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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Presidente da CPI do PREVINI vai São Paulo

Vereador Thiago Portela

Por Cláudia Maria
Depois de receber no Rio de Janeiro o deputado Bruno Covas, relator da CPI da BANCOOP na Assembléia Legislativa de São Paulo, o Vereador de Nova Iguaçu, Thiago Portela, presidente da CPI do PREVINI, esteve nesta sexta feira, 11 de junho, em audiência com o Promotor José Carlos Blat no Ministério Público de São Paulo. Blat investiga o escândalo da BANCOOP e denunciou o desvio de aproximadamente 100 milhões para o caixa 2 de campanhas eleitorais do PT, inclusive, segundo o depoimento do corretor Lúcio Funaro, na do ex-prefeito de Nova Iguaçu Lindberg Farias. Na audiência, Blat prometeu a Thiago Portela rapidez no envio de todas as informações que a CPI do PREVINI solicitarem em relação ao caso BANCOOP, cooperativa dos bancários de São Paulo que recebeu investimentos suspeitos do PREVINI, Instituto de Previdência dos Servidores de Nova Iguaçu.

Mais Informações
Aproveitando a ida a São Paulo, Thiago Portela se reuniu também com o Dr. Valter Picazio Júnior, Advogado de 18 entidades de cooperados lesados pela BANCOOP, e Marcos Sérgio Migliaccio, representante dos cooperados , que havia lhe telefonado dias atrás revelando possuir informações importantes para a CPI em Nova Iguaçu. No encontro apresentaram ao Vereador todo o hitórico do caso e o mecanismo utilizado para o desvio do dinheiro dos mutuários paulistas. Entre estes, o mais ilustre é o presidente Lula , que comprou uma cobertura triplex na praia das Astúrias, no Guarujá, mas amarga há cinco anos na fila de cooperados da BANCOOP.

terça-feira, 13 de julho de 2010

INSTITUTO CHICO MENDES COMEÇA A REDESENHAR CONSELHO CONSULTIVO DA REBIO-TINGUÁ

Ricardo Portugal - jornalista e ambientalista
Em reunião na última terça-feira, dia 22/6, na sede da ONG Onda Verde, em Tinguá, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) começou a tirar de fato do papel a Reserva Biológica do Tinguá. O encontro foi coordenado pelas analistas ambientais Silvia e Márcia Nogueira, esta última pertencente ao quadro funcional daquela UC.

A principal intenção foi promover o início das discussões visando a nova composição do Conselho Consultivo da Reserva, além de uma aproximação do Instituto Chico Mendes, responsável pela gestão de parques nacionais e reservas biológicas do país, com lideranças e organizações da sociedade civil, como empresas, ONG's e instituições de pesquisa.

Estiveram presentes entidades como o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Nova Iguaçu, ONG ORBE, Instituto 5º Elemento, Saúde Verde, Centro de Assessoria ao Movimento Popular (Campo), Instituto Terra, Forum Ecossocial da Baixada Fluminense, Rotary Club, InMetro, e Secretaria de Meio Ambiente de Nova Iguaçu, dentre outras.

O Conselho Consultivo da Reserva Biológica do Tinguá foi criado a partir da publicação da Portaria nº 100 no Diário Oficial da União de 7 de agosto de 2002, tendo portanto quase oito anos de existência. De um ano para cá, durante a gestão de Luiz Henrique dos Santos Teixeira à frente da chefia da Reserva, o conselho foi simplesmente desativado, por puro desinteresse e omissão da antiga chefia da UC e das representações sociais que o compunham.

Agora, o sombrio panorama parece que vai mudar. Pelo menos se depender da vontade e disposição de Josimárcio Campos de Azevedo, atual chefe da Rebio-Tinguá, e da analista ambiental Márcia Nogueira, cujo trabalho vem se destacando nesse sentido. Ela vem promovendo contatos com diversos setores comunitários e sociais do entorno da Reserva, e ressaltou que a UC é muito querida por todos com quem conversou a respeito. Márcia ficou pessoalmente impressionada com o carinho com o qual as pessoas se referem à exuberância e grandiosidade da Reserva Biológica do Tinguá, cujo surgimento ocorreu há 21 anos, quando uma expressiva mobilização popular liderada por ambientalistas, universidades, sindicatos e partidos políticos reivindicou e conquistou sua criação, contra a proposta de transformar a floresta em parque nacional, encampada por grupos econômicos interessados em explorar predatoriamente a região.

Márcia também tranquilizou a todos em relação à integridade bio-sistêmica da UC. Segundo ela, a Reserva Biológica encontra-se muito bem conservada em sua biodiversidade de flora e fauna, fato que pode ser comprovado pelo ressurgimento de muitas espécies animais que andavam sumidas, como micos e aves, entre elas o macuco, representado na logomarca oficial da Rebio-Tinguá.

