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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Bocha ajuda na reabilitação de pacientes em Nova Iguaçu

Cláudia dos Santos frisou que o filho Daniel evoluiu muito depois que passou a treinar bocha
Fisioterapeuta Alice Falcão explicou que o bocha trouxe benefícios para os pacientes

Por: ASCOM Fotos Charles Souza
Bocha ajuda na reabilitação de pacientes em Nova Iguaçu

 Para alguns especialistas, o esporte é um grande aliado na recuperação de pacientes. Em Nova Iguaçu, a Secretaria de Saúde e a Subsecretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência fizeram uma “tabelinha” e, numa “jogada de mestre”, implantaram, através do Programa Saúde Mais Especial, o bocha, modalidade que consiste em lançar bolas e situá-las o mais perto possível de uma bola pequena, previamente lançada. O esporte foi implantado há poucos meses para ajudar na reabilitação de cerca de 40 pacientes com deficiência. Às terças e quintas-feiras, das 13 às 17h, eles se reúnem na Clínica da Família 24 horas patrícia Marinho, no Jardim Paraíso,

            O subsecretário Valnei Costa explicou que o Saúde Mais Especial atende jovens de bairros que ficam no entorno da patrícia Marinho, como Jardim Paraíso, KM 32, Prados Verdes, Grão Pará e Lagoinha, por exemplo. “Esses pacientes faziam tratamento em instituições como a ABBR (Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação), na Lagoa,  e no Rede Sarah, na Barra da Tijuca. Era pelo menos cerca de duas horas de viagem. Depois que implantamos o esporte junto com o tratamento, melhorou a autoestima deles e os resultados estão aparecendo”, disse Valnei, ao lado do diretor da Clínica da Família Patrícia Marinho, Helmer Cardoso de Mattos.

            Fisioterapeuta da seleção brasileira de  bocha, Alice Campeão destacou que a utilização do esporte como terapia trouxe muitos benefícios para os pacientes. “Eles melhoraram o controle do tronco e a precisão nos movimentos feitos com as mãos. Além disso,  tivemos evolução também no convívio social e na parte psicológica”, comentou Alice.


            Fazendo tratamento há um ano na Patrícia Marinho, o estudante Daniel dos Santos, 16 anos, parou de andar aos 10 anos por causa de uma doença conhecida como síndrome (ou distrofia) de Duchenne,  que lhe tirou os movimentos. Seu outro filho Leonardo, que mora em Jacarepaguá, sofre da mesma anomalia. Torcedor do Fluminense, fã de Fred e Conca, Daniel pratica bocha há um ano. De acordo com sua mãe, a dona de casa Cláudia dos Santos de Souza, 40, o filho está evoluindo bem. “O Daniel gosta de jogar e participar das atividades. O bocha o tem ajudado muito, pois ele já desce sozinho da cadeira”, disse Cláudia, que mora no KM 32.

            Voluntária há 17 anos, a professora e estudante de administração, Élida Damas, 50, é mãe do pequeno Pedro Emillio Damas, 10. O menino sofre com distrofia muscular (designação de um grupo de doenças musculares hereditárias progressivas, sendo sua principal característica a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, causando fraqueza), mas participa ativamente do bocha. “Ele adora o jogo. O Pedro também é bom aluno e acertou as questões de todas as provas. Ele interage muito bem e o esporte ajuda muito no seu desenvolvimento”, disse Élida, que é voluntária há dois anos na Patrícia Marinho e ajuda a marcar consultas, agenda uso de vans, entre outras atividades. “O que faço aqui não tem preço. Fico feliz em ajudar e ver a satisfação das mães ao ver a evolução dos filhos”, arrematou.

            A Patrícia Marinho tem uma sala de fisioterapia que atende pacientes de diversos bairros. A dona de casa Dayane Pereira da Silva, 25, usa a unidade para tratar da filha Camila da Silva, 5, que tem hidrocefalia. Bem-humorada, a menina fez pose para as fotos enquanto recebi os cuidados da fisioterapeuta Lunik de Paula. “Minha filha está aqui há um mês e já melhorou muito a coordenação motora”, resumiu Dayane Pereira.

 
Italianos trouxeram esporte para a América
Bocha é um esporte jogado entre duas equipes sendo seis bochas (bolas) para  cada equipe, na modalidade trio, quatro bolas para dupla, e quatro também individual no confronto entre dois jogadores.

            O esporte consiste em lançar bolas e situá-las o mais perto possível de um bolim (bola pequena) previamente lançado. O adversário, por sua vez,  tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou "remover" as bolas dos seus oponentes. As canchas (local onde a partida é disputada) devem ter dimensões de 26,50 m de comprimento, 4m de largura e altura uniforme de 30cm.

            De acordo com historiadores, a origem da bocha está no Egito e na Grécia antiga, quando os participantes usavam objetos em formatos esféricos, como pedras redondas, por exemplo. Mas há quem defenda que o esporte surgiu na Itália durante o domínio do Império Romano.
            O esporte foi  trazido para a América pelos imigrantes italianos primeiro para a Argentina e mais tarde para outros países. Os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, que receberam grandes concentrações de imigrantes vindos da Itália, foram responsáveis pelo início do esporte no Brasil, que posteriormente se espalhou por Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais.

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