Médicos do Programa Estadual de Transplantes (PET) levam os órgãos de Jhonatam Palmeira. Foram doados rins e fígado. |
Por: Fernanda Rodrigues
Hospital Geral de Nova Iguaçu realiza cirurgia para captação de órgãos para transplante
O Hospital Geral de Nova Iguaçu (Hospital da Posse/HGNI) realizou na noite desta quinta-feira (28/08) a segunda cirurgia de captação de órgãos para transplante este ano. Foram os captados os rins e fígado do paciente Jhonatan Palmeira Ribeiro da Silva, de 22 anos, que teve morte encefálica. Ele estava internado na unidade com traumatismo craniano desde o dia 25/08, após sofrer um acidente de carro em Belford Roxo.
A cirurgia, que durou cerca de cinco horas, foi realizada pelas equipes médicas da unidade e pelos médicos do Rio Transplantes, ligado ao Programa Estadual de Transplantes (PET). Após o procedimento, os órgãos foram levados para Central de Transplantes e serão transplantados em três pacientes.
Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, a fila de pacientes que esperam por transplantes atualmente é de 900 pessoas. A chefe do Serviço Social do HGNI, Regina Hugo, ressalta que a maior dificuldade para diminuir essa fila está na recusa da família.
“A morte encefálica é a paralisação de todos os comandos do cérebro, ela é irreversível. A falta de informação sobre o que realmente isso significa, em muitos casos, faz com que a família não aceite a doação dos órgãos por acreditar que o ente querido ainda está vivo. Na verdade, o paciente naquele momento está sendo mantido apenas por conta dos aparelhos até a decisão da família em doar ou não. Após a confirmação da morte encefálica, a família precisa decidir em um prazo de 24hs”, afirma Regina.
Atualmente, a legislação brasileira sobre doação de órgãos não exige mais o registro em documento de identidade ou algum tipo de carteirinha declarando que a pessoa seja doadora. Basta o doador expressar em vida aos familiares o desejo em doar.
De acordo com o PET, este ano foram feitas 225 doações que resultaram em 587 transplantes – número quatro vezes maior do em 2008, quando ocrreram 48 doações que possibilitaram 237 transplantes. O diretor do Hospital da Posse, Joé Sestello, explica que a precisão no diagnóstico e rapidez no transporte dos órgãos até o receptor são fundamentais para o sucesso do transplante.
“Após a constatação da morte encefálica de um paciente e a autorização dos familiares na doação dos órgãos, cabe à unidade hospitalar acionar o Centro Estadual de Transplantes para iniciar o quanto antes todo processo. Quando mais rápido ele for realizado, maiores serão as chances de o transplante ser bem sucedido. Um único paciente pode ajudar a salvar diversas vidas, com doações de córneas, coração, fígado, rim, osso, entre outros órgãos”, ressalta.
A Central de Transplantes disponibiliza o telefone 155 para orientações e esclarecimentos de dúvidas sobre doação de órgãos. A ligação é gratuita.
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