Por: ASCOMFotos Charles Souza
Prefeito Bornier adere a projeto federal para reduzir mortes contra jovens negros
Nova Iguaçu acaba de aderir ao Plano de Prevenção à Violência contra a Juventude Negra, também conhecido como “Juventude Viva”, programa do Governo Federal de enfrentamento ao racismo. O objetivo é reverter o quadro de violência que coloca o município como a 20ª região do País e a terceira do Estado com o maior índice de homicídios contra jovens negros.
O convênio foi assinado na sexta-feira pelo prefeito Nelson Bornier, a secretária municipal de Ação Social, Cristina Quaresma, e o coordenador estadual do Plano da Juventude, George Baptista. Dados do Ministério da Saúde mostram que mais da metade (53,3%) dos 49.932 mortes por homicídios, em 2010, no Brasil, eram jovens, dos quais 76,6% negros (pretos e pardos) e 91,3% do sexo masculino, moradores das periferias.
Nova Iguaçu, segundo dados do IBGE, de 2010 tem uma população de 202.630 jovens, dos quais 131.543 (64,9%) negros e 68.814 (33,9%) brancos. O número de assassinatos atingiu 179 (136,1%) negros, contra 54 brancos, no mesmo período, conforme registro do livro Mapa da Violência.
Dados do Governo Federal mostram que, também em 2010, pelo menos 13 cidades do Rio de Janeiro, incluindo a capital, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São Gonçalo, Campos dos Goytacazes, São João de Meriti, Itaboraí, Cabo Frio, Niterói, Volta Redonda, Macaé, Angra dos Reis e Magé, apresentaram elevados índices de mortalidade de jovens em decorrência de agressão e violência urbana.
Ao todo, essas cidades, juntas, registraram 3.526 pessoas assassinadas, sendo que 53,56% eram jovens, com idade entre 15 e 29 anos, e 67,59% desse universo eram negros (pretos e pardos).
“O nosso governo não vai poupar esforços no sentido de garantir vida com dignidade às crianças, aos adolescentes e aos jovens desta cidade. Por isso mesmo, Nova Iguaçu está de braços abertos para colaborar na execução do Juventude Vida”, anunciou o prefeito, que prometeu atuar “com firmeza” na criação de oportunidades e na capacitação dos jovens, sobretudo para o mercado de trabalho.
Ainda de acordo com Bornier, Nova Iguaçu pretende reunir um conjunto de ações envolvendo secretarias das áreas de trabalho, educação, saúde, cultura, esporte e ação social, entre outros organismos do governo.
A ideia, segundo Cristina Quaresma, é oferecer um pacote de políticas sociais que visem assegurar os direitos dos jovens e prevenir situações de violência física e simbólica, a partir da criação de oportunidades de inclusão e autonomia. Ela sugeriu ao prefeito Bornier e utilização da Escola Charles Chaplin, como sede do Centro de Referência da Juventude (CRJ).
Desativada, a unidade educacional está localizada na Avenida Abílio Augusto Távora, antiga Estrada de Madureira, corredor de uma das regiões mais vulneráveis para os jovens, sobretudo os negros.
Para George Baptista, a reativação do Centro de Referência da Juventude, que chegou a funcionar na Casa de Cultura, vai contribuir na implementação de atividades culturais e cursos profissionalizantes, dependendo da realidade de cada região assistida. Ele citou o programa Estação Juventude, que pode disponibilizar até R$ 285 mil para projetos por meio de convênios da Secretaria Nacional de Juventude com o município.
Para o superintendente de Atendimento Especiais da Secretaria Ação Social de Nova Iguaçu, Thiago Pereira, a iniciativa do prefeito Bornier de aderir ao projeto Juventude Viva é excepcional para o funcionamento das políticas públicas. “Precisamos colocá-la em prática, o mais rápido possível, pois não podemos continuar perdendo os nossos jovens”, conclamou, ao lado do subsecretário municipal do Direito da Pessoa com Deficiência, Valnei Costa.
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