropolitano é a espinha dorsal da conexão desses sistemas de transporte.
“O novo desafio, agora, é manter, cuidar e garantir que o projeto atinja sua plena capacidade, potencializando ao máximo o desenvolvimento da região da Baixada Fluminense”, defendeu o secretário, para quem as intervenções no Arco Metropolitano mais parecem obra de igreja, numa alusão aos mais de 23 quilômetros de rodovia ainda não concluídos, em Itaguaí e Itaboraí.
“Temos que ser criativos e encontrar outras alternativas que viabilizem este investimento”, conclamou.
CARDOSO: O ARCO É UM PRÉDIO SEM PRIVADA
Diretor-executivo da Câmara Metropolitana, o arquiteto Vicente Loureiro disse que o grande desafio é saber o que fazer juntos, o mais rápido possível, empresários, sociedade, governo, municípios e a própria União, diante das condições econômicas e da conjuntura que o país enfrenta atualmente, para que o Arco Metropolitano cumpra as funções para as quais ele fora projetado.
Segundo ainda Loureiro, é preciso preservar o entorno do Arco Metropolitano para atrair investimentos, incentivando atividades vocacionadas ao desenvolvimento urbano, sejam elas industrial, logística ou mesmo habitacional.
Já prefeito Alexandre Cardoso, de Duque de Caxias, que cobrou “ousadia” dos debatedores em busca de solução, disse que questões envolvendo ocupação desordenada e insegurança são consequência e não causa. Na sua avaliação, o problema do Arco Metropolitano deve ser discutido politicamente e não tecnicamente.
“O debate hoje é (saber) como nós encontramos solução para uma joia chamada Arco rodoviário, que, na verdade, é um prédio (em) que não colocaram a pia, a privada, a cozinha e, que, se não colocar, aí sim, vai ter uma ocupação desordenada”.
Ainda na avaliação de Cardoso, “a discussão é sair do verbo para a verba”. Segundo ele, a questão do Arco Metropolitano não está na segurança e tampouco na ocupação desordenada.
“Eu acho que não se tem que encontrar a Geni; acho que a gente tem que dar as mãos, saber que muita gente errou e, por isso mesmo encontrar uma solução conjunta. Não adianta dizer que a culpa é do governo federal, estadual ou municipal e procurar a Geni. Quem procura a Geni não quer solução”, foi categórico, afirmando que a Baixada raramente, foi tratada com respeito.
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