Páginas

sábado, 23 de novembro de 2013

Falta d'água, eis a questão...

Aqueduto na Represa Boa Esperança (Tinguá) obra do século XIX que até hoje serve à população
Uma das tubulações da chamada linha preta(Tinguá) obra do século XIX 
Por: Wandemberg
É a água de Nova Iguaçu que abastece a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, entretanto é notória sua falta no município nos dias atuais. A cada ano que passa o fluxo do precioso líquido é menos intenso.  Tiro das observações que venho fazendo ao longo do tempo! Quando adolescente lembro-me, bem, que a força da água estourava, constantemente, a boia da caixa d’água lá de casa. Bem, hoje, seu fluxo perdeu força e as boias das caixas d'água de Miguel Couto, encontram ‘vida’ longa! 

Não sendo ‘Expert’ no assunto imagino que o problema é gerado pelo simples fato de que a população cresceu, como cresceu, também,  a distribuição do precioso líquido, enquanto a captação não,  pelo menos em nível proporcional ao crescimento demográfico verificados nas localidades. 

Até onde tenho informação a Estação de Tratamento do Guandu (a maior do mundo) foi a única a ser construída, do século XX pra cá, na região. Depois disso a densidade populacional  aumentou  em ordem geométrica, enquanto a água, bem essa, teve sua captação reduzida, por obra exclusiva dos predadores da natureza (o próprio homem) e da falta de projetos com visão futurista. 

Quando se fala das águas provenientes das serranias do Tinguá a ‘coisa’ é, ainda, mais feia. Todo o complexo de captação e distribuição que desce por gravidade pelos tubulões da ‘Linha Preta’ em direção a cidade do Rio de Janeiro foram edificadas na segunda metade do século XIX, tão somente, para acabar com a seca da ‘Cidade Maravilhosa’, que após a destruição de matas nativas (principalmente a da Tijuca) ficou sem água. 
Diante do quadro, Ruy Barbosa jornalista de um jornal do Rio fustigava o governo:  “ ...tivesse vontade política, e em apenas seis dias teríamos água na Cidade. É só buscar em Tinguá!”. Com efeito, foi o tempo que o engenheiro Paulo de Frontein, precisou para abastecer o Rio de Janeiro com a água das nossas serras, seis dias.   Desde lá, tirando o Guandu, nada mais foi feito pelos Governos que passaram pelo Estado no sentido de captar mais água para a Região Metropolitana do Rio. 

Entretanto, demagogicamente, alguns políticos estão sempre prometendo água para os que vivem na ‘seca’.  É obvio que toda vez que um político 'leva' água para onde falta, a falta passa a ser em outra localidade. Em Miguel Couto e adjacências, por exemplo, desde o dia que  foi inaugurado um ‘buster’ próximo a DPO, para transferir água para a Posse, a falta de água em muitas casas se tornou uma desconfortável evidencia. 

Em Nova Iguaçu tenho notado o empenho de um vereador no sentido de criar uma nova possibilidade para sanar o problema das torneiras secas no Município, Denílson Dambrósio, que de forma ousada, levanta a ‘bandeira’ da água passar para a responsabilidade do município. Acho uma tarefa difícil, mas vejo sentido na proposição. 
O fato é que está na hora de se fazer alguma coisa. Não tem sentido um povo que tem em seu território serras exuberantes que na verdade formam em seu bojo, uma grande caixa d'água, que comportam milhões de metros cúbicos de água ficar sem água nas torneiras, como acontece em inúmeras residências iguaçuana.

Nenhum comentário: