Ney Alberto (in memorian)
Citando os nomes das Aldeias situadas às margens do “Rio
Guanabara”, Léry – indicando a localizada á margem esquerda – denomina-a de
Kariók (origem do nome ‘carioca’). E, à
direita, (da baía de Guanabara/Baía do Rio de Janeiro”, denominação Akaray.
Denominações anotadas em 1557. Indicando outras denominações, temos: karió-pear
(caminho para ir aos Cariós), acrescentando: “Estes são os principais do Rio
Geneure e arredores”. Kariók, linguagem Tupi, significa ok (oca) de Karió (cário
ou carió). A tradição traduziu para ‘casa de branco’.
Esta versão provoca algumas dúvidas e algumas perguntas
devem ser feitas: - o Karió era indígena? – o índio chamava o português de
Karió? – Karió era o nome de alguma aldeia? – ou Karió foi nome dado a
construção erguida por Gonçalo Coelho (construção fortificada)?
Na verdade, ”carioca” não quer dizer “casa de branco”, mas, sim,
”casa de cario”. O índio Tupinambá chamava o português de “Peró” ou “perô”,
pelo menos, por volta do ano de 1557. “Branco”, na Língua Tupi, é “tinga” (taba-tinga,
jacu-tinga etc.). Para ser “casa de branco” teria que ser tinga – “ok” (branca oca ou oca
branca), derivando para “casa de gente de pele clara”.
Na toponímia brasileira temos uma infinidade de palavras de origem
Tupi, muitas, criadas (tupimania) e outras, com palavras traduzidas e associadas
ao que se guardou do Tupi. Infelizmente, muito pouco sabemos a respeito de seus
significados. Ao que tudo indica... o desejo era o de exterminar o ’silvícola’
e, com ele, sua inenarrável cultura ao mesmo tempo em que desmatavam a selva (silva).
À margem do “Rio Guanabara (Rio de Janeiro ou Baía
Fluminense) existiu a Aldeia – Kariók- . Qual a sua significação? Qual a origem
desta denominação?
“Carioca” não deve ser traduzida para “Casa de Branco”.
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