Queda d'água em Tinguá (foto Antonio Jorge)
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Repórter da FOLHA do IGUASSÚ no Rio São Pedro (próximo a sua nascente) no alto Tinguá a 1100 metros
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Linha Preta: Dutos que, desde o Século XIX, levam água das Serranias do Tinguá ao Rio de Janeiro
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O "Dia Mundial da Água" foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas através da resolução A/RES/47/193 de 21 de Fevereiro de 1993, declarando todo o dia 22 de Março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas(DMA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.
Nesse período vários Estados foram convidados, como se fosse mais apropriado no contexto nacional, a realizar no Dia, atividades concretas que promovam a conscientização pública através de publicações e difusão de documentários e a organização de conferências, mesas redondas, seminários e exposições relacionadas à conservação e desenvolvimento dos recursos hídricos e/ou a implementação das recomendações proposta pela Agenda 21.
A água poderá virar commodity
“O termo Inglês commodity é utilizado para designar uma série de produtos que independente de onde e quando são produzidos, mantém mais ou menos a mesma qualidade, e seu preço pode ser negociado em escala global. É o caso do petróleo, do ferro, da soja, do trigo e do café, entre outros, comprados e vendidos em bolsas de mercadoria e futuros. Em breve, essa lista deve ganhar um novo e importante item: a água. Pelo menos é o que prevê um artigo publicado na edição de hoje da revista científica Nature. Segundo o texto, o movimento seria reflexo da escassez cada vez maior do bem natural, e as consequências desastrosas.
Para o autor, o pesquisador Frederick Kaufman, da City University of New York, nos Estados Unidos, a mercantilização piora ainda mais a falta do líquido em inúmeras regiões do globo. “Seria um desastre para os mais pobres do mundo, que já sofrem sem poços, sem água encanada sem sistema moderno de irrigação”, afirma. “A água financeirizada teria um efeito esmagador tornando a pobreza cada vez mais difícil de eliminar e elevando o número total de miseráveis em todo o mundo”, completa.
Segundo os dados da Organização das nações Unidas ONU atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas tem dificuldade ao acesso de água potável,seja por inexistência de sistema de encanamento por problemas climáticos ou pela falta de tecnologia parar extrair os recursos do solo. Além deles, pelo menos 2,3 bilhões de homens e mulheres não têm acesso ao saneamento básico. Isso significa dizer que 3,7 bilhões de seres humanos, mais da metade da população mundial, enfrentam algum tipo de dificuldade severa em relação à água. E esses O termo Inglês commodity é utilizado para designar uma série de produtos que independente de onde e quando são produzidos, mantém mais ou menos a mesma qualidade, e seu preço pode ser negociado em escala global. É o caso do petróleo, do ferro, da soja, do trigo e do café, entre outros, comprados e vendidos em bolsas de mercadoria e futuros. Em breve, essa lista deve ganhar um novo e importante item: a água. Pelo menos é o que prevê um artigo publicado na edição de hoje da revista científica Nature. Segundo o texto, o movimento seria reflexo da escassez cada vez maior do bem natural, e as consequências desastrosas.
Para o autor, o pesquisador Frederick Kaufman, da City University of New York, nos Estados Unidos, a mercantilização piora ainda mais a falta do líquido em inúmeras regiões do globo. “Seria um desastre para os mais pobres do mundo, que já sofrem sem poços, sem água encanada sem sistema moderno de irrigação”, afirma. “A água financeirizada teria um efeito esmagador tornando a pobreza cada vez mais difícil de eliminar e elevando o número total de miseráveis em todo o mundo”, completa.
