Prefeito Nelson Bornier convoca a sociedade para combater o uso de crack em Nova Iguaçu

O prefeito Nelson Bornier destacou que a luta contra o crack é de toda a sociedade

Durante a formatura, as autoridades debateram o aumento do consumo de crack na região

Por: Clébio Luiz Fotos:Thiago Loureiro

Prefeito Nelson Bornier convoca a sociedade para combater o uso de crack em Nova Iguaçu

O prefeito de Nova Iguaçu, Nelson Bornier, convocou a sociedade iguaçuana a participar ativamente do combate ao uso do crack no município. Ele lembrou que, além de se tratar de um “grave problema de saúde e segurança pública”, o consumo da droga está crescendo, cada vez mais, a uma velocidade muito mais rápida do que as medidas adotadas pelo poder público.

         O apelo dramático de Bornier foi feito neste final de semana, durante a formatura, no auditório da UNIG (Universidade de Nova Iguaçu), de 84 agentes do curso de capacitação para atender ao Programa do Governo Federal ‘Crack, é possível vencer’.

         Dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao Ministério da Saúde, em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), revelam que cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram regularmente crack e similares (pasta base, merla e oxi) nas capitais do País ao longo de pelo menos seis meses, em 2012.

Com base nesses números, Bornier observou que pelo menos 14% dos usuários de crack, o equivalente a mais de 50 mil pessoas, são crianças e adolescentes. Preocupado com essa situação, o prefeito determinou também uma ampla campanha de conscientização, com distribuição de cartilhas, palestras e trabalhos pedagógicos, a ser promovida pela Secretaria de Educação junto aos cerca de 70 mil alunos matriculados na rede de ensino do município.

“Ninguém é forte sozinho, é preciso o envolvimento de toda a sociedade nesta luta para, pelo menos, amenizarmos a situação dos jovens envolvidos com o crack”, conclamou. “Como prefeito, sou apenas gestor com passagem temporária à frente do governo de Nova Iguaçu, uma cidade que não é só minha, é de todos. Portanto, a responsabilidade é também coletiva”, deixou claro.

O projeto, que tem a chancela da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, pretende mostrar que o crack deve ser combatido por toda a sociedade. Estudo do Governo Federal revela que 79% dos usuários de drogas, de modo geral, desejam se tratar, mas têm dificuldade em encontrar o serviço ou serem atendidos em postos, centros de saúde e clínicas de recuperação.

É aí que entra o papel dos agentes recém-formados pela prefeitura de Nova Iguaçu, também chamados de “mediadores de conflitos”. Como profissionais da Segurança Pública, eles foram qualificados e capacitados para promover abordagem mais humanizada, na condição de multiplicadores de Polícia Comunitária para as cenas de uso de drogas e outras entorpecentes, de forma a que possam reconhecer as redes de atenção, prevenção e cuidado aos usuários de crack.

“Foi uma experiência inovadora, enriquecedora, de grande valia profissional. Foi bom me preparar para trabalhar com o diferencial de pessoas alheias à nossa sociedade e com problemas”, testemunhou o formando Matheus Amorim.

Secretário municipal de Governo, Thiago Portela, lembrou aos formandos que o prefeito Bornier determinou também a criação de uma Força Tarefa que vai colocar em prática o plano estratégico do governo municipal de enfrentamento à questão do crack.

“Esse enfrentamento se sustenta em cinco importantes eixos: prevenção, intervenção, saúde, inclusão e oportunidade de trabalho”, enumerou.

Para a Coordenadora do projeto ‘Crack, é possível vencer’, no município, Aline Medeiros, o grande desafio do governo é saber criar estratégias de combate às drogas e proteção aos jovens em situação de vulnerabilidade, a exemplo do crack.

Segundo ela, o município estará recebendo, por esses dias, incentivos federais, como armas não letais – pistolas taser, spray de pimenta, motos, câmeras de vídeo para monitoramento e uma unidade móvel equipada para monitorar focos da ação de viciados e também de criminosos na cidade.

A prefeitura de Nova Iguaçu vai  ampliar a rede de unidades de atendimento aos usuários de crack e álcool, incluindo os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e o Centro de Referência Especializada para População em Situação de Rua (Centro POP), além dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS).

“A gente está também ampliando o número de leitos no Hospital da Posse para receber usuários de drogas em crise de abstinência ou intoxicação, além da rede de unidades de acolhimento adulto e infantil, as chamadas casas de passagem, onde o paciente pode ficar até seis meses se restabelecendo para depois voltar à inclusão na vida social”, anunciou Aline Medeiros.

Na avaliação do secretário municipal de Assuntos Estratégicos, Marcelo Lessa, os entes federados têm que se unir para enfrentar e vencer o crack. “Não será (o problema) solucionado apenas com o trabalho da (Secretarias) Saúde, Educação, Assistência Social...é um sistema integrado, onde cada um tem papel fundamental no combate a uma droga tão devastadora, como o crack”, disse.

A solenidade contou ainda com a presença do secretário de Transporte, Trânsito e Mobilidade Urbana, Rubens Borborema; do coordenador de projetos especiais da Secretaria de Estado de Segurança Pública; da subsecretária de Assistência Social, Cristiane Lamarão; da professora Solange Correia, representando a Secretaria Municipal de Educação, além dos vereadores Arthur Legal e Henrique Neves.

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