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quinta-feira, 17 de maio de 2012

Pretos e Pardos



POR: HISTORIADOR NEY ALBERTO(FOTO) 
Demais fotos: Portal do Cemitério dos Pretos e Torre do Sineiro da Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú( obs: a Igreja desabou)
Em 1795, Monsenhor Pizarro, visitando a freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú, anotou a existência de irmandades (“do santíssimo”, “de São Miguel”, “Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos”, “de Nossa Senhora da Conceição dos Homens Pardos”).
As Irmandades possuíam covas, no interior da Igreja Matriz e, também, nos terrenos limítrofes às suas paredes. A Irmandade “dos Pretos” teve, a partir de 1875, seu próprio cemitério, pertinho da Matriz, em Iguassú (nossa “Iguaçu Velha”).
Em 1738(24 de novembro), Maria Pimenta (Guiné), preta forra (liberta da escravidão), foi sepultada “em huma das covas da Irmandade dos pretos”, conforme anotação feita no Livro da Igreja Matriz na referida Freguesia. Em 1754 (30 de setembro), os restos mortais de Joana, também da Guiné, foram enterrados em uma das covas daquela Irmandade. Maria da Costa (Angola) – “sepultada dentro desta matriz em huma das covas da Irmandade de Nossa Senhora do Rozário de que hera irmam”. Tais “assentamentos”, no caso, de óbitos, revelam uma infinidade de informações, voltadas para as nossas quase primeiras formações étnicas. As Cúrias Diocesanas guardam estes Livros (raríssimos) em seus Arquivos. Quando serão publicados? 
A partir de 1875 a Irmandade “dos Pretos” passou a ter recinto apropriado. A povoação de Iguassú- elevada à categoria de Vila em 1833 – passou a contar com dois Cemitérios: o da “Freguesia”, administrado pela direção da Paróquiade Nossa Senhora da Piedade ; e o da Irmandade de Nossa Senhora do Rozário dos Pretos. Não cheguei a ver registros relativos aos “Homens Pardos”.
Muitos especialistas em genealogia se valem destes registros , feitos nos Livros católicos.

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