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| Sergio Rodrigues de Oliveira(ex- morador de rua) |
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A secretária Cristina Quaresma e o defensor público federal, Jorge Pinho, falam sobre o trabalho no NAC |
População de rua de Nova Iguaçu é atendida por defensores públicos da União
Devolver a cidadania e acabar com a discriminação de moradores de rua tem sido um dos esforços da Prefeitura de Nova Iguaçu. Há cinco meses, a Secretaria de Assistência Social (Semas) disponibiliza no Núcleo de Atendimento ao Cidadão (NAC), localizado na Rua Dr. Luiz Guimarães, nº 956, no Centro, atendimento para pessoas em situação de rua com defensores públicos federais. O trabalho que é realizado toda segunda-feira, das 13h às 17h, tem como objetivo emitir a documentação dessas pessoas, além de facilitar o pedido para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e Bolsa Família, por exemplo.
De acordo com a secretária da Semas, Cristina Quaresma, Nova Iguaçu se preocupa de verdade com as pessoas em situação de rua. “Muitos acham que o BPC, que é um benefício da Política de Assistência Social, é uma garantia apenas de idosos e pessoas com deficiência. Aqui, acabamos com a burocracia e em poucos dias o requerente recebe sua documentação e tem seus direitos de cidadão de volta. Fico muito feliz em poder ver este trabalho sendo desenvolvido com tanta rapidez e responsabilidade”, afirma Quaresma.
O defensor público federal Jorge Pinho parabeniza a estrutura oferecida pela Prefeitura de Nova Iguaçu. “Trabalhamos aqui com excelentes equipamentos e todo apoio técnico necessários. Esta preocupação da Prefeitura é essencial. Vejo como um começo, pois sem documentação, a pessoa mal consegue atendimento básico de saúde, por exemplo. Quando um morador de rua passa a receber o Benefício de Prestação Continuada, ele deixa de ser um cidadão gerador de despesa e se torna um contribuinte com renda fixa e fazendo a economia do município girar”, avalia.
Em Nova Iguaçu, a população em situação de rua também conta com o trabalho do Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua, mais conhecido como Centro Pop. O espaço que funciona na Rua Arábe da Síria, nº 136, no Centro, possui uma equipe de assistentes sociais e educadores que fazem abordagens diárias. No Centro Pop, além de orientação, os usuários recebem alimentação, roupas novas e encaminhamento para abrigos parceiros.
“As pessoas que vivem nas ruas costumam achar que tudo é muito burocrático. Eles vivem sem rotina. Aqui, nós os inserimos de volta na formalidade. Por isso, o trabalho do Centro Pop é tão importante, porque eles fazem a abordagem e em seguida, precisam persistir para que voltem e usem os equipamentos públicos. É um trabalho de convencimento diário”, conclui a secretária da Semas.
Uma história real
Com 66 anos, Sérgio Rodrigues de Oliveira vivia nas ruas iguaçuanas desde 2013. Após ser abordado inúmeras vezes pela equipe do Centro Pop e retornar as ruas, um grave problema de saúde lhe obrigou a ser internado no Hospital Geral de Nova Iguaçu (Posse). Por estar debilitado e sem possibilidade de voltar a viver nas antigas condições, finalmente aceitou o acolhimento da equipe da Semas. Hoje, está com toda documentação em mãos e aguarda ser contemplado com o Benefício de Prestação Continuada, na Casa da Acolhida da Terceira Idade, equipamento da Semas inaugurado em dezembro de 2015, no bairro Caioaba.
“Ele era muito resistente durante as abordagens. Conseguimos emitir a segunda via de toda documentação e a Defensoria Pública da União deu entrada no BPC. Mesmo que passe a receber, acredito que continuará sendo amparado pelo abrigo, uma vez que precisa de cuidados com a saúde, que é muito frágil”, explica a coordenadora do Centro de Referência Especializado da Assistência Social de Caioaba, Jacqueline Rafael.
Sérgio, que aos poucos está adquirindo novos hábitos, acredita num futuro melhor. “A primeira coisa boa foi ter meus documentos. Já deixei de fumar. Aqui, sou bem aceito. Minha alimentação é ótima e todos cuidam da minha saúde”, conta ele.
Desde que a Defensoria Pública da União passou a atuar com a população em situação de rua em Nova Iguaçu, 78 pessoas já conquistaram o Benefício de Prestação Continuada, que garante a transferência mensal de um salário mínimo.
Segundo a coordenadora da Casa da Acolhida da Terceira Idade de Nova Iguaçu, Selma Guimarães, o espaço recebe apenas pessoas para abrigo através de indicação do Ministério Público e do Centro Pop.
Tecnologia de Ponta
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