1ª parte: Wandemberg
Os verões sem chuvas dos últimos dois anos vieram nos mostrar que existe um paradoxo de grande teor de injustiça contra nosso município - Nova Iguaçu: 'enquanto alguns morros do Rio de Janeiro, são premiados com a preferência na distribuição da água. Nova Iguaçu é punida, pelo controle da CEDAE, com a ausência do precioso líquido em muitas de suas torneiras. A história nos conta que, em passado não tão distante, enquanto Nova Iguaçu preservava sua Mata Atlântica, o Rio substituía árvores de algumas de suas glebas em elevação, por barracos, acabando com inúmeras fontes naturais. Assim, o Rio de Janeiro (dependente) bebe de nossa água, enquanto Nova Iguaçu (autosuficiente), passa sede'.
Os verões sem chuvas dos últimos dois anos vieram nos mostrar que existe um paradoxo de grande teor de injustiça contra nosso município - Nova Iguaçu: 'enquanto alguns morros do Rio de Janeiro, são premiados com a preferência na distribuição da água. Nova Iguaçu é punida, pelo controle da CEDAE, com a ausência do precioso líquido em muitas de suas torneiras. A história nos conta que, em passado não tão distante, enquanto Nova Iguaçu preservava sua Mata Atlântica, o Rio substituía árvores de algumas de suas glebas em elevação, por barracos, acabando com inúmeras fontes naturais. Assim, o Rio de Janeiro (dependente) bebe de nossa água, enquanto Nova Iguaçu (autosuficiente), passa sede'.
A verdade é que, toda a região Metropolitana do Rio de Janeiro se vale de Nova Iguaçu para obter o bem de consumo mais importante. Não fosse a água do Guandu (maior estação de tratamento do mundo), de Rio D’Ouro e Tinguá, e, a Cidade Maravilhosa estaria sofrendo como sofrem, por sinal, muitas comunidades iguaçuanas que não têm direito a água que jorra, abundantemente, das serranias de seu território. Tal dependência do Rio de Janeiro para com nosso município teve início entre o final do século XIX e início do século XX, após os cariocas verem suas principais fontes secarem, depois da derrubada da mata nativa da Tijuca para plantar café. Mas não foi só isso. Em outros espaços elevados aconteceram coisas piores, já no final do século XIX, quando substituíram florestas por barracos, em locais impróprios para moradias, e, apropriados, isso sim, para captar e acumular água. Com seu espaço furtado, a mata nativa desapareceu dando lugar às favelas.
Cada dia que passa, a medida que a derrubada de florestas ameaça o extermínio da população do planeta, pessoas de bom senso se convencem, cada vez mais, da necessidade em recuperar as matas nativas. Para esses, em muitas favelas dos morros cariocas, ao invés de barracos, deveriam existir - árvores: Murici, Imbaúba, Mamão Jacatiá, Abil Roxo e outras frutíferas apreciadas por grande parte dos animais da fauna da mata Atlântica. Ao invés de UPP (Unidade de Polícia Pacificadoras) deveriam existir UPA (Unidade de Proteção Ambiental). Ao invés de vielas e Favela Bairro - trilhas, fontes, riachos (...!). Segundo esses apologistas da reconstituição florestal, ainda se vê muitas terras disponíveis na região norte do Rio e nas Baixadas, sob a égide da especulação imobiliária, que deveriam ser desapropriadas para, em seus lugares, edificarem-se cidades com estrutura melhor que as verificadas nas favelas: com escolas hospitais e toda sorte de necessidade básica, para fazer 'descer' essa gente que mora lá por cima, e, na área abandonada, o mais rapidamente possível, dar início ao replantio da mata nativa.
Me consorcio aos apologistas. Não dá mais para aceitar as notícias que dão conta de índices de desmatamento em qualquer parte do planeta. É chegada a hora de reverter-se a situação, incrementando-se, a princípio, índice zero de desmatamento e ato contínuo buscar-se índices positivos de reflorestamento. Ou seja, uma reversão radical no quadro que nos informa que o planeta está acabando!
O que os cidadãos conscientes querem saber é notícia tipo: “O índice de reflorestamento, este trimestre, cresceu 5% em relação ao mesmo trimestre do ano que passou!”, e, não: “O índice de desmatamento, este trimestre, cresceu 5% em relação ao mesmo trimestre do ano que passou!”. Pena que seja apenas mera suposição! Imagina se nossos antepassados Iguaçuanos que viveram por aqui nos séculos XIX e início do século XX tivessem incorridos no mesmo erro e desmatado o Alto Tinguá como fizeram com a floresta da Tijuca e outras... O que seria, hoje, de nós e do nosso ilustre dependente em H2O?
