A Secretaria de Ação Social de Nova Iguaçu está passando por um “choque de ordem”, com a reformulação de toda a estrutura administrativa para melhorar o atendimento ao público, revelou ontem Cristina Quaresma, que assumiu o órgão no dia 1º de janeiro, com o novo governo do prefeito Nelson Bornier.
“Pelo menos 15% da nossa população, o equivalente a cerca de 140 mil Iguaçuanos, se encontram abaixo da linha de pobreza, precisando de atenção especial do governo, em nível municipal, estadual e federal. Por isso, o meu grande sonho é fazer com que o atendimento social seja de bastante qualidade”, disse a secretária, que está às voltas com a questão do recadastramento, até o dia 30 de março, de 18 mil dos 54 mil beneficiários do Bolsa Família.
REMANEJAMENTO DE PESSOAL - Cristina Quaresma informou que a Secretaria instituiu o projeto ‘Busca Ativa’, que envolve todo o pessoal de apoio, na busca de informações junto ao público alvo. Os agentes vão ao encontro dessas pessoas que estão abaixo da linha de pobreza para conhecer de perto suas necessidades e criar equipamentos de inclusão social.
“Precisamos saber quem são e quantas são essas pessoas na nossa cidade. O prefeito Bornier é um governante com sensibilidade à flor da pele, razão pela qual está empenhado em atacar de frente o problema social da cidade”, disse a secretária.
Cristina Quaresma lembrou ainda que, ao assumir a Secretaria, percebeu que os 150 novos servidores concursados haviam sido lotados sem qualquer tipo de critério, tendo muitos núcleos lotação excessiva de profissionais e outros com número reduzido.
“Imediatamente, realizamos entrevista individual com todos os servidores a fim de promover remanejamento, baseado na formação e qualificação profissional de cada um deles. E fomos surpreendidos, porque nos defrontamos com pessoas altamente capacitadas, com mestrado, doutorado, defensores de teses específicas, pessoas especializadas na questão da população de rua, mas que não estavam sendo bem aproveitadas”, explicou, afirmando que agora a Secretaria está com um quadro de pessoal melhor organizado.
Cristina Quaresma lembrou ainda que pegou a Secretaria de Ação Social funcionando em regime de meio expediente, “apenas até às 11h”, para o atendimento do Programa Bolsa Família. “Diante desse quadro de morosidade, fomos obrigados a convocar uma força tarefa, usando o nosso pessoal dos Cras (Centro de Referência da Assistência Social) para que ninguém da cidade ficasse fora do programa a que tem direito. Para isso, hoje, o nosso pessoal trabalha até às 17h, podendo estender este horário, se houver necessidade”, anunciou.
SETE MESES SEM BENEFÍCIO - Mãe de Ana Carla, 10 anos, e Marcela 7, a desempregada Ana Carla Silvestre da Costa, 28, pode ter sido uma das vítimas da falta de organização da gestão anterior na Secretaria Municipal de Ação Social.
“Fiquei sete meses sem receber o meu Bolsa Família, que foi bloqueado em agosto. Alegaram, na época, que era problema relacionado à falta de declaração da escola das minhas filhas. Na terça-feira (29), voltei à Secretaria de Ação Social e graças, me disseram que a minha situação estava regular. Quer dizer, é provável que tenha havido falta de organização”, lamentou Ana Carla, que já recebeu duas parcelas do benefício atrasado.
Defensora do slogan, através do qual “Cidadania também se faz com bom atendimento”, Cristina Quaresma disse que a Secretaria de Ação Social tem que trabalhar a fundo com a questão da humanização do serviço.
”Você tem que saber receber e conversar com as pessoas que só nos procuram porque estão em situação muito difícil, em muitas das vezes totalmente desorientadas, sem saber onde buscar os meios que irão, de alguma forma, amenizar o sofrimento delas. Essa gente precisa saber que a proposta do nosso governo, em relação à Ação Social, passa necessariamente pela questão da cidadania, com a inclusão social. Temos a obrigação de receber as pessoas, e muito bem, com respeito e cidadania”, observou.
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