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quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Estrada Real do Comércio a 1ª Estrada Aberta do Brasil para transporte de grãos

Minha última excursão à Estrada em 2009 (direita em uniforme camuflado) a 1.200 metros de altitude.
Da pra ver o calçamento "Pé de Muleque" feito pelos escravos sob o comando do Coronel Engenheiro Conrad Jacob Niemayer
Estrada Real do Comércio
O que sobrou do Porto Iguassú
Por Wandemberg
Série: De Certa feita...
A Estrada Real do Comércio pode ser considerada como a 1ª Estrada Aberta para Transporte de Grãos do Brasil, ou, ainda, mais especificamente, como a 1ª Estrada do Café no Brasil. Todo café cultivado no “Alto Paraíba”, bem como nas cidades que margeavam o Rio Paraíba do Sul, que tinha destino a portos europeus, em especial à Inglaterra passava nas serranias de Tinguá pela Estrada Real do Comércio fazendo conexão em portos do Rio Iguassú (nove ao todo), principalmente, no Porto de Iguassú. 

O Porto Iguassú, provavelmente, era o mais bem apetrechado dentre os demais portos do Rio Iguassú - era cercado por grande número de armazéns que garantia a vida útil aos produtos que, atravessavam a serra no lombo de burros e, aguardavam seu momento para embarque nos navios, protegidos das intempéries. 

Para Conhecer 
Os que queiram visitar o que sobrou da Estrada e do Porto de Iguassú encontrarão os dois no bairro Iguaçu Velho (aqui em Nova Iguaçu - RJ), mais precisamente, no Sítio do Sr. Alan. O porto do Iguassú não fica situado à beira do rio Iguassú, como seria de se supor, e, sim no referido sítio. De um alagado saía o riacho Lava Pé, que enveredando pelo Córrego Mangangá, ia ter no Rio Iguassu, que não é mais rio e sim um canal, dada as mudanças que sofreu no final do século XIX em função da, fatídica, 'Cólera Mórbus' que dizimou grande parte da população local, sobretudo, dos afro descendentes, já nos dias finais da escravatura no Brasil. 
Faluas
Para combater a doença resolveu-se acabar com o ‘serpenteamento' do leito do rio, que facilitava à insalubridade, transformando-o em um canal. As embarcações de maior porte ao tramitar a mercadoria aguardavam no Rio, enquanto as 'Faluas' (barcos de fundo chato impulsionada por longas varas de bambu que os barqueiros usavam como alavanca dando impulso ao encostar sua base ao fundo do córrego de curta 'lâmina' d’água.   
Por sinal a Estrada começa nas proximidade do Porto. Em 1858 perdeu sua importância em função da criação da Estrada de Ferro Dom Pedro II.

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