Segundo os dados da Organização das nações Unidas ONU atualmente cerca de 1,4 bilhão de pessoas tem dificuldade ao acesso de água potável,seja por inexistência de sistema de encanamento por problemas climáticos ou pela falta de tecnologia parar extrair os recursos do solo. Além deles, pelo menos 2,3 bilhões de homens e mulheres não têm acesso ao saneamento básico. Isso significa dizer que 3,7 bilhões de seres humanos, mais da metade da população mundial, enfrentam algum tipo de dificuldade severa em relação à água. E esses números não incluem, por exemplo, quem sofre com racionamentos comuns em grandes cidades do país nos períodos de estiagem.
Um exemplo do que pode acontecer caso haja aprofundamento da mercantilização da água é dado pelo mercado de commodities alimentares como a soja, o milho e o trigo. Os preços desses produtos atingiram no último ano suas máximas históricas. “Um sistema global de preços de alimentos beneficiou os agricultores. Já os padeiros e consumidores foram submetidos a derivativos financeiros criados por bancos de investimento”, aponta Kaufman. Ou seja, na matemática mercadológica, especuladores ganham e o consumidor final sai perdendo.
Uma das causas é a dificuldade dos governos em regulamentar este filão do mercado. Nos estados Unidos um pacote de medidas para evitar especulação com alimentos acabou na justiça, onde está parado há anos, segundo o pesquisador, por pressão dos mercados que ganharam mais poder de manobra depois que a crise mundial minou empregos. ”É extremamente difícil regular o negócio de commodities globais, que movimenta US$648 trilhões em todo o mundo”, alerta o norte americano.
A possibilidade de mudança do status da água de bem natural para produto de negociação em bolsa é fruto, em grande parte, da exploração excessiva do bem, que vem se tornando tão escasso quanto ouro e petróleo. “Os aquíferos, relativamente, são poucos e estão sendo explorados. Eles, infelizmente, são fundamentais para a agricultura em uma série de países”,explica Tom Gleeson da Universidade de Montreal , no Canadá. “Esses são recursos críticos que precisam de uma melhor gestão”, completa o especialista.
Ele lembra ainda que os efeitos da exploração excessivas da água, apesar de graves,são pouco mensuráveis pelos cientistas .. “O efeito para o abastecimento é imprevisível”, afirma. Gleenson, no entanto , diz não ser possível determinar exatamente quanto uma ação que dificultasse o acesso à água seria catastrófica, tanto para o usuário doméstico quanto para a agricultura.
A primeira vez que o direito à exploração passou a ser negociada como um produto mercadológico foi em 1996, na região da Califórnia Ocidental, nos Estados Unidos. A região de 2mil quilômetros quadrados movimenta mais de US$ 1bilhão em alimentos por ano, sendo o principal distrito de agricultura irrigada do país. Por l[á, há 16 anos, foi introduzido um sistema de comércio eletrônico em que os agricultores locais podem negociar entre si o direito de uso da água subterrânea e de superfície, que, assim como no Brasil, é regulamentado – e limitado – por Lei. De lá para cá, a iniciativa cresceu. Apenas entre 2010 e 2011, o mercado de água cresceu 20%, atingindo em todo o mundo o valor de US$11,8 bilhões.
Apesar dos números vultosos, Frederick Kaufman ainda vê possibilidade de evitar o problema. “A transformação da água em uma commodity não é inevitável. Nós podemos Pará-la antes que comece”, afirma. Ele defende uma regulamentação do setor, especialmente nas Américas e na Europa, onde o processo está mais acelerado. O recurso, defende, deve continuar sendo um bem universal. Há forças que empurram para a regulamentação, mas há forças opostas a favor dos negócios de derivados. Ainda não existem ‘limites de posição’ para os banqueiros quando se trata de comida (e água), conclui.
Essa matéria foi extraída do jornal Correio Brasiliense e é de autoria de Max Miliano Melo. Achamos oportuno aproveitá-la no mês em que comemoramos o Dia Mundial da Água
Essa matéria foi extraída do jornal Correio Brasiliense e é de autoria de Max Miliano Melo. Achamos oportuno aproveitá-la no mês em que comemoramos o Dia Mundial da Água
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