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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Obras do Arco Metropolitano acabam com a paz de moradores de Vila de Cava


 Por: ASCOM Fotos de Alziro Xavier
Obras do Arco Metropolitano acabam com a paz de moradores de Vila de Cava
Os vereadores de Nova Iguaçu tentaram, em vão, sabatinar, nesta segunda-feira (8), diretores das empreiteiras Carioca e Queiroz Galvão para exigir do consórcio responsável pelo trecho das obras do Arco Metropolitano, em Nova Iguaçu, a reparação dos danos que estão causando à cidade, especialmente aos moradores de cerca de 20 ruas, em Santa Rita, Figueira e Vila de Cava.

         A audiência pública, que começou às 14 horas, no plenário da Câmara Municipal, reuniu apenas secretários municipais, Giovanni Guidone, de Meio Ambiente; Carla Neves, de Obras; e Luiz Antunes, da Defesa Civil, além de moradores da região atingida pelas obras do Arco Metropolitano. Os diretores do consórcio não compareceram e nem mandaram representantes.

“Foi um descaso total. Só nos resta, agora, produzir um relatório com uma representação contra o consórcio junto ao Ministério Público Estadual e Federal. Não temos mais outra alternativa. A Audiência Pública tinha como finalidade a tentativa de um acordo, de um Termo de Ajuste de Conduta, o que não foi possível”, reagiu indignado o vereador José Carlos Fonseca, o Cacau, autor do requerimento de convocação dos empreiteiros.    

REGIÃO TOMADA POR LAMA E POEIRA
   Cacau lembrou que, “inaugurado às pressas”, no dia 1º de julho, pela presidente Dilma Roussef, as obras do Arco Metropolitano deixaram diversos logradouros públicos cobertos de lama e poeira.

“Eles (os empreiteiros) deveriam assumir um termo de conduta, sob pena de serem responsabilizado por qualquer desgraça que aconteça aos moradores”, deixou claro o vereador, frisando que casas da região correm o risco de serem atingidas por enxurradas.

         “Peço a Deus, que não se repita a situação de calamidade que ocorreu no Verão do ano passado. Até porque, o aguaceiro que desce com muita força da encosta da pista de rolamento do Arco Metropolitano é assustador”, disse.   

Ainda de acordo com Cacau, o consórcio destruiu também as principais vias da região e todo o sistema de infraestrutura do bairro, por conta do tráfego diário de caminhões pesados.

 “O asfalto foi danificado em vários trechos e não fizeram o recapeamento. Redes de água potável, de água pluvial e de esgoto também foram danificadas, assoreados, e ninguém voltou para consertar o prejuízo. Naturalmente, querem deixar o ônus da irresponsabilidade deles nas costas da prefeitura”, denunciou.

MORADORES ILHADOS
A situação mais grave atinge, segundo o vereador Cacau cerca de 30 famílias moradoras das ruas Bom Jardim, Friburgo, Portugal e Arruda Negreiros, que margeiam a via expressa do Arco Metropolitano, em Vila de Cava. Eles estão praticamente ilhados, com a frente de suas casas tomadas por crateras e montanhas de barro remanescente da escavação das obras.

         “É um absurdo, a gente já não sabe mais a quem apelar. Você não pode chegar em casa de carro, o caminhão de entrega não entra, a ambulância do Samu não passa. Ou seja, consórcio acabou com a nossa paz. Estamos passando por momentos de medo, de desespero com a aproximação da época de chuvas de Verão”, protestou o aposentado Antônio Rodrigues Filho, 68 anos.

         “Fizeram uma bagunça, aqui, faz quase um ano. Sofremos todos os tipos de transtorno. A situação está inaceitável, é uma grande safadeza o que estão fazendo com a gente”, desabafou Rodrigues, morador na rua Friburgo e um dos mais revoltados com o problema.

         Nascido e criado na Rua Bom Jardim, o operador de obras Josimar Oliveira da Silva, 45, atolou os pés de lama, nesta sexta-feira, para exibir “a pouca vergonha” deixada pelo consórcio responsável pelo trecho das obras do Arco Metropolitana.

         “Quando chove, chega o desespero. A gente passa parte do dia pegando na pá, na enxada, para tirar a lama que invade as nossas casas. Se faz sol, temos que engolir poeira. Quer dizer, se ficar o bicho, se correr o bicho come; até quando?”, questionou Oliveira.

         Cacau lembrou ainda que, mesmo passado cinco meses, até agora o consórcio responsável pelas obras também não construiu as alças de acesso e saída ás pistas do Arco Metropolitano.

         “É muito descaso. Por isso mesmo, não tem mais conversa. Vamos exigir a reparação dos danos, por bem ou por mal”, prometeu.
 

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