Tal realidade se deve principalmente ao eficiente trabalho desenvolvido dentro da Reserva do Tinguá pelo superintendente da Polícia Federal em Nova Iguaçu, delegado Alexandre Saraiva, no combate aos caçadores, palmiteiros, carvoeiros, passarinheiros e ladrões de areia. Os policiais federais, em conjunto com os fiscais do ICMBio, têm feito incursões no interior da UC, e destruído uma grande quantidade de ranchos e acampamentos clandestinos, que serviam de base de operações para os criminosos ambientais acima referidos.

Conselho Consultivo

No início dos trabalhos, foi lida a ata da última reunião do Conselho Consultivo, datada de 18 de maio último. A analista ambiental Silvia preocupou-se em estabelecer um perfil novo para o órgão, que vai assessorar e aconselhar o gestor da unidade em suas decisões administrativas. Foi abordada a necessidade de convidar para as discussões as diversas entidades e instituições que estavam ausentes, como o IPHAN, Jardim Botânico, UFRRJ, Fiocruz, as secretarias municipais de Duque de Caxias, Petrópolis e Miguel Pereira (que fazem fronteira com a Rebio-Tinguá), além dos comitês de bacias hidrográficas como o do Rio Guandu, o Batalhão da PM florestal, o Corpo de Bombeiros, a Polícia Federal e o Ministério Público.


De acordo com a portaria nº 100 que o criou, o Conselho Consultivo da Rebio-Tinguá dispõe de um total de 23 assentos, com direito a voz e voto.

Outro aspecto abordado por Márcia Nogueira em seu pronunciamento foi a necessidade de recomposição e reestruturação das Câmaras Técnicas do CONSULTINGUÁ, que também encontram-se desativadas. Uma delas refere-se ao Plano de Manejo da unidade, cuja revisão e atualização deverá ocorrer em 2011, quando o mesmo completará cinco anos de existência.

Iguassú morre e Maxambomba vira cidade

Ney Aberto(Foto)

Depois de milhares de indígenas chacinados, os assassinos e descendentes ganham terras (sesmaria). Em 1692, Martins Correa Vasqueanes, recebe uma porção de terras (serra e baixada), fundando dois engenhos (aguardente - açúcar): O de Maxambomba (origem de Nova Iguassú) e o de Cachoeira (origem de Mesquita). Ambos. No território da Freguesia (Paróquia) de Santo Antônio de Jacutinga. Em 1833 integrou o município de Nova Iguassú. A ferrovia - implantada por causa do café – (“Central do Brasil”, na República), cortou as terras dos citados engenhos (Fazendas), à época, extinguindo trechos de florestas e canaviais (1858).

Em Maxambomba foi instalada uma estação à margem direita da estrada de Iguassú.

Em 1891, ano que aparece em nosso Brasão-Bandeira, acontece o falecimento da Vila do Iguassú e o surgimento de Maxambomba. Neste ano, às pressas, a Administração Estadual eleva o Arraial de maxambomba à categoria de Vila (1º de maio) e, em junho(dia19), a Vila é elevada à Cidade. No dia seguinte (20), com a presença do Governador Portella, a nova sede (“capital”) do município em Maxambomba, foi instalada. Assim, o governo municipal saía da beira do rio Iguassú para ficar de cara pro trem. O presidente da Câmara de Vereadores (ainda não havia prefeitura) era o tenente-coronel (Guarda Nacional) Pedro Rodrigues dos Santos França e Leite. À solenidade compareceram jornalistas de alguns importantes órgãos de imprensa: Correio do povo, Jornal do Brasil, Gazeta de Notícias, que devem ter publicado informações , ainda não pesquisadas.

Só em 1897, a nova sede recebeu na mesma edificação, cadeia – Fórum - Quartel da força pública, situada de frente para a Estrada do Iguassú (desde 1931, com a denominação de Rua Dr. Getúlio Vargas, no Centro). Só em 1908, graças ao dinamismo de Bernardino de Mello, a Câmara Municipal ganhou sua sede própria, a Avenida Marechal Floriano, de frente para a ferrovia. Nossos dois primeiros edifícios públicos foram demolidos.

Governo do Estado manda obras para o bairro Geneciano e Adjacências

Foto de Gerciano( Presidente do Abrace essa Idéia) e Luiz Martins

Wademberg

Nenhuma região de periferia consegue progredir sem que antes seus habitantes se unam em torno de uma “bandeira”. Só através da união, as necessidades mais prementes de uma comunidade afastada poderão ganhar força de reivindicação junto aos poderes públicos. Essa que é a verdade!

