Texto de Bárbara Figueiredo
Dados do IBGE de 2010 apontam que 20 milhões de pessoas no Brasil têm mais de 60 anos. Este público, porém, carece de políticas públicas voltadas para sua proteção. O ponto foi levantado pelo coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Proteção ao Idoso e à Pessoa com Deficiência do Rio de Janeiro, Luiz Cláudio Carvalho, durante audiência realizada pela Comissão de Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pela deputada Claise Maria (PSD), desta terça-feira (08/10). “Precisamos de políticas públicas de fomento a estruturas que não sejam de asilo, e políticas de capacitação de ‘cuidadores’, para ajudar a família a manter o seu idoso, que perde autonomia e independência em casa. A maioria das famílias brasileiras que possuem idosos em situação de demência não possui condições financeiras para cuidar dele”, disse o promotor.
Claise lembrou que a população de idosos tende a aumentar, e que encaminhou, ainda no início do seu mandato, uma indicação legislativa ao governador Sérgio Cabral para que fosse criado o programa Centros Dia. “Esse é um lugar que vai dar assistência, que vai cuidar do idoso quando o seu filho estiver trabalhando para dar sustento à sua família, porque alguns não tem condições de pagar alguém para cuidar do idoso. Então você o deixaria no Centro Dia e, à noite, o recolheria para dormir em casa, garantindo, assim, o vínculo familiar”, explicou.
Presidente da Associação Nacional de Gerontologia, Dina Frutuoso lembrou, ainda, que este vácuo de políticas públicas abre brechas para casos de violência. Segundo ela dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) dão conta de que, em 2011, 61.535 idosos sofreram algum tipo de violência, entre casos de abusos de ordem física, psicológica e financeira. Para Dina, a principal barreira para evitar estes casos é a falta de informação. “Se o idoso tem informação ele vai poder exercer mais os seus direitos. É importante sabermos as possibilidades de prevenção, e esse é o caminho. Há casos de netos que se beneficiam da falta de informação e fazem com que o idoso assine papéis de empréstimo, etc”, denunciou.
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