Por: joana barros braga mineiro
Fotos: Thiago Loureiro
Representantes de cerca de 30 países estiveram em Nova Iguaçu no último domingo (18.08). Mais de 200 lutadores de países como Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Holanda, Alemanha, Israel, Rússia e Espanha vieram participar de uma grande roda de capoeira, liderada pelo Mestre Nagô. A abertura do 25ª Festival Internacional da Arte Capoeira aconteceu na Vila Olímpica de Nova Iguaçu, no Centro, e teve como objetivo batizar e realizar a troca de cordas dos capoeiristas. O evento acontece a cada dois anos e visa criar um intercâmbio entre os praticantes da arte marcial brasileira. O encontro é organizado pelo grupo Abadá-Capoeira, a maior associação de capoeira do mundo, presente em 17 estados e nos cinco continentes.
O secretário Municipal de Esporte e Lazer, Adriano Santos, destacou que o evento ajuda a incentivar o turismo na cidade. Para o secretário, a cultura do Brasil é espalhada pelo mundo e, no último domingo, um pouco do mundo veio praticá-la em Nova Iguaçu. “É uma honra receber um evento dessa magnitude. Queremos mostrar a importância dessa arte tão brasileira e, cada vez mais, promover a capoeira pelo mundo. A ideia é criar polos de capoeira nos bairros de Nova Iguaçu”, afirmou Adriano.
Capoeirista há mais de 40 anos, Mestre Nagô enfatizou que se orgulha de liderar uma roda de capoeira tão grande e com tanta mistura de cultura. Para Nagô, esse é um encontro que valoriza a capoeira e que Nova Iguaçu, uma das cidades com maior concentração de capoeiristas, teve o privilégio de ser escolhida para sediar o festival. “A capoeira é uma das nossas manifestações culturais mais fortes. No exterior, nós a ensinamos em português, fazendo com que a capoeira seja atualmente uma das maiores disseminadoras da nossa língua”, disse o Mestre Nagô, que faz parte do grupo Abadá-Capoeira.
O americano Freddy Correa, 37 anos, chamado de Furacão na capoeira, pratica a arte marcial há 18 anos e revelou que tem um projeto de criar uma ponte entre Nova Iguaçu e Nova York. “Tenho o sonho de levar as crianças de Nova Iguaçu para se apresentarem e ensinarem a capoeira para as crianças da minha cidade. Essa é uma forma de demonstrar minha gratidão ao Brasil e a esse esporte que me tornou um cidadão melhor”, agradeceu.
O polonês Michal Raczka, 34, conhecido como Polaco e capoeirista há oito anos, e o israelita Aviad Sapphire, 26, Mamuti, capoeirista há 14, disseram que, além da capoeira, a alegria, a simpatia e hospitalidade do povo brasileiro, o clima e a comida os encantam. Os estrangeiros se surpreenderam com o trabalho de capoeira desenvolvido pela Prefeitura e pelo Mestre Nagô nas comunidades de Nova Iguaçu. “A capoeira é uma forma de responsabilidade social, resgata os jovens e garante a cidadania. Aprendi a capoeira dentro de uma escola rabínica, cheia de regras e bastante conservadora, mas que se rendeu aos encantos da arte brasileira. O Brasil é fantástico e tem um calor humano e um gingado como nenhum outro tem”, declarou Mamuti.
Depois de Nova Iguaçu, os capoeiristas foram para Cachoeiras de Macacu, na Região Serrana, participar de seminários e workshops. O próximo passo será a graduação na Fundição Progresso, na Lapa. O 25ª Festival Internacional da Arte Capoeira acontece até o próximo dia 25.
Nenhum comentário:
Postar um comentário