O Abrace Essa Idéia é um movimento de âmbito popular, muito bem organizado, que surgiu cerca de 4 anos atrás com o objetivo de trazer melhorias para uma região compreendida pelos bairros: Grama, Geneciano, Barão do Guandu, Parque Samar, Jardim Fonte São Miguel, Figueira..., e dado a responsabilidade com que o grupo tem tratado e resolvido uma série de questões locais, ganhou respeito da população e, agora, seu prestígio chega junto ao poder público.
Desta feita, porém, a organização se superou ao realizar aquela que pode ser considerada sua maior façanha, qual seja, a de conseguir a pavimentação de diversas ruas da região, após contar com o apoio do deputado federal Nelson Bornier e da prefeita Sheila Gama.
Como as obras chegaram? O que se sabe é que, há algum tempo atrás, um documento em nome de todo o povo da região, elaborado pelo “Abrace Essa Idéia”, que tem a presidência do líder comunitário Gerciano, foi enviado ao governador Sérgio Cabral, tentando mostrar com riqueza de detalhes a importância da pavimentação dessas ruas por se encontrarem próximas a mais significativa obra do próprio governo do estado - o Arco Metropolitano -, cuja construção já se encontra em andamento e corta a região. Pelo visto o governador se convenceu e liberou a verba que orça em 26milhões de reais.
Encantada com a deferência do governador, a prefeita Sheila Gama já se dispôs enviar para assistir pessoalmente essas obras, Luiz Martins, um dos homens mais respeitados e competentes de sua assessoria, que já se aproximou de Gerciano, o presidente do grupo – Abrace essa Idéia -, para juntos traçarem as coordenadas de ação para receberem as obras, que terão início imediatamente.

Ney Alberto

Wandemberg

Ney Alberto é um nome muito conhecido por aqueles que frequentam as rodas culturais de Nova Iguaçu e da Baixada Fluminense. Para muitos um verdadeiro Patrimônio Iguaçuano. Por isso mesmo, temos muito orgulho em tê-lo como colunista aqui na Folha. Nasceu no Hospital Iguassú em 1940. Além de historiador, professor, arqueólogo, advogado e escritor, é compositor tendo músicas gravadas por Bezerra da Silva e Agepê.

O mais interessante no Ney é que além de ter esse montão de atributos e ser considerado o maior historiador da Baixada Fluminense é, sobretudo, uma pessoa bastante peculiar. Pra começar é um dos poucos brasileiros que não usa aparelho da telefonia celular. Momentos antes de iniciar a entrevista para extrair essa matéria, a título de amigável provocação, solicitei o número de seu telefone celular e ele me veio com essa:

-No dia em que me virem usando telefone celular, pode internar que estou maluco. Não gosto de dirigir! Não tenho carro! Não gosto de microondas! Cerveja? Só bebo sem ser gelada! Durmo pouco! Só vejo filme no cinema, nunca na televisão!” disparou o historiador.

-Com efeito, desde quando entrei pela primeira vez em sua sala no Espaço Cultural Silvio Monteiro (Casa de Cultura) no centro de Nova Iguaçu, para pedir autorização para publicar seus levantamentos históricos no jornal Folha de Miguel Couto, que há um ano atrás passou a se chamar Folha do Iguassú, estranhei ao vê-lo escrevendo um texto numa máquina de escrever Olivetti “do tempo do Onça”. Quem poderia imaginar que o homem que mais escreveu sobre a verdadeira história da Baixada Fluminense se abstivesse da avançada tecnologia dos dias atuais?

Prático, bastou-me fazer uma única pergunta para que ele respondesse, inclusive, àquelas que não fiz, porém tinha intenção de fazer:

Quando foi que se interessou pela pesquisa histórica da região?

Respondeu-me o seguinte:

-Existia um movimento cultural em Nova Iguaçu - Arcádia Iguaçuana de Letras -, e, lá havia um senhor chamado Altair Pimenta de Moraes, que queria fazer uma coletânea das mais belas poesias de amor do Brasil. Ali descobri uma poesia que falava do Porto da Estrela. Foi quando resolvi visitar suas ruínas, estávamos em setembro de 1954. Encantou-me o fato de saber que o porto, no passado fora terminal de um dos famosos Caminhos do Ouro – Variante do Proença. A partir dali passei a me interessar por história e arqueologia, me tornando também um freqüentador assíduo da Biblioteca Histórica Nacional.

Após esse encontro com a história, meu círculo de amizades, agora, era enriquecido com pessoas que, como eu, se interessava pela matéria, como: Francisco Manoel Brandão, Rui Afrânio Peixoto, Delclécio Machado, Waldick Pereira, Zanon de Paula Barros.

Aos 16 anos de idade fui trabalhar como tipógrafo no jornal Correio da Lavoura, onde passei a ler exemplares encadernados desde sua fundação em 1917, passando a conhecer a história da região. Foi quando ingressei no movimento estudantil, acabando presidente em 1961, da União Iguaçuana de Estudantes. Em 1962 fundamos o Instituto Histórico e Geográfico de Nova Iguaçu. As pesquisas se aceleraram e passamos a reunir fotografias antigas.

Permanentemente acampávamos em lugares histórico tanto nas baixadas quanto nas serras. Chegamos a alguns sítios arqueológicos e locais onde existiam quilombos. Em 1967, eu e Waldick Pereira, fizemos um curso de arqueologia no Museu Histórico Nacional e logo depois encontramos nos escombros da igreja de Marapicú a múmia de uma criança recém nascida, esse acontecimento gerou um grande furor no âmbito da imprensa.

Em janeiro de 1964, iniciei um curso de história na Universidade Gama Filho. Depois do AI-5 em 1868 paramos de fazer excurções as serras estavam cheia de militares.