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segunda-feira, 25 de julho de 2011

COM RESPEITO A JACUTINGA

Por: Ney Alberto




A IMPORTANTE FREGUESIA DE JACUTINGA


Depois do Tupinambá-Tamoio ter sido chacinado e expulsos os franceses, foram doados latifúndios, aos colonizadores (sesmarias) e delimitados os territórios das Freguesias (Paróquias, “Distritos”). Monsenhor Pizarro informa que a Freguesia de Santo Antonio (da Aldeia ) de Jacutinga foi uma das mais antigas. Do seu território foram desmembradas as Freguesias da Piedade de Iguassú, Marapicu e Sacra Família do Caminho Novo do Tinguá. Parte do Município de Duque de Caxias, parte do município de Nova Iguaçu e os Municípios de Belford Roxo e Mesquita fizeram parte desta extensa Freguesia, cuja Igreja (capela feita com materiais pouco duráveis foi levantada no lugar denominado Jambuí (Belford Roxo). Depois mudada para o lugar “Calhamaço” (Belford Roxo) e, depois, para o lugar Prata e, finalmente, para Maxambomba (Nova Iguaçu – 1826). De uns tempos, para cá, “Catedral” (criação do bispado) para servir de cátedra (Cadeira) do Bispo.
Nos morrinhos, cercados de brejais, o Tupinambá instalou acampamentos; deixando muitos “restos” (arqueológicos). Nestas elevações, muitas olarias ou cerâmicas (fábricas de tijolões e telhas, do tipo “canal”), extraindo barro e tabatinga, desenterraram cerâmicas e outros artefatos, da cultura Tupi, não guardados.
O Folclorista Francisco Manoel Brandão teria tomado conhecimento – por ocasião da abertura do traçado da “Variante” (Rodovia Presidente Dutra) – Rio/São Paulo) – de surgimento de “urnas funerárias” nas línguas das lâminas das máquinas (terraplanagens). Restos, também, não guardados. Perdemos muitas oportunidades para a formação de um Museu, além de cadastramento dos nossos “sítios”, destinados às pesquisas arqueológicas. A Igreja da Prata teria sido erguida, com “pedra e cal”, a partir de 1737, sobre o chão de um cemitério indígena.
O guerreiro Tupinambá- Tamoio – por ocasião da guerra contra os portugueses – estavam ausentes de suas Aldeias. Idosos, crianças e mulheres se refugiaram nas florestas serranas, e formaram um reduto na Serra dos Caboclos (aba Sul do maciço do Tinguá). Num extenso território, situado entre a Serra dos Órgãos e a margem direita do Rio Paraíba do sul, vários contingentes indígenas se encontraram, montando aldeamentos. No mapeamento feito por Vieyra Leão (1767) está, este reduto, assim, indicado: “Certão ocupado por índios brabos”.
Bandeirantes “preavam” silvícolas, vendendo-os à escravidão.
Jesuítas – na “obra” da catequese, afastando os indígenas da influência da Reforma “protestante” deslocaram-nos dos seus lugares “sagrados”, transferindo-os para novos “aldeamentos”.

PRIMEIRO DE ABRIL
No dia primeiro de abril de 1680, por “CARTA DE LEI”, foi abolida a escravidão “dos Índios do Brasil”. O historiador Rocha Pombo, comentou: Em virtude desta e outra lei do mesmo ano, que regulava o serviço dos índios chamados livre ; os novos cativeiros foram absolutamente e indistintamente proibidos; e para cúmulo de agravo, aos jesuítas confiava-se toda jurisdição espiritual e temporal nas aldeias com ilimitadas regalias, e com exclusão injuriosa das demais ordens”(religiosas).
Muitos anos depois, o Marquês de Pombal expulsou os Jesuítas de todos os territórios dominados pelo Reino de Portugal.

O POVO JACUTINGA FOI DESTROÇADO
No “Auto de São Lourenço” representado em reduto recebido por Araribóia que lutou contra o Tupinambá-Tamoio, ficando ao lado dos gananciosos colonialistas – José de Anchieta associa o indígena “baixadense” a representantes do demônio. Alguns personagens do seu teatrinho estão, assim, representados: Guaixará (“rei dos diabos”), Aimbirê (“criado do rei dos diabos”), Saravaia (“outro criado”), Tataurana, Urubu e Jaguaraçu (“companheiros do diabo”). No referido “Auto”, o Povo Jacutinga, dizimado, faz parte do território dos derrotados. A Freguesia de Santo Antonio (da Aldeia) de Jacutinga, em 1833, integrou o Município de Iguassú. O primeiro templo, dedicado ao “martelo dos hereges” foi implantado em Jambuí (que fica no município de Belford Roxo).
Aylton Quintiliano (“AGUERRADOS TAMOIOS”) registrou: “Naquele 20 de janeiro, a intolerância religiosa e a ambição colonialista e escravagista de Portugal promoveram um dos mais sinistros e vergonhosos massacres de toda a história brasileira”. “Nem mais escravos desejavam os soldados de Dom Sebastião. Daquela raça maldita de brasis tamoios, somente as cinzas”.
Comparando esta matança, com a “Noite de São Bartolomeu”, registrou Aylton Quintiliano: “Fosse de noite, Chamar-se-ia noite de São Sebastião”.

3 comentários:

Mariana Angélica disse...

Parabéns pelo blog!!!
Adorei!
Bjsssssssss

Unknown disse...

Muito bom! Você tem a bibliografia?

Unknown disse...

Quero saber sobre os índios jacutinga tinham