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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

ESTRADA REAL DO COMÉRCIO

A Revolução Industrial fabricou a Estrada Real do Comércio



Por: Ney Alberto



A Inglaterra (1760) – com a Revolução Industrial – deu início à modernidade capitalista. O militarismo de Napoleão tenta dar-lhe combate. Portugal e Inglaterra são aliados. A política napoleônica proíbe que os portos continentais recebam navios britânicos (Bloqueio Continental). Portugal não respeita e é invadido. A Família Real foge para o Brasil. Na Bahia, o Príncipe Regente Dom João decreta a “abertura dos portos as Nações amigas”. Os administradores do Reino invadem a Cidade do Rio de Janeiro. Ainda como resultado da citada Revolução – querendo dotá-la de melhoramentos, institui a “Junta real do Comércio”. Até, então, só existia um cainho vencendo “Cerra Tingoá”, ou seja, o “Caminho do Azevedo”, até Pati do Alferes. Os caminhos do ouro não passam por lá.
Além do Maciço do Tinguá as mercadorias produzidas desciam, pelos caminhos do ouro, produtos que demoravam a chegar ao Rio de Janeiro por causa das navegações fluvial-marítimas.
A abertura da Estrada Real do Comércio, abastecendo os trapiches da Povoação de Iguassú, acionou o movimento comercial(de passagem) iguassuensse, provocando, em 1833, o surgimento do Município de Iguassú”.
A história – mal comparando – é interessante peça teatral, encenada nos palcos da geografia.
A Revolução Industrial fabricou a Estrada Real do Comércio, incrementando produção e exportação. Estabeleceu importantes transformações no eixo Iguassú-Paraíba do Sul. As serranias próximas ao referido roteiro foram ocupadas.
A Estrada Real do Comércio deu vitalidade à Povoação e, depois de 1833, mais vida. Seu declínio começou com a ferrovia, por Maxambomba.

Começava no Largo dos Ferreiros
A Estrada Real do Comércio, começando no “Largo dos Ferreiros”, na Povoação de Iguassú, foi – até o início do ano de 1858 – importante traço de união entre as localidades situadas entre iguassú (Iguassú Velha) e as localidades antes das propriedades do Barão de Ubá, margem direita do Rio Paraíba (Paraíba do Sul).
O traçado escolhido foi detalhado pelo Sargento-Mór Inácio de Souza Werneck, personagem de Pati do Alferes. Outro sargento, Francisco Soares de Andréa, auxiliado por Manuel Joaquim Pardal, dão início às obras. Tarefa concluída em 1817. A Estrada – ainda não calçada – zigue-zageava a “Cerra Tingoá” e, vencendo-a, descia o Vale do Rio Santana, com ramificações para o lugar denominado “Certão” (Conrado) e para “Bom Fim” (Arcádia). Em 1822 percorreu-a o Botânico francês Saint Hilaire, que afirmou: “Seja como for, é difícil encontrar-se caminho mais pitoresco”. Durante 15 anos – mesmo bem transitada por tropeiros – ficou mal conservada. A expansão cafeeira revitalizou-a. Em meados do século dezenove foi “empedrada”, depois de encurtamentos, sob a responsabilidade do Coronel-de-Engenheiro Conrado Jacob Niemayer. Calçada, em longos trechos, com pedras (pé-de-moleque). O pesquisador Brasil Gerson (em “O Ouro o Café e o Rio”) a ele assim se referiu: “poderia também chamar-se a primeira Estrada do Café dos brasileiros”. O Porto de Iguassú (na Praça do Comércio) deve ter sido montado após o “calçamento” desta Estrada, porque, em mapeamento de 1837, não aparece.
O Maciço do Tinguá, até 1896, era conhecido com esta denominação: - “Serra do Comércio”.

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