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quinta-feira, 12 de março de 2015

Extra Terrestre em Nova Iguaçu

Obra de ficção
Por: Wandemberg
Extra Terrestre em Nova Iguaçu
De certa feita, há cerca de seis anos atrás, uma ‘Nave Mãe’ de proporção gigantesca, vinda das profundezas do universo, pairou à grande altitude no céu do nosso planeta. Vinha em nome da - Confederação das Galáxias - uma instituição interplanetária que tem como objetivo cultivar a paz e a preservação da vida nos mundos habitados. De seu bojo, descomunal, centenas de outros veículos menores em forma de ‘pratos’ (‘Disco Voadores’) saíram em missão, se dirigindo aos mais diversos países do globo terrestre. No comando dos ‘discos’ seres de compleição física idêntica à nossa, todavia com capacidade respiratória capaz de permitir a respiração em qualquer ponto do espaço, sendo dotados de inteligência superior, a nível de dominarem todo e qualquer idioma do universo.

O objetivo da missão intergalática - dentre outros - era falar sobre a falta d’água que estava por vir dentro dos próximos cinco ou seis anos, tendo como causa as constantes agressões dos terráqueos à natureza, a omissão dos governos, e, sobretudo, advertir aquelas pessoas que, tendo responsabilidade direta ou indireta com o meio ambiente do planeta, não cumpriam  suas obrigações nos cargos que exercem: Ministros, políticos, secretários, chefes de APAs e congêneres... Carlos Minc e Marilene Ramos, por exemplo.

As referencias específicas citadas por esses seres do bem, eram sobre: destruição das matas ciliares; destruição das matas nativas; falta de estações de tratamento de esgotos; barracos à beira de rios; falta de estação de captação de água; excesso de pisos cimentados; lixo atirado a esmo; poluição sonora; abandono de animais domésticos à própria sorte; favelas onde deveriam existir matas nativas; descaso com a Educação e com a Saúde; solicitação de investimentos em meios de produção no lugar de programas absurdos, como o Bolsa família (na forma como é aplicado) e outros...

Nova Iguaçu, talvez  por ter uma vasta área da Mata Atlântica (67% de seu território), foi um dos locais onde desceu uma dessas naves menores. Parece que a aeronáutica nacional com o seu (SINDACTA) não detectou em seus radares a violação do espaço aéreo, e, sem maiores transtornos, o bólide pousou suave e silenciosamente, no vazio (talvez por ser  véspera de carnaval) pátio da prefeitura, numa manhã de sexta-feira. Um de seus ocupantes queria falar com a Sra. Secretária de Meio Ambiente da Cidade.

Uma porta se abriu sumindo na parte de cima da carlinga da belo-nave, e, no espaço vertido apareceu um ser idêntico aos humanos, porém com indumentária típica dos super-heróis de quadrinhos, que desceu gravitando suavemente por um tubo de luz, esverdeada, se dirigindo a escadaria principal, indo ter ao balcão de informações:

-Senhor! Por gentileza! Venho do espaço cósmico para falar com a Secretária de Meio Ambiente, disse o ET ao recepcionista.
 -Não chegou, ainda, respondeu o funcionário, com ares de desdém,. O desinteresse do agente talvez se devesse ao fato de achar tratar-se de mais um ‘maluco’ do Greenpeace, pronto pra fazer ‘greve de fome’ amarrado ao monumento à Bíblia existente no Paço, caso a secretária não marcasse uma reunião em caráter de urgência com as APAs municipais, que até então, jamais haviam se reunido em sua gestão, ou, quem sabe, fosse um folião qualquer, fantasiado de ET só para encher o saco.
-Quando chega?
 -Não sei! Respondeu o funcionário sem contudo, se apartar do cigarro fumacento, e, tampouco tirar os olhos do periódico da cidade (Correio da Lavoura), que lia com interesse.
-Será que ela demora?
-Não sei, mora no Rio de Janeiro, disse.
-Mas o expediente não começou?
-sim, mas ‘chefe’ aqui no planeta Nova Iguaçu, não tem hora nem dia pra chegar - falou com certa dose de sarcasmo o funcionário.
-Eu aguardo, disse o ET, resignado!

Enquanto isso um agente desavisado da Guarda Municipal, intrigado com o estranho veículo estacionado no pátio tentava descobrir onde ficava a placa para aplicar uma multa. -Esses carnavalescos estão cada vez mais folgados, o carnaval nem bem começou e eles já estão aprontando. Isso é local para estacionar carro alegórico? Nem placa tem! Vou mandar rebocá-lo, vai se (f...), resmungou.

O dia se foi, e, como nem reboque, nem secretária apareceram, o ET retornou às alturas em seu veículo. Ao confabular com os colegas, já no bojo da nave mãe, uma constatação desalentadora.  Nenhum deles havia encontrado em seus postos de trabalho aqueles aos quais procuravam! Fazer o quê? Talvez no dia seguinte... quem sabe!

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