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quarta-feira, 1 de abril de 2015

Dupla de argentinos é acolhida em abrigo de Nova Iguaçu e espera ajuda para voltar à pátria


Fotos: Alziro Xavier
Dupla de argentinos é acolhida em abrigo de Nova Iguaçu e espera ajuda para voltar à pátria
Eles afirmam que receberam a informação que o consulado argentino ficava em São Paulo. Desesperados, os amigos seguiram até a cidade paulista de carona para procurar ajuda e ao chegarem lá, não encontraram a sede. Voltaram para o Rio, seguindo para o endereço correto, localizado na Praia de Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro. Mas de acordo com eles, o consulado não ajudou como gostariam. “Eles deram R$ 20 para cada e um documento, que serve como passaporte provisório, com validade de 60 dias. O que nos foi afirmado é que não poderiam nos repatriar”, disseram.

Vinda para Nova Iguaçu
A chegada da dupla em Nova Iguaçu começou ainda no início da viajem. Matias e Max contam que amigos que já visitaram o Brasil, afirmaram que em Nova Iguaçu eles poderiam se hospedar por um custo menor, e que a cidade era próximo da praia. “Ao chegarmos, vimos que era preciso pegar dois ônibus para chegar à praia. Então, acabamos ficando por aqui mesmo. Quando saímos do consulado sem o apoio que esperávamos, voltamos para Nova Iguaçu. Por falta de dinheiro, durante três dias ficamos em um posto de gasolina”, contam.

Os funcionários do posto, que possui um restaurante, deram comida e um local para os argentinos dormirem. E foi através deles, que a Prefeitura de Nova Iguaçu tomou conhecimento da situação. Na sexta-feira, dia 27, os empregados do posto de gasolina entraram em contato com uma equipe de reportagem que por sua vez, informou a situação ao poder público. A Secretaria de Assistência Social (Semas) imediatamente levou os amigos para o Centro de Recuperação Porta Estreita, localizado no bairro Miguel Couto, administrado por uma igreja evangélica e que atua com recuperação de dependentes químicos.

De acordo com o pastor Jorge Fernandes, a situação deles precisa ser resolvida com urgência. “Esses jovens estão fora do perfil das pessoas que acolhemos aqui. Por cuidarmos de dependentes químicos, ninguém pode sair daqui. E por eles serem estrangeiros, é perigoso que fiquem andando pela cidade sem documentos e não dominando a língua. Sinto que eles estão muito ansiosos e mal conseguem ficar aqui”, afirma o coordenador da casa, que há 15 anos mantém o espaço.

“As pessoas aqui são muito boas. Somos muito gratos. Mas em Mendoza, temos casa, família e trabalhamos como metalúrgicos autônomos. O início da experiência foi ótima. Mas agora, estamos tristes com a situação. Queremos muito ajuda para voltar para casa. Nossos familiares já foram avisados mas não estão em condições de nos mandarem dinheiro”, finalizam.

Cada passagem para Argentina custa em média, R$ 800. A Semas continua atuando no caso para resolver a situação dos argentinos. Após articulação da subsecretária da Semas, Cristiane Lamarão, e da coordenadora do Centro de População de Rua de Nova Iguaçu (Cetro Pop), Márcia Morgana, o consulado argentino se comprometeu em repatriar a dupla até na próxima terça-feira, dia 7. Até lá, Matias e Max continuam mantidos sob os cuidados da prefeitura.

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