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quarta-feira, 19 de junho de 2019

Sete anos sem Ney Alberto

O inolvidável Ney Alberto
Por: Wandemberg
Sete anos sem Ney Alberto
      Dia 23 de junho de 2012 - Ney Alberto, chamado por mim de - O Avatar - voltou para a Pátria Espiritual, após prestar anos de serviços relevantes à Nova Iguaçu e à Baixada Fluminense. Até hoje Nova Iguaçu se recente da grande perda. Sua ausência, sem dúvidas, gerou um vácuo que se constituiu num doloroso golpe à cultura da nossa região

      Manchete e matéria do jornal - Folha do Iguassú, logo após o desencarne de seu grande historiador:
MISSÃO CUMPRIDA
      Comunicamos que o grande historiador Ney Alberto, que para nós era mais que um ícone - um 'Avatar' - isso sim, voltou para a Pátria espiritual. Como sabem nosso herói deu notoriedade a esse jornal que, porquanto, carente de recursos foi o seu escolhido para mostrar às próximas gerações, a história escondida da Baixada Fluminense. Foi uma benção conviver próximo ao Ney, recebendo às influências benfazejas de sua mente superior. Não lhe desejamos nada, apenas agradecemos. Seria uma pretensão descabida desejar qualquer coisa a um 'Avatar!'


Convivência com o Avatar 
      Não obstante tê-lo conhecido apenas de 'vista' em minha adolescência, somente nos seus últimos três anos de  vida tive oportunidade de tornar-me amigo pessoal do ilustre historiador de nome Ney Alberto. No Início de 2009 fui, meio que receoso, à Casa de Cultura de Nova Iguaçu, onde Ney trabalhava, já me arvorando de seu discípulo, para me apresentar a ele e mostrar alguns números do nosso jornal(Folha do Iguassú), há época impresso em papel e encontrado nas bancas de jornal da Cidade.
     No Folha do Iguassú havia um espaço onde eu mesmo escrevia sobre a História da Baixada Fluminense - compilada, que era, de um site escrito por terceiro que todavia apresentava estudos extraídos por Ney dos alfarrábios e dos porões da história. 
       Saí de lá radiante! Para minha surpresa falou-me que lia a Folha do Iguassú, que gostava muito do jornal, vaticinando que se mantivéssemos à linha e o estilo, o jornal teria um belo futuro pela frente!...'Carácolis', nem preciso descrever a emoção!
      Na conversa que se estendeu descobri que tanto Ney quanto eu éramos Paraquedista do Exército (ambos na reserva, claro). Pronto! De repente, nos descobrimos membros da mesma confraria: A dos "Audazes". Conversa vai conversa vem, e, mais surpreso e exultante fiquei, ainda, quando aceitou convite que fiz para que, sem quaisquer ônus, escrevesse uma coluna no Folha do Iguassú. Não perdi tempo! Em cada exemplar a foto do maior historiador da Baixada Fluminense estava lá estampada na Capa do jornal acompanhada de chamativa manchete!
      No passado, Ney, Já havia escrito no Correio da Lavoura e poderia, sem favor nenhum, escrever em outros jornais(convites não lhes faltaram), incluindo os de grande porte. Mas, que o teria movido a eleger, justamente, o menor e de menos recurso, e, ainda, se tornar relutante defensor do Folha do Iguassú, o mais novo jornal da Cidade? 
      Eu diria que o Ney se identificou muito com nossa forma simples de fazer jornal, antes artesanal que acadêmica. Outra coisa, além de jornalistas, tanto eu quanto Ney éramos gráficos de ofício. Ney teve como um de seus primeiros trabalhos, uma bancada de composição tipográfica no admirável Correio da Lavoura, um dos jornais mais antigos do Brasil e que, até hoje, presta inestimável serviço ao Município e à Baixada Fluminense. Já eu tive gráfica, que hoje pertence a minha filha e meu genro, onde fui impressor.

 O  Avatar
       Já falei por diversas vezes que Ney Alberto era um Avatar, e diga-se, dos mais generosos! Não apenas pelo fato que passarei a narrar, mas, também, por inúmeras outras empreitadas:  Nunca mais esquecerei o dia, pouco após nosso herói ter desencarnado, em que, sob os auspícios de sua viúva Dona Ana e amigos houve o 'lançamento', no saguão principal do Fórum de Nova Iguaçu, tendo como anfitrião o Juiz de Direito Dr. João Damasceno, do livro, de autoria do Ney Alberto Gonçalves de Barros, "Deus nos livre da política de Iguassú". Fui convidado e compareci. Qual não foi minha surpresa, quando ao abrir o livro encontrei uma página inteira dedicada ao nosso jornal e a minha humilde pessoa. Amigos, naquele momento quase pirei de emoção! 
      Dois anos antes desse lançamento e praticamente às vésperas de sua morte, Ney me falou que houvera escrito mais um livro e que, tão logo saísse o dinheiro de uma indenização que estava prestes a receber iria publicá-lo e gostaria de ter-me como coautor. O nome do livro - Deus me livre dos políticos de Iguassú" - exatamente o livro que Dona Ana, Dr. João Damasceno e amigos 'lançaram' àquele dia  lá no Fórum, pouco tempo após à volta do autor para o 'Astral Superior' ('terra' dos Avatares). Agradeci, mas não aceitei. Falei que não era lógico tomar carona no talento dos outros e que me sentiria muito mal se isso acontecesse, fazendo questão de deixar claro, que, se forçasse a barra acabaria, ali, a amizade. 
       Ainda tentou me dissuadir argumentando que após passar a escrever coluna em nosso jornal se sentia renascido e grato; que as pessoas voltaram a comentar sobre as histórias que escrevia; que estava se sentindo muito feliz e muito agradecido à minha pessoa pela oportunidade. Imagina! Ele, após passar a escrever para o jornal, com seu prestígio, dá uma 'alavancada' no jornal e ainda me agradece. Só mesmo uma pessoa muito generosa, para tomar tal atitude! Me disse , ainda, que houvera escrito o livro para que não faltasse matéria para a coluna. Fui intransigente, mantive o não! Dias depois passou-me às mãos, com dedicatória, a brochura do livro, do jeito que exigi, sem ter meu nome como coautor! 

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