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sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Das Chaminés dos navios às chaminés dos trens


Por: Wandemberg
Das Chaminés dos navios às chaminés dos trens
Do bucolismo de uma bela e movimentada Cidade, que teve pouco tempo de vida, ao progresso de outra que a substituiu e ganhou pujança.
  Bem, a história nos conta (vide obras do historiador Ney Alberto) que o Município de Nova Iguaçu, assim como a Baixada Fluminense, nasceu onde, hoje, fica o bairro Iguassú Velho, que foi Vila de Iguassú e antes disso, lá nos primórdios - Freguesia de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú. Naqueles tempos para se chegar à região o 'caminho' mais rápido e seguro era o Rio Iguassú(*).
Porto de Iguassú
  Quando o trem substituiu ao barco
Estação de Belém(Japeri)
 No final do século XIX, em função da inauguração da Estrada de Ferro Dom Pedro II, as mercadorias que circulavam, por meio de tropas de burros, entre as cidades ribeirinhas do Rio Paraíba do Sul e o Rio de Janeiro, tiveram seu tempo de transporte reduzido, consideravelmente, posto que, não precisariam mais subir às serras de Santana e a dos Caboclos (Tinguá), tampouco, complementar o transcurso por vias fluvial e marítima. Doravante, os tropeiros responsáveis por, apenas, uma etapa da viagem, passariam a entregar, ou receber mercadorias, nos armazéns da recém inaugurada estação de trem - Belém (Japeri) -  quilômetros antes dos Portos do Rio Iguassú. Dali, até o destino final sobre os trilhos da via férrea, a mercadoria passariam a ir e vir em período de tempo bem menor, no trem à vapor, prescindindo, assim, da Estrada Real do Comércio (primeira estrada para o transporte de grãos do Brasil); do transporte em embarcações pelo Rio Iguassú, e pela a Baía de Guanabara. A realidade agora era outra!
 Essa mudança, praticamente, parou a Vila do Iguassú e fez surgir 'vigorosamente' Maxambomba, nova Estação Ferroviária e nova sede do Município, que em 1916 passou a se chamar Nova Iguassú(com dois 's'), posteriormente - Nova Iguaçu(com 'ç'), que hoje é essa Cidade que nos enche de orgulho!

Fumaça que evola lá, já não evola cá!
Estrada Real do Comércio
 Com as modernas "Maria Fumaça", tendo o chaminé a evolar fumaça 'céu acima'  e a arrastar rapidamente os vagões que acomodam às mercadorias em direção a seu destino - Rio de Janeiro - e, com a brutal redução da fumaça nas chaminés das embarcações do Rio Iguassú, posto que já não havia tanta razão para o fluxo de transporte naquela via; os dois lugarejos, Vila Iguassú e Nova Iguassú, tiveram destinos adversos: Nova Iguaçu  foi acometida de grande progresso. Já a região da Vila de Iguassú, ao contrário, se transformou em área bucólica. Ney Alberto, em vida, cansou de escrever sobre o comércio e a intensidade de movimento na Vila em seus melhores dias. Até nos Estados Unidos o progresso e a beleza da Vila de Iguassú fora enaltecido em livro, escrito por Pastor Daniel Kidder: -"Reminiscência de Viagens e Permanência no Brasil", publicado em 1845: 
Casarão da Fazenda Sâo
Bernardino
 "Iguassú é atualmente a localidade mais próspera do Recôncavo - ou seja o círculo de montanhas que circunda a baía. Está situada a cerca de dez milhas da foz do rio de igual nome, que a serve. Este rio vai até a Serra dos Órgãos, e apesar de muito (* sinuoso) é navegável por lanchas grandes até a Vila...", escreveu Kidder. O pastor Kidder viveu com sua esposa na Vila e, posteriormente, voltou para os EUU, após sepultamento da conjugue em terras brasileiras. 
 Outro que após passar pela Vila de Iguassú fez comentário auspicioso sobre a importância e a beleza  da 'Vila' foi Augustian Françóis César Saint-Hilaire - Botânico, naturalista e viajante francês, que, não obstante ter se encantado com as plantas desconhecidas aqui encontradas, escreveu importantes livros sobre os costumes e paisagens Brasileiras do século XIX. Saint Hilaire, chegou ao Brasil em 1816 acompanhando a 'Missão Extraordinária do Duque de Luxemburgo, que tinha como objetivo resolver o conflito que opunha Portugal e França quanto à posse da Guiana
 Rio Iguassú(*) O Rio Iguassú, hoje, não tem a sinuosidade de antes, posto que foi transformado em um canal, em linha mais ou menos reta. A mudança se deu por causa do seu assoreamento, que causou a morte de dezenas de pessoas por conta de epidemia da cólera Mórbus e da Febre Amarela. A mudança tornou seu fluxo mais rápido evitando às águas paradas que facilitavam o foco de mosquitos.


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