Por: Fernanda Rodrigues
NOVA IGUAÇU INAUGURA NOVA MATERNIDADE MARIANA BULHÕES
Após três meses de reformas, a maternidade Mariana Bulhões será reinaugurada em 1º de dezembro pelo prefeito Nelson Bornier, com a presença do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e do secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes.
Fechada desde julho de 2012, a unidade municipal terá capacidade de fazer 350 partos por mês, 30% a mais do que é feito no Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Posse, único local que oferece hoje maternidade pública na cidade. O grande avanço, porém, não será o aumento do número de partos realizados, mas a maior segurança e conforto oferecidos às mães, bebês e familiares.
“Hoje é regra no mundo todo: maternidades têm que ser separadas de hospitais gerais. Um bebê não deve nascer no mesmo centro cirúrgico onde são operados baleados e acidentados, por conta do risco de contaminação. Sem falar na questão do ambiente humanizado que uma maternidade deve oferecer ”, explica o secretário de Saúde de Nova Iguaçu, Luiz Antônio Teixeira Júnior.
Em 2013, Nova Iguaçu baixou em 73% os índices de moralidade materna (três casos no Hospital da Posse este ano, contra 11 de 2012), mas a meta é zerar este índice.
Inaugurada em 2002, a Mariana Bulhões foi fechada ano passado em razão do estado precário das instalações. O prédio estava cheio de infiltrações e equipamentos sucateados.
A Nova Mariana Bulhões reabre com 40 leitos de enfermaria, sendo quatro de UTI materna, mais 20 leitos de UTI neonatal e quatro de emergência (ver quadro abaixo) e contará ainda com novos serviços como a classificação de risco. Outra novidade são os dois quartos PPPs, nos quais as grávidas poderão ser acompanhadas por um membro da família.
No ano que vem, em uma segunda etapa, a Prefeitura dará início à ampliação da unidade, com a construção de um anexo de dois andares no atual estacionamento, aumentando a capacidade para 750 partos mensais, com 72 leitos de enfermaria e 30 de UTIs neonatal.
As obras custaram R$ 1,5 milhão aos cofres municipais e o Governo do Estado investiu cerca de R$ 2 milhões em equipamentos.
UTI MATERNA LEVARÁ NOME DE MÃE MORTA EM 2002
Brasil foi condenado na ONU pela morte de Alyne da Silva Pimentel
A UTI Materna da Nova Maternidade Municipal Mariana Bulhões levará o nome de Alyne da Silva Pimentel, que morreu no parto num caso que ganhou repercussão internacional e levou o Brasil a sofrer sua primeira e única condenação na ONU, em 2007.
Em 16 de novembro de 2002, então com 28 anos de idade e 27 semanas de gestação, apresentando vômito e dor abdominal, a vendedora de bijuterias procurou atendimento em uma Casa de Saúde em Belford Roxo. Uma ultra-sonografia constatou a morte do feto. Tendo sido realizado o procedimento médico para retirada do bebê, o estado de saúde de Alyne se agravou e ela entrou em coma. Foi então transferida para o Hospital da Posse. Sem um documento em que constasse seu histórico clínico, ficou esperando horas no corredor da unidade por atendimento até morrer.
O caso foi levado ao Comitê de Direitos Humanos da ONU, que em 2007 responsabilizou o Estado brasileiro pela morte da moça. Foi a primeira vez que um comitê internacional de direitos humanos emitiu uma decisão considerando a morte materna como violação de direitos humanos.
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