Felizmente, aqui em Nova Iguaçu ocorreu o contrário do ocorrido no Rio. As fazendas de café no Alto Tinguá encerraram suas atividades e foram vendidas a preço simbólico e até doadas para a Província do Rio de Janeiro, exatamente para que a Capital de República tivesse água. Esse paradoxo, com certeza, nos desviou definitivamente, da 'rota' da seca. Graças a Deus!
Em Petrópolis um prefeito inadvertido construiu, tempos atrás, num outeiro repleto de Mata Atlântica e pouquíssimo populoso, uma belíssima escola, perto de onde invasores começavam a construir barracos em meio à floresta. Nesse caso escola só pode ser considerada acinte à educação, à natureza e à vida, posto que servirá cada vez mais para atrair moradores para um local impróprio, e, o que é pior incentivar a destruição da floresta.
2ª parte: Wikipédia
Como surgiram as Favelas do Rio
Em meados do século XIX, transformações sociais desencadeadas por fenômenos como a decadência da produção cafeeira no Vale do Paraíba, a abolição da escravidão e o início desenvolvimento do processo industrial no país, trouxeram muitos ex-escravos e europeus, especialmente portugueses, para a então capital do Brasil. O grande crescimento demográfico da cidade inchou sua área central, que tradicionalmente concentrava vários cortiços. O então prefeito da cidade, Cândido Barata Ribeiro, iniciou a perseguição a esse tipo de moradia, o que culminou, em 1893, na demolição do cortiço "Cabeça de Porco". Todo o processo de despejo desalojou cerca de 2 mil pessoas e um grupo de ex-moradores do cortiço conseguiu permissão para construir suas casas no Morro da Providência. Outro grupo de soldados que lutaram contra a Revolta da Armada recebeu permissão para construir moradias sobre o Morro de Santo Antônio, dando início aos primeiros aglomerados que mais tarde seriam chamados de "favelas".
Em 1897, cerca de 20 mil soldados que haviam retornado ao Rio de Janeiro após a Guerra de Canudos, na província oriental da Bahia, começaram a morar no já habitado Morro da Providência. Durante o conflito, a tropa governista havia se alojado na região próxima a um morro chamado "Favela", o nome de uma planta resistente da família Euphorbiaceae, que causava irritação quando entrava em contato com a pele humana e que era comum na região. A planta era da espécie Cnidoscolus quercifolius, chamada de árvore "faveleira". Por ter abrigado pessoas que haviam lutado naquele conflito, o Morro da Providência recebeu o apelido de "Morro da Favela". O nome tornou-se popular e, a partir da década de 1920, os morros cobertos por barracos e casebres passaram a ser chamados de favelas.
No início do século XX, essas construções irregulares recém-formadas, assim como os antigos cortiços, eram vistas pela maior parte da população carioca como o lar da criminalidade e de doenças. No entanto, como a capital da República do Brasil, que tinha sido recentemente proclamada, o Rio de Janeiro precisava passar por reformas para se tornar uma cidade mais europeia e moderna para os padrões da época. Foi então que o prefeito Francisco Pereira Passos passou a realizar amplas reformulações urbanas no centro da cidade, o que incluía a ampliação e a abertura de novas vias, como a Avenida Central. Durante as reformas, vários cortiços foram demolidos e seus moradores obrigados a procurar outras formas de viver no cada vez mais valorizado centro, entre as quais estavam ocupar os morros próximos, o que forçou uma forte expansão das favelas no período. No entanto, os moradores desses assentamentos só passariam a ser reconhecidos pela sociedade e pelo poder público a partir dos anos 1920.
Desde então, começando na era do Estado Novo, sob o governo de Getúlio Vargas, passando pelo governo de Carlos Lacerda na Guanabara, até o Regime Militar nos anos 1960, vários programas de remoção e eliminação de favelas despejaram e desalojaram milhares de pessoas e destruíram vários barracos, sem(infelizmente) obter qualquer sucesso na resolução do problema. Estima-se que no período compreendido entre os anos de 1962 e 1974, 80 favelas foram envolvidas nesses programas, resultando em 26.193 barracos destruídos e 139.218 habitantes removidos.
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