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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Cadeirantes ganham tratamento vip para assistir aos desfiles das escolas de samba em Nova Iguaçu


Valnei Costa do 'Alto' de sua Cadeira de Rodas
      
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Subsecretário Valnei Costa anunciou uma série de projetos para os portadores de deficiência
2 Valnei Costa conversa com um cadeirante e explica como funcionará a área vip no desfile de Nova Iguaçu
Pessoas portadoras de deficiência, especialmente os cadeirantes, que forem assistir este ano aos desfiles dos blocos carnavalescos e escolas de samba de Nova Iguaçu, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, terão direito a área vip, inclusive com banheiros químicos adaptados. O anúncio foi feito nesta quarta-feira (6) pelo subsecretário municipal do Direito da Pessoa com Deficiência, Valnei Costa. Segundo ele, agentes da Defesa Civil, vão prestar todo tipo de orientação para facilitar o acesso dos deficientes à passarela.
O espaço vai permitir ao deficiente assistir com melhor visão e conforto aos desfiles. Já os banheiros dispõem de portas mais largas, rampa de acesso, barras de apoio e sanitários adaptados. Valnei Costa explicou que a iniciativa partiu da preocupação do prefeito Nelson Bornier e da secretária de Assistência Social, Cristina Quaresma, com a questão da cidadania, de forma a facilitar, da melhor maneira possível, a vida dos portadores de qualquer tipo de deficiência.
Cadeirante, desde os 6 anos de idade, vítima de acidente de carro, Valnei Costa lembrou que pelo menos 33,33%, da população de Nova Iguaçu, o equivalente a 265.425 pessoas, são portadoras de algum tipo de deficiência, dos quais 60.831 ou 7,63%, com problema motor, incluindo cadeirantes. “É uma situação que merece toda a atenção do governo municipal”, disse, o subsecretário que vive há mais de 30 anos na cidade.

BANCO DE ÓRTESES E PRÓTESE
A criação da área vip na passarela do samba de Nova Iguaçu faz parte de um pacote de projetos voltado para o deficiente, que o prefeito Bornier começa a implantar no seu governo. Um deles  é o Banco de Cadeiras, que vai ajudar também idosos na aquisição de órteses e próteses, muletas, bengalas e andadores, entre outros equipamentos, mediante avaliação médica no ambulatório da própria Subsecretaria, na Avenida Doutor Luiz Guimarães (antiga Rua 13 de Maio), 956, no Centro do município.
Para conquistar o benefício, o portador de deficiência terá que passar pela avaliação médica. A próxima consulta, que terá envolvimento de uma equipe multidisciplinar, com apoio de sociólogos e psicólogos, será aberta ao público no dia 18 de março, a partir das 15h. Os interessados devem procurar a unidade para se cadastrar, munidos de carteira de identidade, CPF, comprovante de residência e cartão do SUS.
Valnei Costa anunciou ainda a criação de uma Divisão Médica Multidisciplinar, específica para o atendimento, também no ambulatório da Subsecretaria, de deficientes vítimas de doença conhecida como bexiga neurogênica. A enfermidade atinge cerca de 90% dos cadeirantes
O subsecretário anunciou ainda, para breve, a criação de um Centro Integrado de Reabilitação para atender aos cerca de 260 pessoas com algum tipo de deficiência em Nova Iguaçu.

APLICAÇÃO DA LEI 5.296
Um dos problemas detectados pelo atual governo diz respeito à questão da mobilidade urbana. Táxis e ônibus da cidade insistem e não carregar cadeirantes. Valnei Costa disse que antes de começar a aplicar a lei federal 5.296, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, vai desencadear uma campanha de conscientização junto à população e aos setores que lidam diretamente com pessoas consideradas especiais.
Valnei Costa pede à população que denuncie o despeito ao deficiente, através do telefone 2669-1300, ramal 221. Ele disse que terá também um portal na internet, que receberá queixas. “Recebemos muitas denúncias. Só que, negar atendimento a pessoas com deficiência é crime previsto em lei federal 5.296, com punição que vai de 2 a 5 anos de cadeia”, adverte.
 O subsecretário anunciou que vai sugerir os empresários do setor a criação de programas de capacitação para que os motoristas de ônibus mudem a forma de tratar as pessoas com algum tipo de deficiência. Outra medida será a criação, em parceria com as empresas de transporte coletivo da cidade, de rotas acessíveis para dar maior mobilidade aos deficientes que chegam ao centro do município, ao Hospital da Posse, à sede da AACD, no bairro da Viga, e à própria sede da subsecretaria, na Rua Dr. Luiz Guimarães (antiga 13 de Maio).
“A idéia é criar também equipamentos especiais, a exemplo de rampas com barras de apoio e piso tátil, geralmente utilizados em espaços públicos para que deficientes visuais, por exemplo, possam se locomover com segurança e autonomia ao desembarcar dos coletivos”, explica.

SERVIDORES ESPECIAIS
Ainda de acordo com Valnei Costa, a própria Subsecretaria, que até ano passado funcionava na sede da prefeitura, ao lado do cemitério, já está sendo estruturada e adaptada, em prédio anexo à Secretaria de Ação Social, na Rua Luiz Guimarães, para receber a demanda de deficientes da cidade. O órgão vai dispor de rampas, piso tátil e outros equipamentos, inclusive para inclusão digital, e uma espécie de mini Poupa Tempo para que o deficiente tenha acesso a questões relacionadas a documentos, transporte, trânsito, trabalho e renda, educação e habilitação, entre outros serviços.
“Hoje já fazemos atendimento, de segunda a sexta-feira, de 9h às 17h, para o Riocard especial para pessoas com deficiência e doença crônica. Estamos agora criando o projeto, junto a AACD, entidade de referência nacional em tratamento e reabilitação de crianças, jovens e adultos com deficiência física, o projeto do Banco de Cadeiras, para ajudar, não apenas o deficiente, mas também e ao idoso na aquisição de cadeiras de banho, órtese (aparelho de correção) e prótese, muleta, bengala, andador. A próxima parceria, possivelmente ainda este ano, será com a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR)”, frisou Valnei.
“A nossa meta é usar 50% de servidores com algum tipo de deficiência, e que estão hoje lotados em outros órgãos da municipalidade, fazendo o atendimento público na nossa Subsecretaria. Queremos dar autonomia e dignidade a essas pessoas”, projeta Valnei Costa.
A subsecretaria também começa a reavaliar toda a parte de estrutura de acessibilidade urbana da cidade, como calçadas, mobiliários urbanos, prédios públicos e privados. A ideia é pedir a adequação desses espaços para os deficientes físicos. “Estamos propondo ao prefeito uma lei no sentido de que toda e qualquer nova obra na cidade, seja ela pública ou privada, passe também pelo crivo da subsecretaria para saber se a edificação estará ou não dentro das normas estabelecidas”, encerrou Valnei Costa.

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