Páginas

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Espaço do Samba - Adelzonilton

Por: Ruy Tecnocrata
ADELZONILTON



Um Verdadeiro malandro carioca, morador do bairro da Chatuba, hoje município de Mesquita. O nome se reporta ao nordeste, Alagoas, cidade de Maceió onde nasceu fruto do amor de Sr. Jonas Barbosa da Silva(falecido) e Sra. Geni Conceição Silva (hoje dia 24/10/2011 completando 90 anos) – Adelzonilton Barbosa da Silva o nosso Adelzonilton, 68 anos, veio para a Baixada aos 4 anos (onde mora até hoje); sua luta pela sobrevivência começou já na infância, aos 9 anos, quando da perda de seu Pai começou a vender balas nos trens da Central para ajudar sua Mãe a criar seus irmãos. A sua distração era ficar na porta do bar do Sr. Gordo observando um Sr. Cantando com um violão músicas que o faziam feliz. O Sr. Gordo um dia apresentou este cidadão músico a Adelzonilton – menino este é o Nelson do Cavaquinho. A partir deste momento passei a ser o carregador oficial de seu instrumento musical; mais tarde através dele entrei para o mundo artístico. Compôs sua primeira música em 1984, já sendo gravada pelo saudoso Bezerra da Silva – “Pode Acreditar em Mim”; e daí não parou mais, começou a escrever com exclusividade para Bezerra – “Defunto Cagüete, Batina do Padre, Eu Não Sou Santo, Malandragem Dá Um Tempo, Deixa Uma Palha Pro Veio Queimar, Pobre Aposentado, Dois Venenos Juntos, Sujou Sujou, Cabeça De Malandro Esperto, A Fumaça Já Subiu Pra Cuca – mais tarde na fase Bezerra Gospel: Achei A Vida, Teu Sangue É Meu Nome, Casa Santa, A Vida Que Deus Me Deu, Deus Vendo O Que Era Bom, Eu Não Sou Dono Do Mundo, Senhor Ilumine Meus Caminhos (alguns parceiros nestas composições gravadas pelo Bezerra: Nilo Dias, Franco Teixeira, D’Martins, Popular Pê, Moacir Bombeiro). Gravou também com o Grupo Barão Vermelho (Malandragem Dá Um Tempo), Marcelo D2 (regravando a discografia de Bezerra), Paulinho Sumaré (“Venha Com Calma Doutor” e “Vovó Mandou”)(parceiros: Sumaré, Franco do Pavão, Damião da Cuíca, Lemos), Grupo Som 7 (Dinora). Participou de Projetos e Filmes Documentários: Projeto Adelzon Alves na UERJ, Tributo a Bezerra da Silva, Onde A Coruja Dorme (TV Zero), Programa Regina Case (TV Globo) onde atuou com Regina e Bezerra. Teve uma ligeira passagem nas composições de Sambas Enredo no GRBC Amar e Viver (do bairro da Chatuba em Mesquita) sendo campeão três vezes – recorda-se de “É Maravilhoso Assistir”. Seu legado de músico fica pro seu garoto Alexandro Batista percussionista tendo já participado em eventos junto com o Grupo Pique Novo. Um abraço para os velhos companheiros de luta no samba como Pinga, Caboré, Jairo Bráulio, Mario Carabina, Menilson, Edson Bombeiro, Claudinho do Leão, Pedro Butina e sente saudades de: Juarez Boca do Mato, Carnaval, Anézio, Miltinho e seu mestre Nelson Cavaquinho. Deixa uma palhinha de uma inédita: “Menino de Rua” – No reflexo do Sol Eu Vivo / Na noite as estrelas brilham os meus caminhos / Nas águas sujas do rio eu me lavo / No tempo eu enxugo meu corpo todinho / E na sombra da Lua eu descanso / Para um novo dia começar / Será que amanhã / Eu vou passar o sufoco que Eu passei / Com fome , com sede e com frio / Do meu futuro Eu não sei........Como todas as crianças Eu sonho / Ter Pais, bons amigos e irmãos / O meu sonho não é palacete / Simplesmente um pobre barracão / Aonde só haja alegria / Que todas as pessoas me querendo bem / Oh meu Deus abençoe minhas preces / Prá Vós Eu sempre rezo / Aqui digo Amém. Que bom ter entre nós mais um representante vivo do acervo da cultura musical de Nova Iguaçu.

2 comentários:

Felipe Garcia disse...

Porra man, esse coroa morava aqui perto de casa, em edson passos, o otário aqui só o cumprimentava, vivi anos perto de uma lenda e nem sabia, várias músicas feras.
Humildão, sempre com a gaiola dele de manhã quando eu ia para o colégio, sangue bom mesmo.

Leonardo Freitas disse...

Alguém sabe como encontrá-lo? Seria uma honra pra mim conhecê-lo.