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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

450 ANOS DE FOLIA


 Por: Mauro Viana Jornalista e Coordenador do projeto 
República do Samba, 15 anos ( republicadosamba@gmail.com).
450 ANOS DE FOLIA
Desenrolando a Serpentina Carnaval de Rua: Presente, Passado e Futuro.
 Rio de Janeiro - 8 de dezembro de 2014 - "Oi Abre-alas Que Eu Quero Passar". A voz de Chiquinha Gonzaga serviu de vinheta para entrada, em cena, de Nei Lopes, Luíza Dionísio e Moyses Marques no Desenrolando a Serpentina.
 
O BLOCO DO EU SOZINHO
O Jornalista João Pimentel chegou apreensivo para o segundo dia da sétima edição do Seminário Descortinando Serpentina, dia 9 de dezembro de 2014, no Planetário da Gávea. Defensor das tradições do carnaval carioca, Pimentel deduziu que iria integrar o "Bloco do Eu Sozinho".Assim que o debate começou, Pimentel percebeu que os colegas, contudo, comungavam da mesma opinião. As diferenças ficavam por contadas estratégias. Como assim?
 Bem, os  parceiros  de mesa de Pimentel (Pedro Luis do Monobloco, Jards Macalé, Mateus Xavier do Sargento Pimenta, Fernando Carvalho do Bloco da Ansiedade e Dodô Brandão do Simpatia É Quase Amor) embora simpáticos às inovações dos blocos da Zona Sul do Rio de Janeiro, seguiam a mesma cartilha de  Nelsinho Barbas  Rodrigues:  "o importante mesmo é preservação da cultura do carnaval carioca".

PRESERVAÇÃO DA CULTURA
 A preservação da cultura do carnaval carioca perpassou todo oseminário que, na abertura, na segunda-feira, dia 8 de novembro, apresentou o espetáculo "Desde de Que o Samba é Samba"  de Nei Lopes. Ocompositor, cantor, advogado e escritor, Nei Lopes,  abortou uma eventual polêmica, em torno da dicotomia tradição X modernidade nos gêneros musicais do carnaval carioca.
 Logo na abertura do show, ele lembrou que, "no século XIX, o grande sucesso do carnaval tinha sido  uma valsa". Depois enumerou diversos gêneros que fizeram história no carnaval carioca. Desde composições de Catulo da Paixão Cearense até  as diversas formas de samba.


 EXUS NAS RUAS
Ele mostrou (para alegria de todos) que o samba nunca foi o gênero dominante do carnaval. Atento, o carnavalesco Milton Cunha assim interpretou o texto de Nei Lopes: "Carnaval são os Exus soltos nas ruas".
Independentemente de denominações religiosas ou de  gêneros musicais, as inovações do Monobloco, Sargento Pimenta, Fogo & Paixão, Toca Raul são, conforme análise do Mestre Nei Lopes,  uma onda retrô.
 
RETROALIMENTAÇÃO

Retrô também foi o tema que emergiu da mesa anterior (Haroldo Costa,Milton Cunha, Rosa Araújo, Presidente do Museu da Imagem e do Som; poeta Bernardo Vilhena, Lula Jardim do Bloco Virtual e da
Jornalista Andréa Estevão). Haroldo Costa, por exemplo, contou que nasceu em Piedade (Zona Norte do Rio de Janeiro) e "foi criado" em Maceió-Alagoas. E graças a uma tia conheceu várias manifestações artísticas do Nordeste, as quais o levaram a mergulhar na cultura do povo brasileiro.



OS BEATLES DE ITAMARACÁ ou Dona LIA DE LIVERPOOL
Assim como Haroldo Costa, para o artista plástico, Fernando Carvalho, pernambucano de Olinda, "a diversidade das expressões artísticas brasileiras são a base da riqueza do nosso carnaval". Carvalho é Presidente do Bloco Ansiedade cujo ritmo predominante é o frevo. Quando Mateus Xavier explicou que o Sargento Pimenta  faz adaptações do repertório do Beatles para a cultura rítmica brasileira, no desfile e nas oficinas ("a gente pode tocar um rock dos Beatles como Ciranda ou Yjexá") os semblantes dos integrantes da mesa  esboçaram um grande sorriso de aprovação onde se lia "bacana".
A convergência de posturas das mesas gerou contrariamente, à máxima de Nelson Rodrigues, ("Toda unanimidade é burra") uma cumplicidade da plateia. Lá estavam: Rachel Valença (pesquisadora e escritora), representantes do Bloco Bohêmios de Irajá, os jornalistas Rita Fernandes, (Presidente da Sebastiana), Susana Maria Fernandes e Mauro Viana, o empresário Nei Barbosa e a presidente do Bloco da  Gigantes da Lira, Yeda Dantas, entre outras personalidades.
Estas personalidades  passaram os adereços (criação de Milton Cunha) para a mesa "O Que Será o Amanhã" cujos integrantes eram: O músico Jean Phillippe (Bloco Céu da Terra), a professora da UFRJ, Ilana Strazenberg, Leonardo Morel (Biógrafo do Monobloco), Rita Fernandes,Jorge Sapia do Bem, Volto Já (Mediador) e o Secretário Municipal de Turismo do Rio de Janeiro, Antonio Pedro Figueira de Mello.

MEGA OPERAÇÃO DE ÓRGÃOS PÚBLICOS DO RIO DE JANEIRO.
Na abertura do Desenrolando a Serpentina, segunda-feira, dia 8 Figueira de Mello deu o tom dos debates: "A operação carnaval é a maior operação da prefeitura do Rio. Talvez a maior operação conjunta de órgãos públicos do Brasil. Afinal, são cerca de 5 milhões de foliões na ruas da cidade do Rio de Janeiro".
 
OS CONVIDADOS PARA MESA DE ABERTURA

Além de Figueira de Melo, eis os outros convidados para a mesa de abertura: Pedro Ernesto (Presidente do Bola Preta), Claudio Pinheiro (Presidente da Banda de Ipanema), João Avelleira (Presidente do Suvaco de Cristo), Alvanísio Damasceno (Presidente do Bloco Carmelitas de Santa Teresa), André Dias (Diretor da Globo- Rio). A mediação coube a Yeda Dantas, Presidente do Bloco Gigantes da Lira.
 
450 ANOS DE FOLIA

Desenrolando a Serpentina Carnaval de Rua: passado, presente e futuro.
  
FALA, PRESIDENTE!
"Temos de olhar com carinho a situação do histórico Bloco  Bafo da Onça do Catumbi" (Pedro Ernesto Pres. do Bola Preta).

"A  Banda de Ipanema nasceu nos anos 60. Quando a Zona Sul era um cemitério em termos de carnaval. A Banda de Ipanema é uma cinquentona. Afinal, nada traduz tão bem a índole do povo carioca como o carnaval". (Claudio Pinheiro,Pres. Banda de Ipanema).

"Os de Sá (Estácio e Cia.) que vieram para o Rio de Janeiro eram um bando de cascas-grossa". (João Avelleira - Pres. do Suvaco de Cristo).

"A minha preocupação é a constante renovação dos inimigos do carnaval"  (Alvanisio Damasceno - Pres. do Carmelitas).

"Pensar, organizar e planejar o Carnaval 2015 é uma iniciativa da maior importância (André Dias - Diretor da Globo-Rio).

"Carnaval é Carnaval" (Jards Macalé)

"Carnaval é uma manifestação artística da cultura popular. Esta á visão da Prefeitura do Rio de Janeiro" (Antonio Pedro Figueira de Mello - Secretário de Turismo do Rio de Janeiro).

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